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O JEITINHO E IDENTIDADE NACIONAL

Por:   •  23/11/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.561 Palavras (7 Páginas)  •  777 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

O presente resumo expandido, que será dividido em quatro tópicos, busca entender o significado do jeitinho, sua ultilização e seus valores. Para tanto, apresenta-se o jeitinho como elemento da identidade nacional brasileira que de certa maneira agrupa todos os elementos culturais aqui existentes, inserindo o conceito de antropológico de identidade social, a atualização do individualismo na construção do discurso sobre o jeitinho, a concepção positiva e a concepção negativa acerca do jeitinho.

 A metodologia do resumo expandido permite analisar, na prática apresentada por Lívia Barbosa em O Jeitinho Brasileiro, como são aplicados conceitos de Sociologia anteriormente estudados em sala de aula com o auxílio do livro Sociologia Geral de Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi (2010 .pp.81-120) como os de Processo Social, Grupo Social, Status e Papel Social.


  1. JEITINHO E IDENTIDADE NACIONAL

No começo da obra analisa-se o “jeitinho” como drama social do cotidiano brasileiro. A partir do capítulo 8 passa-se a uma análise voltada para a identidade social. Esta identidade sendo caracterizada como algo mais cultural, tendo um viés histórico e advinda das características de uma dada sociedade. Contudo, afirma-se que não existe um grupo com identidade acabada, permanente ou impossível de mudança, porque ela depende da lógica atual de dado grupo social.

Como exemplo, tem-se o trabalho de Copperbelt, de Epstein(1978). Nesta obra, o autor coloca a diferença encontrada entre as diversas tribos ali localizadas como grupo que são diferentes de tribo como categoria social.

Outro ponto que merece destaque é o fato de a identidade social obedecer a alguns princípios gerais básicos e não ser apresentada de forma aleatória. O primeiro destes princípios é o contrastivo, ou seja, quando uma dada característica é atribuída mediante comparação com outros grupos de mesmo teor.

A identidade nacional, abordada em coexistência com os aspectos determinantes de outras identidades, é responsável pela aglutinação de grupos que, naturalmente, se estabelecempossuindo suas próprias características e colaboram com a fragmentação das sociedades. No caso especifico da identidade brasileira, um mecanismo que colabora com essa mescla e atua na interpretação de valores, bem como os esplendores e mazelas sociais é o jeitinho brasileiro, que surge em meio a circunstâncias distintas, dando margem à compreensão ambígua desta identidade.

No contexto da sociedade brasileira, há dois patamares que se mantém, frente às ocasiões que se apresentam no cotidiano dos brasileiros: a valorização de nossa identidade (quando sentimos orgulho de ser parte integrante desse país) e o desprezo à mesma (quando sentimos vergonha), a determinação da impressão que vem à tona, porém, se dá apenas com a variedade de situações a que a população esta exposta.

Nos estudos realizados sobre a identidade nacional, o jeitinho brasileiro está presente como definidor da mesma. Pois quando é atribuída qualquer ação a esse termo, promove-se uma homogeneização da sociedade.

Quando o jeitinho brasileiro é referido como elemento de identidade nacional, significa que em determinados contextos os brasileiros “percebem” essas ações como próprias. É importante notar que essa “percepção” não é mesmo que acreditar que o jeitinho simbolize a totalidade da população, nem um comportamento típico ou uma essência exclusiva nossa.

Sendo o jeitinho visto como elemento de identidade nacional, não importa os fatores que causaram seu surgimento e nem por qual parcela da população ele é utilizado; o interesse é saber o que ele significa para população, quando e como é utilizado na nossa sociedade expressando seu valor.

  1. BRASIL, O PAÍS DO JEITINHO

O jeitinho como elemento da construção da identidade brasileira, apresenta a seguinte variável ideologia motivada pelo individualismo: o indivíduo referido e articulado a uma totalidade moral, sendo esta uma visão cosmológica. Essa variável juntamente com outras possibilitam ao indivíduo a construção de discursos diferentes, não sendo apenas para aspectos específicos, como o jeitinho, mas sobre a comunidade como um todo.

A situação ética é movida de acordo com o domínio que está sendo privilegiado naquele dado momento para o entendimento da sociedade brasileira. E quando marco mais expressivo para a compreensão do país for o seu desempenho político, econômico e social, em resumo, o individualismo definiria variantes ideológicas que precederiam e formariam a identidade nacional.

No Brasil, sempre que o valor englobante da análise for o individualismo, existe a formação da identidade social negativa, e de outro modo, sempre que o valor englobante não for o individualismo temos a identidade social positiva. As diferentes  ideologias no Brasil estariam muito mais ligadas a domínios e espaços da sociedade do que a segmentos sociais.

O processo de “individualização” é visto como negativo, e o indivíduo neste não tem valor central. E por vezes quando inseridos na sociedade os valores individualistas são vistos como “novos”, “modernos”, “revolucionários” e etc.

A amizade colorida, relações abertas, casamentos alternativos e etc. Nestas relações é permitido um percurso individualista a ambos os parceiros, não podendo haver poder de reinvindicação sobre qualquer um deles. Diferentemente dos valores hierárquicos e holistas que regem a maioria das relações , a atualização dos valores individualista necessitam ser elucidados para que possa haver “relação’.

Os ramos político, econômico, social e administrativo são guiados pelo código individualista, por exemplo, a liberdade civil e a igualdade de acesso. O individualismo aqui funciona como discurso autônomo. Direitos individuais, liberdade e igualdade são normas que conduzirão a sociedade, qualquer procedimento contrário a este é visto como estado social negativo.

O homogêneo comportamento político é um exemplo claro desse processo. A maioria dos discursos tem uma visão negativa da performance da elite política do país. Essa negatividade advém da diferenciação acorrida do que é dito nos discursos políticos e do que realmente é efetivado na vida pública e particular, trata-se do esquecimento das categorias que o elegeram. É esperado que o político aja como indivíduo e não como pessoa.

Porém no Brasil o código individualista encontra dificuldades para se realizar na prática social. A ideologia “moderna”, impessoal é derriba pela própria prática social, formando a identidade social altamente negativa. Advém daí a expressão “político é farinha do mesmo saco”, constantemente empregada pelo povo, por haver descrença generalizada na classe política brasileira, perceptível em todos os discursos do jeitinho. A execução do projeto individualista, no nível da prática social, é percebida como estado social positivo.

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