Oliver Twist: Trabalho infantil

Instituto Federal de São Paulo - Campus Suzano

Curso Técnico em Administração - Módulo 1

Direito e Legislação Trabalhista

Adriana Nathalia da Silva

Análise do filme: Oliver Twist, 2005, dirigido por Roman Polanski

Oliver Twist é um garoto, que, depois de perder os pais, vai parar em um orfanato que explora mão-de-obra infantil. Após não se dar muito bem no local, ele é levado para viver com uma família que fabrica caixões, porém, os maus tratos não acabam. Por isso, ele resolve ir embora de lá, e vai em direção a Londres. Assim que chega em seu destino, com os pés em carne viva, sem ter o que comer e onde ficar, o menino conhece Artful, um pequeno ladrão. Oliver é levado por Artful para um abrigo, onde vivem Fagin e outros garotos que fazem do furto sua forma de sustento. Em meio a uma confusão, Twist é levado por um fidalgo, e em sua casa, ele é tratado de forma que torna o homem a figura mais próxima de um pai.

Além de toda a romantização em volta do carinho que o fidalgo sente pelo protagonista, o que mais nos chama a atenção, é o fato de haver um orfanato que realiza a exploração da mão-de-infantil. No local, as crianças trabalham por um longo tempo, e, como se não bastasse, não recebem a devida alimentação. Pode-se perceber isso quando um dos meninos alega não conseguir dormir por estar demasiado faminto. Há ainda, uma crítica quanto ao assunto, que é quando Oliver pede por mais uma porção de comida e ele é visto pelos coordenadores do orfanato como um garoto ingrato e desobediente e, assim que o supervisor dos meninos chega para contar o ocorrido aos diretores, vemos que os mesmos estão realizando uma ceia com uma mesa farta e cheia de alimentos, enquanto as crianças passam fome por comerem apenas uma porção de mingau.

A realidade do trabalho infantil é algo que não aconteceu apenas em uma Inglaterra vitoriana, que é onde ocorre a exploração realizada pelo orfanato. Pode-se perceber que existem razões históricas para o trabalho infantil. É uma prática que ocorre desde a primeira revolução Industrial, em que homens, mulheres e crianças trabalhavam em situações precárias, na maioria das vezes em fábricas, para garantir seu sustento. Infelizmente, o trabalho infantil é algo que ainda acontece nos dias de hoje, como uma forma de economia por parte de empresários, para obter uma mão-de-obra mais barata na fabricação de seus produtos e, assim, crianças têm seus direitos negligenciados e suas imagens difamadas, por um pensamento lucrativo.

De acordo com o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente, “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Porém, tais direitos não são garantidos quando ainda hoje temos que enfrentar o grande problema referente à mão-de-obra infantil. Para que o mundo seja mais articulado como uma sociedade igualitária e justa, deve-se extinguir tal prática que prejudica um grande número de crianças que deixam de ter uma infância regular e saudável, causada pela ambição de pessoas que visam conquistar bens materiais sem se importar com o que nossas crianças sofrem.