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O Antigo regime na histografia e seus críticos

Por:   •  5/5/2018  •  Resenha  •  1.764 Palavras (8 Páginas)  •  280 Visualizações

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Aluno: Caio Cesar Damiani                                        Matrícula: 1102249

Turma: 1º MC                                                        Professora: Thaís Brodbeck

O antigo regime na histografia e seus críticos.

        Para que possamos compreender melhor a “nova escola”, é necessário rever conceitos do regime antigo da historiografia. Pode-se ver que o autor (Peter Burke) coloca em sua obra o seguinte: “Desde os tempos de Heródoto e Tucídides, a história tem sido escrita sob uma variada forma de gêneros: crônica monástica, memoria política, tratados de antiquários (...)” (pág. 11). Podemos ver que a história muitas vezes é escrita sendo focada em acontecimentos de movimentação política, e muitas vezes, é relatado feitos de nomes grandes na história, onde se esquece o caráter social/ história social. Essa história social, entrou em foco quando os intelectuais e escritores da Europa do século XVIII começam a ter uma preocupação com a história que está ligada com a moral e a costumes, os escritores e intelectuais queriam reconstruir os comportamentos e valores que existiam no passado, dentre desses a música, artes e outros comportamentos.

        Continuando sobre o texto, Leopold Von Ranke, quis marginalizar a história sociocultural, mas o seu interesse era voltado também para a história que não é ligada aos fatos políticos. O movimento que o mesmo liderou, acabou por derrubar a “nova história”. “Sua ênfase nas fontes dos arquivos fez com que os historiadores que trabalhavam a história sociocultural parecessem meros dilettanti.”(pág. 12).

        Podemos ver que os seguidores do autor eram mais intolerantes que ele, tais historiadores estavam vivendo numa época onde se buscava a profissionalização e a história não-política acabou sendo deixada de lado nas disciplinas acadêmicas. Na mesma época existiam historiadores que iam contra a metodologia do autor. O próprio autor em seu livro cita que Jules Michelet e Jacob Burckhardt escreviam a respeito do “Renascimento”, onde se salientava que os dois possuíam a visão ampla da história que os seguidores do autor. Burckhart dizia que a história deveria ser vista através de três pontos, os quais são: o Estado, a Religião e a Cultura, os mesmos pontos se interagiam; já Michelet defendia que “a história daquele que sofreram, trabalharam, definharam e morreram sem ter a possibilidade de descrever seus sofrimentos” (pág. 12). Perto desta época, Karl Marx também mostrava uma alternativa para a história do autor, na qual ele dia que a história muda quando ocorrem conflitos na composição socioeconômica, esta seria a “história econômica”.

        Como podemos ver na Sociologia, a qual estava surgindo nesta época como uma nova ciência, vai anunciar um ponto de vista que fica bem claro em relação a história política. Auguste Comte, é considerado o pai da sociologia, e ele defendia o que chamavam de “uma história sem nomes” (pág. 13). Já Hebert Spencer fazia uma crítica dura em relação as biografias dos grandes nomes da história, pois não era capaz de se esclarecer nada a respeito da sociedade. O Émile Durkheim, da mesma forma, acabava desprezando qualquer tipo de eventos particulares, pois para ele, tudo isso era superficial frente a história de toda uma nação. Todas as críticas existentes a história política, por volta de 1900, estavam bem maiores do que estavam antes, na França, por exemplo, a história acabou tornando um alvo de debates mais intensos, onde tentavam definir a natureza dahistória.

        “(...) é inexato pensar que os historiadores profissionais desse período estivessem envolvidos com a narrativa de acontecimentos políticos.” (pág. 14). Françõis Simiand, assim como o Durkheim, vai desprezar todos os eventos particulares, porém o mesmo chegou ir mais a fundo, onde diz que o historiador deveria derrubar “três ídolos” do ele chamou de “os ídolos das tribos dos historiadores”. Os ídolos ao quais deveriam ser derrubados são: ‘o ídolo político’ que seria ‘uma eterna preocupação com a história política, os fatos políticos, as guerras, etc., que conferem a esses eventos uma exagerada importância; o ‘ídolo individual’, isto é, a ênfase excessiva nos chamados grandes homens, (...) e, finalmente o ‘ídolo cronológico’ ou seja, ‘o habito de perder-se nos estudos dar origens. (pág. 14).

        Já Henri Berr fundou uma revista, cujo nome é Reyue de Synthése Historique, onde possuía a intenção de alentar os historiadores a contribuição com outras áreas, como por exemplo, a psicologia e a sociologia, visando a produção da “psicologia histórica”. O autor do texto escreveu que “O ideal de Berr, uma psicologia histórica (...), teve grande ressonância em dois jovens que escreveram para sua revista, seus nomes eram: Lucien Febvre e Marc Bloch.” (pág. 15).

                                Lucien Febvre e Marc  Bloch

        Nesta parte, o movimento dos Annales, teve como líderes na primeira geração Lucien Febvre e Marc Bloch, o qual trabalharam juntos durante vinte anos (20).

        Nos anos iniciais Febvre era aluno da Escola Normal Superior, onde o ensino era ministrado através de seminários e aulas expositivas. Paul Vidal de la Blache, era geografo, e estava interessado em contribuir com os sociólogos e historiadores, e para ajudar, ele lançou uma revista, conhecida pelo nome Annales de Géographie em 1981. Febvre acabou escrevendo uma tese no doutorado sobre determinada região no final do século XVI, a Franche-Comté, enquanto a mesma era gorvernada por Felipe II, da Espanha, o nome de sua tese era Philippe II ET la Franche-Comté, onde o autor não se preocupou, apenas, com questões políticas mas também com a “feroz luta entre classes rivais”, onde pode nos dar uma ideia de uma construção marxista, acontece que é bem diferente de Marx, pois o mesmo descreve a luta de classes “como um conflito econômico de ideias e sentimentos, tanto quanto cum conflito econômico” (pág. 17).

        O autor March Bloch, também frequentou a Écolo Normale, onde o mesmo teve uma influência muito grande do sociólogo Émile Durkheim. Ele se interessava por política contemporânea, mas no final acabou se especializando em história medieval. Assim como o autor Febvre, que tina comprometimento com a geografia, Bloch possuía compromisso intenso com a sociologia, os dois pensavam de um jeito interdisciplinar. “Bloch, por exemplo, insistia na necessidade de o historia regional combinar as habilidades de um arqueólogo, de um paleógrafo, de um historiador de leis (...)” (pág. 18). Esses dois historiadores que trabalhavam juntos, se conheceram quando ambos foram nomeados para ocupar cargos na Universidade de Estrasburgo.

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