DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV CURSO DE DIREITO
Por: Felipe Oliveira • 31/10/2018 • Resenha • 825 Palavras (4 Páginas) • 327 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV
CURSO DE DIREITO
Felipe Oliveira Fontes Melo
ANÁLISE CRÍTICA: “QUEM MATOU ELOÁ?”
DOCUMENTÁRIO – LÍVIA PEREZ
Jacobina
2018
FELIPE OLIVEIRA FONTES MELO
Análise Crítica sobre o documentário “Quem matou Eloá?” no Curso de Direito no Componente Curricular Língua Portuguesa I da Universidade do Estado da Bahia.
Professor (a): Joabson Lima Figueiredo.
Jacobina
2018
QUEM MATOU ELOÁ?
Em 2008, Lindemberg Alves de 22 anos invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Pimentel de 15 anos, armado, mantendo-a refém por cinco dias. O crime foi amplamente difundido pelos canais de TV. "Quem matou Eloá?" traz uma análise crítica sobre a espetacularização da violência e a abordagem da mídia televisiva nos casos de violência contra a mulher, revelando um dos motivos pelo qual o Brasil é o quinto num ranking de países que mais matam mulheres.
No Brasil, o índice de violência e abuso sexual contra mulheres tem sido constante. O caso ocorrido em 2008, foi um reflexo acerca da insegurança do Estado e a prática abusiva da mídia Brasileira que apenas teve como finalidade a repercussão de um fato, sem jamais defender ou poupar uma vida.
Analisando o caso, a uma série de questionamentos e perplexidades que distorcem o crime, o criminoso e as vítimas, portanto, havendo uma obscuridade a respeito de quem matou ou foi culpado pela morte da jovem Eloá. A interferência dos meios de comunicação marcou este caso. Desde o início, houve ampla cobertura da mídia, com muitas reportagens ao vivo, e a repercussão fez aumentar a audiência de diversos programas de televisão. Um deles, especificamente, se destacou por ter exibido ao vivo uma entrevista com Lindemberg, feita por telefone.
A atuação dos policiais durante o caso deve ser criticada especialmente em relação à grande preocupação, partilhada pela imprensa, em manter a integridade física de Lindemberg. Note-se que, enquanto os homens seguiam a relação horizontal, procurando proteger um homem agressor, as mulheres perceberam a sua fragilidade e se incomodaram, embora não tivessem poder para modificar a situação.
Apesar de a Constituição da República pregar a igualdade e vedar a discriminação, seja qual for a sua forma, o que foi visto na atuação das autoridades e da imprensa foi uma discriminação de gênero. As reféns, mulheres, foram ignoradas (inclusive pelo Ministério Público, que sempre atua cioso dos direitos das vítimas), que preferiram manter a integridade física de um homem que estava cometendo vários crimes contra a ex-namorada. Era um caso em que a atuação policial deveria ser mais incisiva, de forma a proteger as vítimas o máximo possível. Mas a impressão passada pela mídia à população foi a de que garantir a integridade física do homem era mais importante do que impedir as agressões à ex-namorada, ou impedir que uma refém já libertada, e menor de idade, voltasse ao cativeiro. O resultado também foi típico de crimes relacionados a gênero: o homem saiu ileso; Eloá morreu e Nayara ficou ferida.
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