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O Direito-Sociologia e Antropologia Geral

Por:   •  6/10/2019  •  Resenha  •  2.424 Palavras (10 Páginas)  •  269 Visualizações

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Docente: Douglas Araújo            Disciplina: Direito-Sociologia e Antropologia Geral

Discente: Alexandre Ávila de Vasconcelos Júnior

Resenha do texto de Sigmund Freud

Totem e tabu

Capítulos III e IV

NATAL/RN

Julho de 2019

Capitulo I

Freud começa falando da psicologia envolvendo o homem primitivo, tratando das tribos mais selvagens segundo ele (as australianas) e diz que por mais que a sexualização deles não obedeça aos atuais padrões da sociedade desenvolvida, ainda assim eles têm horror ao incesto, e proíbem relações incestuosas.

Ele fala do totem que é não é bem o símbolo religioso, mas é mais semelhante a uma entidade ancestral superior que é respeitada e adorada. E esse totem geralmente é um animal, mas em alguns casos pode ser uma planta ou um fenômeno da natureza e eles não possuem um lugar fixo. O totem pode ser herdado tanto da linhagem do pai quanto da mãe.

Freud fala também da firme relação do totemismo com a exogamia, e como há nessas tribos a proibição de casamentos com pessoas do mesmo totem. A origem desse atrelamento é desconhecida, mas são citadas teorias na obra, que dizem que a exogamia já existia separada ao totemismo, mas com o passar do tempo foi vinculada ao mesmo.

É falado sobre as relações sexuais dessas tribos totêmicas, e como elas se ligam com a questão do totemismo. Caso um homem de uma tribo tenha relações sexuais com uma mulher de uma tribo considerada inimiga ou proibida, o mesmo é morto e geralmente a mulher também é.  A exogamia está presente quando é citado que em um clã as pessoas do mesmo totem não podem ter relações sexuais, não apenas mãe e irmãs (relações incestuosas dentro dos nossos padrões morais), como também é proibido haver relações com todas as pessoas do clã que tenham o mesmo totem.

As relações matrimoniais são citadas no texto, e denominadas nas fratias (classes matrimoniais), e há toda uma complexidade envolvendo essas classes, que ainda possuem subclasses(subfratias). Basicamente ele diz que o objetivo dessa organização é evitar o incesto grupal, e uma consequência que se mostra aparente é uma limitação de possibilidades para casamento. É feita uma breve comparação com a Igreja Católica, dizendo q as fratias, serviram como uma expansão da exogamia, assim como foi feito pelos católicos, que inseriram ao conceito de incesto o matrimônio com parentes espirituais como padrinhos e madrinhas. O Horror ao incesto das tribos australianas é tão grande que, em algumas tribos, o filho é impedido de ver ou falar com sua mãe e irmãs.

Ele compara a situação das sogras e genros das tribos com da sociedade “civilizada”. Nas tribos os genros são impedidos de ver as sogras com suas regras de impedimento e na sociedade atual a sogra por muitas vezes é razão de piada ou então há um desprezo mútuo entre os indivíduos. É explicado por que isso acontece e toda a relação psicossexual que envolve sogra e genro, além da questão familiar, trazendo explicações sobre o matrimônio, a maternidade e os desejos.

Por fim, é feita uma relação de como os desejos incestuosos são tratados pela sociedade “civilizada” e pelas tribos. Enquanto na sociedade os desejos estão fadados a se tornarem inconscientes, nas tribos o horror a esse ato é tão grande, que eles utilizam de todas as maneiras possíveis para evitar que o incesto venha a acontecer.

Capitulo II

Ele começa falando do significado de Tabu e suas raízes históricas. Ele diz q o termo existe desde o período greco-romano, mas eram usadas palavras diferentes com o mesmo sentido. As antigas tribos da Ásia e África também se utilizavam do termo em suas culturas. Existem três tipos de tabu: o direto, o indireto e o intermediário. Basicamente é explicado que tabu é algo inabordável expresso principalmente em restrições e proibições.

Foi falado sobre as punições para a violação do tabu, que primeiramente era deixada a um agente interno automático, que era o próprio tabu. Com o surgimento da religião em um período posterior, a pena passou a ser imposta pela(s) entidade(s) da religião. O tabu é tido como a base do sistema penal das sociedades.

Freud falou da relação dos tabus com as tribos primitivas e como eles viam as proibições e as obedeciam sem questionar, como se aquilo fosse algo da natureza deles. A quebra de um tabu tem um impacto psicológico muito forte no membro que o quebra, gerando transtornos que podem findar em sua morte.

A primeira relação do tabu com o totemismo está relacionada ao tabu com os animais, que consiste em não comer ou não matar determinado animal. Pode-se concluir que esse animal, para ser o objeto de proibição desse tabu, deve ser o totem da tribo. Há uma relação de temor com o Tabu, que é classificado na obra como medo objetivado. Quando o tabu é referente a animais ou objetos eles contem uma maldição, e caso sejam quebrados, a maldição passa para aquele que o quebrou.

É dito que, há pessoas na sociedade “desenvolvida” que obedecem a tabus obcessivamente, assim como membros das tribos primitivas australianas. Freud afirma que essa atitude poderia ser classificada como doença do tabu. Na obsessão há um deslocamento do tabu, onde a pessoa não entra em contato nem mesmo com aquilo que a faz apenas lembrar do tabu.  Em resumo, é dito que a fonte da obsessão pode ser uma proibição ainda na fase da infância. A criança que tinha um desejo inconsciente de fazer algo recebe uma proibição imediata e então começa a se proibir disso conscientemente, e no fim, é esse conflito entro o consciente e o inconsciente que pode vir a gerar uma pessoa obsessiva no futuro.

A proibição está profundamente relacionada com o tabu e a vontade de quebra-lo. O desejo de quebrar o tabu passa a ser inconsciente a partir do momento que este lhe é imposto como proibido por uma entidade de autoridade maior.

Os determinantes psicológicos do tabu foram conhecidos por Freud a partir da neurose obsessiva. Isso demonstra a semelhança entre esses dois objetos de estudo, o que ele chama de concordância psicológica. Por mais que o foco da pesquisa seja o tabu, a comparação e a semelhança com a neurose obsessiva é iminente. No entanto, o tabu não é uma neurose e sim uma instituição social.

Para entender melhor o Tabu e toda sua origem, houve uma classificação nos 3 tabus mais rígidos das tribos primitivas. O relativo aos inimigos, aos governantes e aos mortos.

Com relação aos inimigos é um tabu que é usado até os dias de hoje, e tido como mandamento do cristianismo: “Não matarás!”. Foram citados vários exemplos de várias tribos que ao voltarem vitoriosos de uma guerra onde tinham matado seus inimigos, faziam rituais de purificação e ficavam de luto pelos inimigos, para que os fantasmas dos mesmos não os assombrassem.

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