O SISTEMA DE COTAS NO BRASIL
Por: l78l35l • 2/11/2020 • Dissertação • 350 Palavras (2 Páginas) • 303 Visualizações
O SISTEMA DE COTAS NO BRASIL
No Brasil, o sistema de cotas ficou conhecido em meados dos anos 2000, quando a
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) criou um sistema de cotas em
vestibulares para cursos de graduação por meio de uma lei estadual que estabelecia 50%
das vagas do processo seletivo para alunos oriundos de escolas públicas cariocas.
Posteriormente a Universidade de Brasília (UnB) implantou uma política de ações
afirmativas para negros em seu vestibular de 2004, em meio a muita discussão e dúvidas
dos próprios vestibulandos. A instituição foi a primeira no Brasil a utilizar o sistema de cotas
nos seus processos seletivos.
Atualmente, todas as instituições de ensino superior públicas do Brasil, destinam parte das
vagas para o sistema de cotas em seus processos seletivos. Com a aprovação da lei nº
12.711, de agosto de 2012, conhecida também como Lei de Cotas, todas as instituições de
ensino superior federais foram obrigadas a destinar metade de suas vagas nos processos
seletivos para estudantes oriundos de escolas públicas. A distribuição dessas vagas
também leva em conta critérios raciais e sociais.
Para muitos, as cotas ferem, de certa forma, a autonomia da instituição, partindo do
princípio de igualdade. Além disso, faz com que seja desconsiderado qualquer investimento
de melhoria na educação básica. Em contrapartida, para outros, o sistema de cotas é o
caminho para uma menor desigualdade social e racial, além de, ao mesmo tempo, ser uma
medida facilitadora para a integração social.
O objetivo das cotas é tentar corrigir a injustiça histórica, herdada do período escravista e
que resultou em um menor acesso ao ensino superior e, consequentemente, a menores
oportunidades no mercado de trabalho para negros e índios, além da dívida histórica que o
país tem com os afrodescendentes por anos de exploração.
As cotas sociais representam os motivos de sua própria existência. O abismo existente
entre escolas públicas e particulares, fornece claramente, oportunidades distintas a
estudantes de classes sociais diferentes. Sem as cotas para os estudantes de classes
sociais menos favorecidas, as cadeiras nas melhores universidades continuarão sendo
conquistadas por candidatos com melhor estabilidade financeira. O ideal seria qualificar o
ensino público, mas isso levaria décadas. A reserva de vagas dá oportunidade aos menos
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