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Breve resenha sobre os clássicos da formação social do Brasil

Por:   •  25/3/2022  •  Resenha  •  697 Palavras (3 Páginas)  •  191 Visualizações

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É evidente como a colonização portuguesa no Brasil e a maneira como esta foi promovida possibilita diferentes perspectivas de análise dividindo opiniões até a atualidade. Durante o século XX, três renomados autores brasileiro discorreram sobre este processo e a maneira como o mesmo influenciou na formação da sociedade brasileira social, econômica e culturalmente. Cada um desses estudiosos promoveu estudos com características e conclusões particulares do resultado de todo esse processo.

O primeiro autor a lançar um estudo próprio pautado especificadamente na colonização portuguesa em território brasileiro foi Gilberto Freyre. Com o livro “Casa Grande e Senzala”, Freyre expressa que o povo português não possuía orgulho de raça, uma vez que estes haviam sido colonizados anteriormente pelos árabes e, portanto, não gozavam, em sua essência, do sentimento de identidade nacional coletiva. Tendo isso em vista, Freyre concluiu que, devido à essa forte característica portuguesa, a sociedade brasileira foi construída a partir da miscigenação entre brancos (colonizadores portugueses), pretos (negros escravizados) e amarelos (indígenas locais). Além disso, outro fator determinante no processo de colonização e, consequentemente, na formação da sociedade brasileira, foi a escravidão. Na sua visão, a escravidão foi necessária para a concretização da colonização, pois os portugueses não dispunham de outros meios para que o trabalho “pesado” fosse realizado. Além do mais, Freyre acrescenta que a escravidão foi um dos fatores responsáveis por possibilitar a miscigenação no Brasil.

Logo após Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda lançou o livro “Raízes do Brasil”, que também buscava analisar a colonização portuguesa no Brasil, porém com um viés diferente. Para Sérgio Buarque de Holanda, uma das principais influências dos portugueses sobre a formação da sociedade brasileira foi a valorização do individualismo, ou seja, a busca por uma elevação particular, demonstrando independência/autonomia e superioridade frente aos demais (conceito de “Sobranceria”), tendo como principal objeto de ação o mérito individual. Para o autor, a cultura ibérica é dotada desse individualismo, fato que influenciou diretamente ao não desenvolvimento de um sentimento de civilização própria - construída a partir de uma coletividade - por parte dos brasileiros, classificando-nos como “desterrados”. Além disso, Sérgio Buarque de Holanda criticou o sistema de escravidão adotado pelos portugueses, alegando que o mesmo é um dos principais responsáveis pelo atraso social que o Brasil viveu e ainda vive, além de ter causado inúmeras mortes e profundas cicatrizes ao longo do período no qual foi aderido.

O último ator a compor essa tríade de escritores clássicos para a compreensão do processo de formação social do Brasil é Caio Prado Júnior. Com o livro “Formação do Brasil Contemporâneo”, Caio Prado Jr. faz uma análise mais objetiva/científica voltada para os aspectos econômicos, diferentemente dos dois autores previamente citados, que priorizaram uma análise cultural da formação da sociedade brasileira. A partir disso, o autor aponta que o principal objetivo dos portugueses ao colonizarem o Brasil era a facilitação de atingir os interesses mercantilistas, ou seja, usar os recursos brasileiros única e exclusivamente para enriquecer

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