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O Príncipe

Por:   •  20/5/2017  •  Resenha  •  2.520 Palavras (11 Páginas)  •  192 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Nicolau Maquiavel nasceu na cidade de Florença (Itália) em 3 de maio de 1469. Foi o terceiro de quatro filhos. E morreu aos 58 anos de idade na mesma cidade em que nasceu em 21 de junho de 1527.

Ele escreveu a obra O Príncipe por meio de suas reflexões sobre a política da época, de forma prática e sem floreios. Esta obra nada mais é que um manual de como chegar ao poder e se manter nele. O autor dedicou-a a Lourenço II (1492-1519), influente e poderoso da família Medici e duque de Urbino, com o intuito de ver a Itália unificada e talvez conseguir um cargo público.

No entanto, Medici a acolheu friamente não dando ela a devida importância.

Posteriormente esse “manual para governantes” escrito por Maquiavel, foi fortemente utilizado por outros senhores, como o monarca inglês Henrique VIII e Catarina de Médicis, rainha da França.

Cabe ainda lembrar que muitas das práticas aconselhadas por Maquiavel devem ser interpretadas a luz do contexto da época, para que o leitor não se assuste com as medidas mais severas. Desse teor de “maldade” nas decisões frias e calculadas expostas por Maquiavel é que se dá o surgimento do termo “maquiavélico”. Por tanto, deve-se enxergar da forma como o autor propõe desde o início quando diz a Medici:

Não enfeitei esta obra nem busquei recheá-la de frases sonoras, termos pomposos, adornos, lisonjas ou floreios de estilo [...]. Não permiti que nada a tornasse agradável senão a profundidade e diversidade do assunto mesmo.

Capítulo I

Todos os Estados existentes no período em que Maquiavel escreve esta carta são Repúblicas ou Principados. (Maquiavel, p.37). Então prossegue explicando, neste contexto, as formas de ascensão ao poder. Estas são de duas formas: hereditária ou não (os não hereditários ele chamará de principados mistos no terceiro capítulo), e completa dando um exemplo de cada caso.

Capítulo 2

Em “Dos principados hereditários” Maquiavel trata da dificuldade de um governo se manter no poder de um estado novo que outrora fora um estado hereditário, visto que o povo já estava habituado com a antiga família real.

Por isso, aconselha que neste caso não se abandone procedimentos de seus antecessores, bastando contemporizá-los posteriormente com as novas situações. Desta maneira, alcançaria a conformação do povo e até seu apoio em caso de sofrer ataques posteriores.

Capítulo 3

O capítulo trata de estados que viram um novo soberano surgir após a queda de um outro. E ainda no início Maquiavel diz que as pessoas tendem a se levantar contra os governantes atuais desejando a mudança em busca de melhorias, mas que na sua opinião isso é um engano.

O autor ainda diz que territórios que conquistados pela segunda vez têm uma chance menor de serem perdidos.

Segundo o mesmo, o soberano deve buscar o equilíbrio entre seus vizinhos fortalecendo os mais fracos e enfraquecendo o mais forte, com a finalidade de evitar perigos futuros.

Capítulo 4

No quarto capítulo, explica que existem duas formas de governo dos reinos: por um príncipe e seus assistentes, que o ajudam a administrar; ou por um príncipe e vários barões, que exercem certo poder que estão sobre suas responsabilidades. Este último seria mais difícil de se administrar, pois os barões têm a lealdade de seus servos.

Há ainda uma característica mostrada no capítulo que é o comparativo entre a dificuldade de se conquistar um reino onde o príncipe tem poderes absolutos e um reino onde o monarca divide o seu poder com os barões. Onde diz que conquistar um reino no primeiro caso é mais difícil do que no segundo, pois os barões podem facilitar a sua queda ou se voltar contra eles.

Capítulo 5

O quinto capítulo Maquiavel reserva a conquista dos Estados regidos por Leis próprias. Sobre estes ele diz:

Três maneiras há de preservar a posse de Estados acostumados a governar por leis próprias: primeiro, devastá-los; segundo, morar neles; terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrecadando um tributo e formando um governo de poucas pessoas, que permaneçam amigas. (MAQUIAVEL, p.53)

A este novo governo de poucas pessoas, instituído pelo príncipe, terá ciência da necessidade de ter a amizade do mesmo e fará de tudo para agradá-lo e mantê-lo em bom acordo.

Capítulo 6

Neste capítulo, Maquiavel dedica aos principados novos conquistados pelas armas e de maneira nobre. A este afirma que “os homens que conquistam com honra ou por mérito, conquista com dificuldade, mas preserva seu trono com mais facilidade”. (MAQUIAVEL, p.57).

Afirma ainda que o novo príncipe que ascende por mérito, muitas vezes é obrigado a residir no Estado por não ter outras posses, o que ajuda bastante a mantê-lo no trono.

Além disso, deixa também neste capítulo, em seu início, um provérbio ao príncipe, diz que o homem prudente há de escolher o caminho que os grandes trilharam.

Apresenta com isso, a idéia de que quem altera a ordem das coisas, costuma encontrar dificuldades, pois mexe com aqueles que eram beneficiados pela ordem antiga.

CAPÍTULO VII

Escreve aos principados novos conquistados com armas e virtudes de outros. Na situação analisada aqui, o príncipe chega ao poder sem muito esforço. Afirma Maquiavel que os problemas sucedem a chegada ao poder, pois o príncipe pouco se esforçou para chegar até ali e a perseverança é muito penosa para ele agora.  

Há ainda os príncipes que chegaram ao poder corrompendo os soldados. Ressalva Maquiavel (2004, p.59): “Esses príncipes dependem somente da vontade e da boa fortuna dos que lhes concederam o Estado [...]”, pois provavelmente não sabem comandar e chagando ao poder desta forma, não tem amigos.

CAPÍTULO VIII

Aqui são apresentados dois modos de tornar-se príncipe, de forma a não ser atribuído inteiramente à fortuna: por meio da perversidade e atos criminosos ou pelo favor dos concidadãos.

Ele discorre sobre o exemplo de dois personagens que chegaram ao poder por meios cruéis: Agátocles, que por meio de suas habilidades militares e cruel perversidade alcançou um cargo alto, o que possibilitou seu golpe contra todos os senadores e homens mais ricos do reino de Siracusa, matando todos e por fim se tornando querido pelo povo; e Oliverotto de Fermo que continuou com suas crueldades após chegar ao trono, e acabou sendo morto por outro soberano.

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