OS PRÉ-SOCRÁTICOS
Por: Annajuliac • 17/5/2018 • Exam • 1.097 Palavras (5 Páginas) • 112 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
DIREITO
ANA BEATRIZ DIAS CARVALHO
SEMINÁRIO: “OS PRÉ-SOCRÁTICOS”
Belo Horizonte
MG
01. Homero, através de suas obras Ilíada e a Odisseia junto aos jogos olímpicos, oferecia uma referência comum que unia os pequenos vilarejos, muitas vezes separados por obstáculos geográficos ou até mesmo pelos próprios princípios. Os poemas serviam não só como vínculo linguístico, mas também como cultural e histórico, fornecendo uma identidade homogênea que representava a civilização grega de então. Nos poemas homéricos já se encontravam imagens simplistas do cosmo, porém que não se comparavam ao nível de sofisticação atingido por astrônomos babilônios, que mil anos antes já haviam compilado tabelas detalhadas dos movimentos dos planetas.
Tales de Mileto, o qual nasceu em 624 a.C., fundou a escola iônica, era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia antiga, tinha uma reputação legendária devido ao seu grande conhecimento e ainda fundou a tradição filosófica ocidental. Usando seu conhecimento astronômico e meteorológico, provavelmente herdado dos babilônios, previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedência, meio pelo qual alugou prensas de azeite de oliva e fez sua fortuna. O filósofo acreditava em que tudo é água, ou seja, cria na reciclagem da água como a physis do mundo.
Anaximandro, também de Mileto, aproximadamente quatorze anos mais jovem que Tales, levou as ideias do filósofo a outro nível de sofisticação, postulando que o Universo era eterno e seu centro ocupado pela Terra, à qual atribuiu uma forma cilíndrica.
O discípulo mais famoso de Anaximandro foi Anaxímenes de Mileto, o qual, seguindo o espírito da escola iônica, também pressupôs uma substância fundamental da Natureza. Para o filósofo, o ar, à medida que sua densidade mudava, compunha todas as coisas. Quando rarefeito, o ar se tornava fogo; mais denso, o ar se tornava vento e, subsequentemente, água, terra e pedra. Surgindo também com a ideia do que, hoje, entende-se por "céu", porém de forma muito mais simples e não totalmente correta.
O último dos iônicos de importância no texto é Heráclito de Éfeso, o qual floresceu por volta de 500 a.C. Devido ao seu estilo baseado em charadas de difícil compreensão, Heráclito era conhecido como "o Obscuro". Seu sarcasmo e suas constantes críticas a outros filósofos lhe valeram poucos amigos ou discípulos. Para o filósofo, a substância básica era o fogo, possivelmente devido ao seu poder de transformar as coisas, de pô-las em movimento. O foco de sua filosofia, entretanto, eram as transformações criadas pela tensão entre os opostos (cada oposto faz gerar seu oposto - origem através do seu contrário - o movimento como gênese). A base para o pensamento de Heráclito, portanto, era o mundo como devir eterno, ou seja, a constante mutabilidade e a relação de opostos para o surgimento do novo.
Parmênides (515 - 450 a.C), ao contrário de Heráclito, acreditava que a mutação é ilusória, uma vez que a mudança implica transformação, algo que é não pode mudar. Para o eleático, diferente da mera especulação dos iônicos, a essência da realidade na plenitude do ser. Eon, portanto, não pode ser criado por algo, já que isso implica a existência de outro Ser. Do mesmo modo, Eon não pode ser criado a partir do nada, pois implica o Não-ser. Para o filósofo, Eon simplesmente é.
Zenão, discípulo de Parmênides, expressava seus pensamentos através de paradoxos, o mais famoso era o da corrida entre Aquiles e a tartaruga. Através de seu conhecido paradoxo, o filósofo desejava mostrar que, se a tartaruga começar na frente, Aquiles jamais conseguirá ultrapassá-la e, como para vencer a corrida Aquiles tem que se mover, se ele não ultrapassar a tartaruga, fica provado que, pelo menos em teoria, o movimento é impossível.
Já na escola pitagórica - filosofia que influenciou e moldou o pensamento de alguns dos maiores filósofos e cientistas da história, incluindo Platão e Kepler - seu fundador, Pitágoras de Samos, talvez devido à possível influência recebida dos iônicos através de Anaximandro, também acreditava em uma substância primária responsável por tudo que existe no cosmo, os números. Para o filósofo, a busca não era apenas racional, mas também mística. Os números eram a ponte entre a razão humana e a mente divina e seus seguidores deveriam seguir uma intoxicação do espírito pela beleza do número para se atingir um estado catártico. Através da lógica da música, a matemática era associada à estética e os números à beleza. Surgindo, então, as formas geométricas e, até mesmo, os primeiros estudos sensoriais humanos ligados à música (devido à lógica numérica).
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