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FICHA RESUMO ANALÍTICA DE OBRA CIENTÍFICA

Por:   •  28/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.384 Palavras (10 Páginas)  •  1.575 Visualizações

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FICHA RESUMO ANALÍTICA DE OBRA CIENTÍFICA

  1. NOME COMPLETO DO AUTOR DO FICHAMENTO: TAYNARA MACIEL
  2. OBRA EM FICHAMENTO: o que é fazer a coisa certa. Sandel, Michael J. 6ª Edição, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. 
  3. ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO: o que é fazer a coisa certa. Cap.5 : O que importa é o motivo/Imannuel Kant; Cap.6:
  4. RESUMO DO LIVRO/ CAPÍTULO 5 E 6:

A ideologia liberal pressupõe que se os seres humanos são merecedores de respeito então não devem ser tratados como instrumentos de felicidade coletiva (ideologia utilitarista). Que você deve defendê-los e que em longo prazo isso lhe resultará na maximização da felicidade.

Immanuel Kant traz uma idéia inovadora a respeito dos direitos e deveres, diz que somos seres racionais, merecedores de dignidade e respeito. Esta importância que Kant atribuía a dignidade da pessoa humana é o que define nossas atuais concepções sobre Direitos Humanos. Já suas idéias de liberdade muitas vezes definiram como Justiça nos dias atuais.

Kant defende a idéia libertaria de que associa o pensamento de justiça, moralidade e liberdade. E repudia a idéia de maximização da felicidade e a de valorização da virtude.

A idéia de liberdade que ele defende vai muito além da escolha de comprar algo que me deixe bem. Ou vender algo. Pois, estas envolvem  simplesmente a satisfação de desejos que não escolhemos.

O PROBLEMA COM A MAXIMIZAÇÃO DA FELICIDADE

 

Kant repudia o utilitarismo por basear-se em um calculo sobre o que produzira maior felicidade. O utilitarismo deixa os direitos vulneráveis. Só porque algo proporciona prazer a um numero maior de pessoas não quer dizer que seja correto.

Kant afirma que a moralidade não deve ser baseada em vontades, desejos ou as preferências das pessoas em determinado momento. Esses valores segundo ele são variáveis e incertos, raramente servirão de base para princípios morais universais. Basear os princípios morais em desejos e vontades, é ter um falso entendimento sobre o que é a própria moral.  Então, o principio utilitarista não tem nada a acrescentar na moral, sendo que um homem feliz é completamente diferente de um homem bom. Fundamentar sua moral em interesses destrói sua dignidade. Isto não nos ensinaria a distinguir certo de errado, mas, apenas nos tornaria mais espertos.

Kant argumenta que poderíamos atingir o principio supremo da moralidade através da “Pura razão Pratica”. Kant defende a ideia de que somos seres racionais, dignos de respeito e também que temos a liberdade de agir. Não que vamos agir sempre racionalmente, mas que temos esta capacidade. Somos também seres capazes de sentir dor e prazer. Então para ele somos criaturas sencientes, bem como racionais. Então respondemos aos nossos sentimentos, bem como aos sentidos.

Mas, então Bentham  estava certo? Apenas em parte. Ele tinha Razão quando dizia que gostamos do prazer, e não da dor. Mas errou em dizer que estes sentimentos são nossos “Mestres Soberanos”. Para Kant a razão é soberana pelo menos em boa parte do tempo. Quando a razão esta a frente, paramos de ser levados pelo desejo de procurar o prazer e evitar a dor.

Nosso raciocínio esta intimamente ligada a nossa liberdade, e juntas essas qualidades que nos diferem dos outros animais.

O QUE É LIBERDADE?

Nós definimos liberdade muitas vezes, como a ausência de obstáculos para fazermos o que quisermos. Kant discorda.

Kant diz que quando fazemos algo em busca de satisfação, estamos escravos dos nossos desejos. Um exemplo do que Kant quer dizer é o slogan de refrigerante Sprite o qual diz:

“Obedeça a sua sede”.

Este slogan define exatamente uma inspiração Kantina. Eu bebo refrigerante porque tenho sede, isto não é ser livre. É apenas obedecer minhas próprias vontades. Estou atendendo a um desejo que eu não escolhi ter.

Para Kant , um desejo biologicamente determinado, ou socialmente condicionado não me da a  liberdade de escolha. Para ele, ser livre é agir com autonomia. E este agir com autonomia, é cumprir a lei que eu mesmo imponho a mim. E não conforme dispõe minha genética, ou os dizeres sociais. Para entender esta autonomia Kantiana, ele inventou uma palavra inversa, a HETERONOMIA.

Heteronomia significa segundo Kant agir por influências exteriores.

Para Kant,  a dignidade da pessoa exigi que a tratemos como fins em si mesmas.  É errado jogar um homem em um trilho, para salvar as pessoas dentro de um trem desgovernado. Isto iria usá-lo como um meio, e não um fim em si.

O QUE É MORAL? PROCURE O MOTIVO

Para Kant, o valor moral não consiste no resultado, mas, na intenção da ação. Para a ação ser boa, ela não deve apenas resultar em algo bom , mas, deve ser fundada para algo bom. Sua idéia inicial deve estar baseada em algo moralmente bom, ainda que não resulte em algo bom.

Se agirmos por interesse, nossa ação moral não terá valor moral. Segundo Kant isto não se aplica apenas ao nosso interesse, mas a todos os nossos desejos, e tentativas de satisfação da nossa vontade. Para ele apenas ações motivadas, pelo dever moral têm valor moral.

A honestidade comprada, não possui valor moral.  Apenas fazer algo pelo dever – porque é o certo, não porque é útil ou conveniente confere valor moral.

Segundo Kant nós temos o dever de preservar a própria vida, qualquer ato que praticamos para preservar nossa vida, é prudência e não valor moral. Só será valor moral quando este desejo for revestido pelo dever e alegria de estar vivo.

O MISANTROPO MORAL

Para Kant as pessoas altruístas, que sentem compaixão pelo outro e têm prazer em ajudá-lo não tem valor moral. Kant mostra a diferença entre ajudar os outros pelo prazer, e ajudar pelo dever. A ação só terá valor moral , quando motivada pelo dever. Sentir prazer em fazer a coisa certa não elimina, necessariamente, seu valor moral. O que importa, segundo Kant, é que a boa ação seja feita por ser a coisa certa — quer isso nos dê prazer, quer não.

PRINCIPIO MORAL SUPREMA

Somos apenas seres sencientes, que obedecem aos estímulos de prazer e dor que recebemos dos nossos sentidos; somos também seres racionais, capazes de pensar. E, se a razão determina minha vontade, então a vontade torna-se o poder de escolher independentemente dos ditames da natureza ou da inclinação. Os utilitaristas viam os seres humanos como capazes de raciocinar, mas um raciocínio apenas instrumental. A função da razão, para os utilitaristas, não é determinar quais são os objetivos que vale a pena buscar. Sua função é descobrir como maximizar a utilidade por meio da satisfação dos desejos que porventura tivermos. Kant repudia esta idéia. O conceito kantiano de razão — de razão prática, aquela que tem a ver com a moralidade — não é o de uma razão instrumental, e sim “uma razão prática pura, que cria suas leis a priori, a despeito de quaisquer objetivos empíricos.

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