O idoso e a relação familiar
Por: 230420 • 23/8/2016 • Trabalho acadêmico • 1.201 Palavras (5 Páginas) • 667 Visualizações
1 O idoso e a relação familiar
A violência contra a pessoa idosa no âmbito familiar é um problema que se agrava e se estende, gradativamente, nos dias atuais. O idoso se torna uma vitima fácil, por, muitas vezes, depender de seus familiares em diversos aspectos, seja nos cuidados da saúde, nas relações sociais, na dependência financeira ou ate mesmo pela simples convivência familiar. As consequências extraídas dessas violências, causadas por familiares são incalculáveis e irreparáveis, pois gera na pessoa idosa frustração, medo, depressão, traumas, sentimentos de perda, culpa e de exclusão. O idoso tende a viver com sofrimentos e renega à convivência social.
De um modo geral, os abusos familiares contra o idoso é o que mais preocupa, pois é na família que a pessoa idosa encontra laços fraternais, o seu habitat, a sua história, uma segurança como forma de proteção humana. O idoso se sente protegido por permanecer sobre a companhia daqueles parentes que ele ajudou a evoluir sua geração, são rostos conhecidos que representam a continuidade de sua existência.
Fato é que segundo o Estatuto do Idoso, a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem estar e o direito à vida. Sendo que o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos, para que o idoso não deva sofrer discriminação de qualquer natureza.
Vale ressaltar que a família é a primeira a ser convocada a zelar e cuidar para que os direitos dos idosos sejam cumpridos na sua integra. É a família que deverá fornecer um ambiente propício a um envelhecimento tranquilo e sereno, com compreensão e dedicação entre seus integrantes, proporcionando um envelhecimento ativo, participativo, e isento de exclusões, quer seja familiar, quer seja na comunidade. Desta forma, os filhos têm para com os pais, as mesmas obrigações que os pais tiveram com seus filhos, antes da velhice.
O fato é que nem todos tem a paciência, ou a disponibilidade para cuidar dos seus idosos. A falta de tempo disponível para fornecer amor, carinho, atenção, torna-se a desculpa mais usada para retirar o peso dos ombros daqueles que ficam com a responsabilidade moral de cuida-los.
Vários são os casos que relatam as situações em que filhos deixam seus pais nas portas de asilos com a desculpa de que voltam para pegá-los depois e nunca mais retornam. Ao perder o contato com seus filhos e com a família, esses idosos são privados da convivência familiar. E quando os idosos são “expulsos” de seus lares, automaticamente, suas raízes são cortadas e os vínculos familiares de amor e afetividade são destruídos. E no asilo muitos idosos se sentem abandonados por sua família, assim como à senhora M.A.S, que relata que se sente abandonada:
[...] me sinto abandonada por eles. No inicio eles vinham né, perguntavam como eu estava, traziam uns agrados, mas a gente brigava ainda, quer dizer no inicio alguns sentiram, mas depois às vezes iam me visitar e tinha desavença, porque eles não aceitam minha opinião, então foram deixando de vim, os meus filhos que moram distante vem, mas é difícil, eles veem que eu estou amparada e não se preocupam mais, mas a gente sente falta.(PESQUISA DE CAMPO 2015)
As obrigações de proteger, amparar, cuidar, e outros são deveres morais e quando descumpridas, geram danos emocionais. Onde somente aqueles idosos que passaram por essa situação de abandono é que podem expressar toda a dor sofrida com a rejeição dos familiares mais próximos, e porque não dizer, os filhos logo os que deveriam proteger seus pais como se fossem suas próprias vidas. Esse sentimento de rejeição, consequentemente, poderá causar danos de ordem moral devastadores, causando doenças, que ocasionarão, certamente, a diminuição dos anos de vida e a sensação de perda da dignidade humana, amplamente protegidos no Ordenamento jurídico.
A partir do momento que a família deixa de cuidar, de proteger e de ajudar, o Estado tem a função de “assumir” essa responsabilidade com o idoso, como se fosse qualquer outro cidadão que tivesse sofrido algum tipo de violência ou abandono. As instituições asilares é o lugar ideal para o idoso, é um novo lar, é aonde ele vai se sentir acolhido deixando de lado o abalo e a fragilidade emocional. E ali que o idoso vai se encontrar, vai haver pessoas com as mesmas situações onde de certa maneira vão poder se entender, diferentemente daquela situação onde ele se encontrava antes com a família. No asilos os idosos se sentem bem, afirma a idosa M.A.S, quando relata que:
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