Fichamento, Bases para uma metodologia da pesquisa em direito. ADEODATO

FICHAMENTO

ADEODATO, João Maurício. Bases para uma metodologia da pesquisa em direito. Revista da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, São Bernardo do Campo, v. 4, n. 4, p. 171-187, 1998.

Em sua obra “Bases para uma Metodologia da Pesquisa em Direito” o autor João Maurício Adeodato, professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Escola Superior da Magistratura de Pernambuco, contempla a importância da pesquisa no campo jurídico que, em contradição com o alto numero de egressos no país e sua importância, “é das mais atrasadas do país e os investimentos governamentais na área são irrisórios [..]” (ADEODATO, 1998, p.171). Uma das explicações para este cenário é “a profissionalização (e mesmo proletarização) da profissão, mercantilismo nos cursos jurídicos privados, omissão do Estado e da sociedade [...]” (ADEODATO, 1998, p.171).

Os juristas brasileiros não sabem realizar uma pesquisa e nem sequer apresentar os resultados de suas pesquisas, sua formação lhe permite apenas ser um profissional prático que lide com problemas do dia-a-dia (ADEODATO, 1998, p.172), mas que acaba perdendo muito do seu potencial para se aprofundar em questões complexas e delas trazer novas respostas para a sociedade. A importância da pesquisa e da pós-graduação está relacionada a essa questão, a de trazer novas respostas para à sociedade, todavia, segundo o autor alguns setores conservadores, buscando defender seus próprios interesses, tentam minimizar a importância da pós-graduação no Brasil (ADEODATO, 1998, p.172) .

Além da tentativa de desqualificar a importância da pesquisa e pós-graduação, existem alguns problemas, descritos, como mais sérios. O alto índice de desistência e a chamada “‘síndrome da desistência’, quando o aluno procura explicar seu próprio fracasso na empreitada através de argumentos ‘objetivos’[...]” (ADEODATO, 1998, p.172).

Algumas sugestões são dadas pelo professor em sua obra, sobre como escolher um tema, por exemplo: delimitar um tema não tão amplo, pelas estratégias de definição do tema por assunto, por autor, por circunscrição temporal, circunscrição espacial, por referência expressa a aspecto específico do direito positivo ou até mesmo a combinação dessas estratégias (ADEODATO, 1998, p. 173-174). Dar importância à concisão textual, clareza, originalidade que não é obrigatória, mas importante, e a objetividade.

Além das sugestões existem algumas críticas feitas pelo autor sobre, por exemplo: a alteração feita pelas editoras que visando atingir o interesse de um maior grupo acabam por uniformizar de forma generalista seus títulos, trazendo, assim, prejuízos à objetividade da obra.

A pesquisa jurídica exige certa organização por parte do pesquisador, no texto estudado o autor atenta seus leitores para a questão das dimensões do trabalho, que devem ser definidas pelo bom senso, não fragmentar demais ou deixar o trabalho muito denso, o exemplo do autor: “Subdividir um trabalho de cem laudas em apenas três partes é o pecado oposto” (ADEODATO, 1998, p.174). Outra dica do autor é a importância das fontes de referência e o saber pesquisar de forma empírica e bibliográfica, que na área jurídica, por uma vertente da pesquisa bibliográfica, pode ser chamada de documental (leis, sentenças, contratos, e