Fichamento: o que é participação politica de Dalmo Dallari
Por: Pedro Bittar • 17/9/2017 • Trabalho acadêmico • 1.787 Palavras (8 Páginas) • 235 Visualizações
A palavra “política” tem origem grega e foi usada por vários filósofos e escritores da Grécia antiga, sendo especialmente importante para a compreensão do seu sentido primitivo a obra denominada “Política”, escrita por Aristóteles, obra a qual tratava, não só de política mas também sobre a ética, sistemas políticos e a composição das cidades de sua época.
Os gregos davam o nome de polis à cidade, isto é, ao lugar onde as pessoas viviam juntas. E Aristóteles dez que o homem é um animal político, porque nenhum ser humano vive sozinho e todos precisam da companhia de outros.
É importante notar que nesse caso se tem uma sociedade natural, isto é, formada espontaneamente para atender a uma necessidade da natureza humana.
Partindo desses elementos alguns estudiosos do assunto concluíram que tratar de política é cuidar das decisões sobre problemas de interesse da coletividade. É necessário estudar a política para entender o método de interação entre as pessoas e o ambiente onde vivem. Ela é necessária para entender o próprio ser humano.
Alguns definem a política como “o estudo do poder”, e que o Estado é quem deve definir o que é melhor para o povo, impondo suas decisões a sociedade. Esse tipo de pensamento é bem visível na obra “Leviatã” (escrita por Thomas Hobbes).
Dallari adota o seguinte conceito: “Política é a conjugação das ações de indivíduos e grupos humanos, dirigindo-as a um fim comum.” Como pode referir-se ao estudo da organização e decisões de um determinado grupo.
Assim, por exemplo, quando trabalhadores de determinada categoria, não suportando mais a baixa remuneração e as péssimas condições de trabalho, decidem iniciar um movimento de protesto e reivindicação, estão tomando uma decisão política. Eles pretendem atingir um objetivo que é de interesse de todo o grupo.
Podemos chamar de política:
1) A organização social que procura atender à necessidade natural de convivência dos seres humanos;
2) Toda ação humana que produza algum efeito sobre a organização, o funcionamento e os objetivos de uma sociedade.
Nesse livro, Dallari deixa bem evidente o fato do homem ser um animal político, mostrando que o homem é o único animal que durante vários anos depois do nascimento não consegue obter sozinho os seus alimentos.
Até mesmo o homem mais rico, que tenha dinheiro para comprar e armazenar em casa os alimentos suficientes para toda sua vida, mesmo esse homem não consegue viver sozinho, desconsiderando o fato dele necessitar de outros seres humanos para prestar serviços como a manutenção da sua casa, produção de todo alimento, o cuidado de sua saúde, etc… Esse homem necessita de afetividades psicológicas e espirituais, que só podem ser atendidas com a companhia de outros seres humanos para compartilhar dos bons e maus momentos.
Assim, portanto, a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim como todo ser humano possui o mesmo valor. Todos nascem iguais e é a sociedade que estabelece diferenças entre eles, o que estabelece que a diferença entre seres humanos é artificial e não natural. Porém, todos possuem suas individualidades em relação ao modo de ser, suas preferências, suas aptidões, seu julgamento próprio a respeito dos fatos da vida.
A vida em sociedade, embora necessário, acarreta sempre a possibilidade de conflitos. Na verdade, a ocorrência de conflitos deve ser reconhecida como normal numa sociedade de pessoas livres. Pois esses conflitos decorrem de diferenças individualidades. Onde existem pessoas vivas existem conflitos.
Para resolver esse conflitos, todos devem se esforçar para resolver os problemas. Assim, não se pode admitir como regra que para resolver qualquer dificuldade de um indivíduo, ou para atender aos interesses de um só, todos os demais devam sofrer prejuízos ou arcar com sacrifícios.
Quando se nega proteção aos interesses de indivíduos ou de grupos sociais, há também consequências para toda a sociedade. E essas consequências podem ser ás vezes muito graves, perturbando a própria estabilidade de uma ordem social.
Cada indivíduo sofre influência da sociedade em que vive, mas ao mesmo tempo, exerce alguma influência sobre ela. O simples fato de existir, ocupando um espaço, sendo visto ou ouvido, precisando vestir-se e consumir alimentos já é uma forma de influir. Por isso, todos os problemas relacionados à coletividade e as soluções devem ser buscadas em conjunto, levando em conta os interesses de toda a sociedade.
A tomada de decisões numa sociedade deve ser altamente analisada e estudada levando em consideração todas as pessoas, por isso, uma decisão deve ser tomada em conjunto.
Aquele que por sua vontade não participa de uma decisão, é tão responsável pelos problemas de sua classe, quanto aquele que decidiu algo contra sua classe.
Houve tanto sangue, suor e lágrimas derramados para que a maioria da população possa votar, e ainda existem pessoas que não utilizam desse direito. Às vezes por motivos fúteis, certas pessoas deixam de exercer o progresso da sociedade onde vivem.
A principal restrição à participação eleitoral imposta no começo era baseada em motivos econômicos, exigindo-se renda mínima para votar e ser votado. Isso foi reconhecido como antidemocrático, graças às lutas dos trabalhadores, e assim desapareceram as leis que reservavam esse direito apenas aos proprietários ou aos que tivessem um mínimo de renda.
Muitas pessoas “fecham os olhos” para a política por acharem esse um assunto desinteressante ou porque estão confortadas no ambiente onde vivem, tendo medo de acabar perdendo tudo que tem por causa de uma decisão. Esse tipo de pessoa se limitam a cuidar dos assuntos de seu interesse particular imediato dizendo que não gostam de política ou não entendem disso. Acham que política é um assunto exclusivamente de “políticos”. Essa atitude revela inconsciência, demonstra grande alienação, pois quem tem os olhos abertos e enxerga a realidade percebe que não existe a possibilidade de fazer completa separação entre os assuntos particulares e os de interesse político. E quando pessoas desse nível tentam se manifestar contra ou a favor de algo, acabam sendo facilmente enganadas, pois não estão preparadas para tomar decisões.
É muito difícil o indivíduo marginalizado e dominado descobrir sozinho que dispões de meios para reagir. Por isso é necessário que todos aqueles que
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