RESENHA E ANÁLISE CRÍTICA DOCUMENTÁRIO: INDÚSTRIA AMERICANA
Por: Eduarda Ventura • 1/3/2021 • Resenha • 1.159 Palavras (5 Páginas) • 1.504 Visualizações
RESENHA E ANÁLISE CRÍTICA DOCUMENTÁRIO: INDÚSTRIA AMERICANA
a) Resumo objetivo sobre o objeto/tema do documentário e como ele se desenrola;
Indústria Americana se passa na cidade de Dayton, Ohio, nos Estados Unidos, no ano de 2008. Em meio à uma crise financeira já existente, ocorre o fechamento de uma das fábricas da General Motors, atingindo a cidade diretamente, com o encerramento das atividades ocorreu uma demissão em massa.
Em meados de 2015, os chineses veem a oportunidade expandir seus domínios, implantando uma das filiais do grupo Fuyao naquela pequena cidade, na antiga fábrica da GM. A empresa fabricante de vidros, seria um investimento de capital estrangeiro para revitalizar o negocio local e trazer de volta os empregos de manufatura.
Foram contratados cerca de dois mil trabalhadores, dentre eles, americanos e chineses trazidos das outras filiais, com o objetivo de instruir e supervisionar os americanos, uma cooperação visando não só o trabalho, mas também, uma estratégia de integração entre os dois povos, o que gera um choque cultural entre os países. No desenrolar do documentário, podemos observar que a estratégia implantada, resulta na amizade entre alguns dos trabalhadores, chegando até a pescarem juntos e aprender sobre a cultura americana, no caso dos chineses.
Porém, ao longo do filme, podemos perceber a inversão de valores, na qual, os moradores que diante ao crítico momento econômico, viram na abertura da nova fábrica a oportunidade de se reestabelecerem nos empregos, mas passam a fazer parte da classe que ocupa os subempregos, antes destinados aos imigrantes e não-americanos, sendo submetidos à condição de mão de obra barata e exploração por parte da empresa.
Acompanhando a rotina da fábrica, junto aos trabalhadores – desde os operários até os cargos mais altos, o filme relata de forma detalhada o modelo atual do mercado de trabalho, as diferenças entre as relações trabalhistas e trabalhistas culturais de ambos os países e, salienta ainda a relevância dos sindicatos na reivindicação dos direitos trabalhistas.
O documentário além de argumentar o choque ideológico entre China e Estados Unidos, faz com que percebamos a valoração do trabalho e traz a tona um assunto considerável na atualidade: a substituição da mão de obra por maquinário - a automação industrial, nos levando a refletir sobre um futuro próximo, se estaríamos aptos a essa mudança e como nos estabeleceremos mediante essa transformação.
b) Passagem ou debate que mais lhe chamou a atenção;
A cena que mais me chamou atenção foi o momento em que os trabalhadores sofrem perseguição, uma forma de oprimi-los para que desistam de implantar o sindicato naquela empresa; mas em especial uma mulher, negra, que, diante sua manifestação de interesse nas questões sindicais, é designada a realizar sozinha uma função em que é necessário duas pessoas, a medida é tomada como forma de opressão, o que viola a legislação, se tratando de assédio moral.
c) Indicar os temas/debates abordados no documentário que são comuns ao Direito Brasileiro e ao mercado de trabalho brasileiro.
O foco do documentário é a classe trabalhista e, cada país tem uma cultura e normas trabalhistas diferentes, a cultura trabalhista dos dois povos é descrita de forma comparativa, porém imparcial. Diferente ao regime de trabalho seguido pelos chineses, os americanos estão mais à frente, com leis trabalhista que inclusive, são as que mais se aproximam do direito brasileiro - já que que a reforma trabalhista instaurada no Brasil foi trazida dos Estados Unidos.
A empresa Fuyao estabelecia três turnos de oito horas cada, no qual o empregado tinha 30 minutos de almoço - tempo que não era pago e, duas pausas remuneradas, de 15 minutos cada. Porém, os chineses estão acostumados a trabalhar quase sempre por mais de 12 horas diárias e, por trabalharem mais horas se sentem superiores, assim, cobram que os americanos trabalhem mais. Nos EUA, a jornada de trabalho não pode exceder 8 horas, e as horas extras são opcionais, jornada esta que se aproxima ao regime brasileiro. Quanto às horas extras na China, são bem dizer obrigatórias e, é inaceitável para os americanos tratar desta forma, uma vez que as leis trabalhistas não permitem.
Além das condições estressantes de trabalho,
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