O ATO DE LER E A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO
Por: palomasaphyra • 10/5/2015 • Projeto de pesquisa • 591 Palavras (3 Páginas) • 651 Visualizações
RESUMO INFORMATIVO
TEXTO: O ATO DE LER E A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTCO
A leitura é um processo complexo que envolve compreensão e capacidade de interagir com o interlocutor mediante o uso da palavra. Nesse processo, o texto não pode ser compreendido como algo pronto e acabado, pelo contrário, deve ser entendido como uma estrutura em acabamento, com lacunas, e que necessita que alguém o complete e atribua um caráter significativo. Pressupõe-se, dessa forma, a recepção pelo outro, pois assim o texto será completo, de forma que se um texto é marcado pela sua incompletude o ato de ler o tornará completo, destarte, a leitura e compreensão daquilo que se lê são indispensáveis à total interpretação do texto como um todo. Nesse processo admite-se o leitor como peça elementar no processo de leitura e na interação leitor-texto, de forma tal que essa interação se faça presente desde o início do texto e mediante tal possa o leitor atuar estrategicamente fazendo previsões do movimento do outro. Ao escrever o locutor percebe e compreende o seu destinatário, sendo isto imprescindível não só à sua própria capacidade comunicativa concreta, como também ao seu próprio potencial de expressão. O leitor pode se instituir no texto sob duas formas, quais sejam: sob o nível pragmático e sob o nível lingüístico-semântico. Sob a primeira, o texto enquanto objeto veiculador de uma mensagem, leva em consideração a percepção do leitor, mobilizando estratégias de forma a tornar possível a comunicação. Sob a última, tem-se o texto como uma “potencialidade significativa” que se atualiza através da leitura, necessitando que o leitor esteja no próprio texto e o locutor use o dialogismo de forma a reger a linguagem corretamente, dando concretude àquilo que se lê e expressando-se como num diálogo. O leitor recria, a partir de algumas indicações e pistas dentro do próprio texto, lacunas vazias de forma a desvendar aquilo que o locutor deixou, propositadamente, implícito ou subtendido nas entrelinhas. Esta cooperação sob a forma de uma colaboração mútua leitor-texto torna-se essencial a uma atribuição num sentido mais amplo, transformando uma proposta unilateral em múltiplas propostas recíprocas sob a forma de infinitas interpretações daquilo que está pressuposto no texto. Toda obra ou texto tem como processo intrínseco a formação de seu leitor mediante a indicação do caminho a seguir, orientando-lhe nos processos de leitura. Por meio desta técnica o leitor conforma o texto, fazendo-o de dupla forma: primeiro, orientando o Por meio desta técnica o leitor conforma o texto, fazendo-o de dupla forma: primeiro, orientando o autor na medida em que este escolhe as estratégias adequadas ao seu ato de comunicação alcance o devido fim; e, por conseguinte, criando no leitor uma marca pessoal, imprimindo sua própria interpretação, que seria a criação de um universo de significação textual sui generis, ou seja, não intencionado pelas idéias do leitor ou mesmo do locutor, mas uma terceira acepção ou significação a partir do diálogo com o texto. Essa dupla inserção do leitor no texto vem avultar o conceito de co-enunciação, tendo por objetivo, promover “o diálogo que o autor trava com o leitor virtual” e a interação entre os indivíduos, de forma que se compreenda além da leitura da palavra a leitura de mundo que se enuncia. Enfim, a leitura como simples deciframento de sinais é insuficiente à formação de um leitor crítico e formador de opinião. Posto isto, a leitura vai além do conhecimento já construído, auxiliando a compreensão da realidade pelo homem de forma que o mesmo exerça a sua cidadania mobilizando novos conhecimentos e reflexões suficientes à compreensão de seu universo.
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