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EXPLORADORES DE CAVERNA

Por:   •  28/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.797 Palavras (8 Páginas)  •  284 Visualizações

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1- Síntese da obra:

No ano de 4300 a Suprema Corte de Newgarth acusava quatro homens, antigos membros da Sociedade Espeleológica – organização amadorística de exploração de cavernas pela morte de Roger Whetmore.

Em meados de maio de 4299, os quatro acusados mais Whetmore, todos os membros da Sociedade entraram no interior de uma caverna de rocha calcária. Nela ocorre um desmoronamento que bloqueia a única saída e entrada da caverna. Quando se deram por conta do desmoronamento os exploradores permaneceram próximos a entrada obstruída, esperançosos por uma equipe de socorro.

As famílias dos exploradores dando por falta destes, notificam o secretário da Sociedade que descobre a localização da caverna enviando uma equipe de socorro ao local. Por ser uma região de difícil acesso, fora preciso a união de engenheiros, geólogos e outros técnicos. Novos deslizamentos de terra ocorreram dificultando assim os trabalhos das equipes.

A preocupação das equipes e das famílias aumentava devido a falta de comida que se encontravam os exploradores, temiam a inanição destes. No vigésimo dia de confinamento na caverna, soube-se que eles haviam levado consigo um rádio transistorizado capaz de receber e enviar mensagens. No acampamento de socorro fora instalado um aparelho semelhante, estabelecendo assim, a comunicação entre os confinados e os grupos de socorro.

Os confinados preocupados, logo pediram qual seria o tempo necessário para libertá-los. Os engenheiros responderam que se não havendo outros deslizamentos seriam necessários pelo menos dez dias. Eles então perguntaram se havia algum médico no acampamento e se havia condições de sobreviverem durante mais dez dias sem comida, o presidente da comissão respondeu que tinha escassa possibilidade por tal tempo. O rádio se silenciou durante oito horas.

Com a volta da comunicação os homens quiseram falar novamente com os médicos, Whetmore falando por si e representando os demais indagou se poderiam sobreviver por mais dez dias se alimentando com a carne de um deles. A resposta, a contragosto, veio afirmativa. Whetmore quis saber então se tinha algum juiz ou sacerdote que pudesse responder a pergunta, mas ninguém quis aconselhar sobre o assunto. Depois disto não foram mais recebidas mensagens dos homens.

Quando os homens foram libertados foi descoberto que no vigésimo terceiro dia, Whetmore havia sido morto e servido de alimento aos seus companheiros. Segundo eles, o próprio Whetmore havia sugerido que tirassem a sorte para ver quem seria sacrificado, com uns dados que algum tinha consigo. Antes de começarem o jogo, Whetmore havia desistido da proposta, seus companheiros o acusaram de violação e jogaram os dados para ele, então a sorte veio de encontro a ele, sendo sacrificado.

Os sobreviventes depois de passar um tempo no hospital para se tratarem do choque emocional e pela desnutrição foram processados e condenados à morte. A execução da sentença foi no dia 2 de abril de 4300 ás 6 horas na forca, pelo homicídio de Roger Whetmore.

2- Destaques da obra:

“Nenhuma disciplina jurídica é tão problemática, tão suscetível de abordagens diversas do que a introdução à Ciência do Direito”

Esta frase foi escolhida exatamente por sermos conduzidos a pensarmos de várias formas, pela possibilidade que o caso nos traz de formarmos diversos vereditos, assim como acontece na obra lida “O caso dos exploradores de cavernas”, os pensamentos foram variando conforme o decorrer da história, o que pensamos como solução do caso de início, não é o mesmo do final. Somos surpreendidos a cada instante com as nossas próprias mudanças de opiniões, exatamente como acontece nas aulas, nos deixando com a mente mais “aberta” e com pensamentos mais flexíveis.

“Whetmore inquiriu se seria aconselhável que tirassem a sorte para determinar qual dentre eles deveria ser sacrificado. Nenhum dos médicos se atreveu a enfrentar a questão. Whetmore quis saber então se havia um juiz ou outra autoridade governamental que se dispusesse a responder a pergunta. Nenhuma das pessoas integrantes da comissão de salvamento mostrou-se disposta a assumir papel de conselheiro neste assunto. Whetmore insistiu se algum sacerdote poderia responder aquela interrogação, mas não se encontrou nenhum que quisesse fazê-lo”

Em uma situação como esta, é difícil pensar rápido e tomar uma atitude, mas como se explica o fato de que haviam várias equipes de socorro no local e nenhuma capaz de intervir na decisão dos confinados? Mesmo que ninguém tentasse encontrar uma saída definitiva, deviam tentar impedir tal insanidade. Era dever de socorro assegurar no mínimo um conforto psicológico para os confinados. Naquele momento a sensatez estava do lado de fora da caverna e não dentro.

“O que estes homens fizeram realizou-se em cumprimento de um contrato aceito por todos e proposto em primeiro lugar pela própria vítima. Desde o momento em que se evidenciou que a situação extraordinariamente difícil em que se achavam tornara inaplicável os princípios usuais a regulação das relações entre os homens, tornou-se necessário para eles, por assim dizer, uma nova constituição apropriada a sua peculiar situação”

Devido à falta de acompanhamento psicológico, os exploradores foram forçados a tal ato, de criar sua própria constituição. Eles buscaram ajuda do exterior da caverna, mas as pessoas ali presentes foram incapazes de ao menos chamarem as autoridades. Devemos levar em conta a pressão psicológica em que se encontravam, o medo da morte era constante, a incerteza da liberdade também, sem dúvida não agiam pela razão.

“Umas das grandes cadeias de jornal fez uma sondagem de opinião pública acerca da questão – o que pensa você que a Suprema Corte deveria fazer com os exploradores de cavernas? Cerca de noventa por cento expressaram a opinião de que os acusados deveriam ser perdoados ou deixados em liberdade, com uma espécie de pena simbólica”

Estes noventa por cento certamente não faziam parte da família ou do círculo de amizade de Whetmore. Mesmo que a ação daqueles quatro homens fora sem prensar racionalmente, não podemos deixar de nos colocar no lugar da família de Whetmore. E também perceber que a opinião pública não contou absolutamente em nada, mesmo sendo praticamente maioria, a Suprema Corte a ignorou, o que muitas vezes ainda acontece nos dias atuais.

“O mundo não parece mudar muito, mas desta vez não se trata de um julgamento por quinhentos ou seiscentos frelares e sim da vida ou morte de quatro homens que já sofreram mais tormento e humilhação do que a maioria de

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