Resenha Crítica Antígona

Resenha Crítica – Antígona

A obra de Sófocles traz a tona um elemento interessante, que é o dilema entre o direito positivo e a justiça, na peça isso é fielmente retratado na luta de Antígona pelo direito de enterrar seu irmão de forma digna, tendo do outro lado a resistência do tirano Creonte que detinha o poder da lei.

Baseando-se nesse elemento, faço a reflexão de até que ponto se poderia chegar para combater o direito estabelecido, mas injusto? Na obra, Antígona chega até a morte por descumprir ar regras de Creonte. No meu pensamento, não precisaria chegar a esse ponto para a realização da justiça propriamente dita, mas a luta é válida, se vier a calhar em uma aproximação do direito com a justiça.

O direito é cíclico, é mutável, diante dessa reflexão, podemos até trazer alguns elementos relatados por Ihering quando fala da luta pelo direito, que ao analisar Antígona não deixa de ser uma luta, mas fora dos ditames da lei. Nesse embate, acho a atitude de Antígona louvável, pois naquele contexto presenciava-se uma tirania, em que não poderia questionar as decisões de Creonte, e no caso, a punição de quem não cumprisse as regras estabelecidas seria a morte, portanto não haveria outra maneira de questionar aquele direito. Olhando para a nossa atualidade é evidente que temos outras maneiras de questionar o direito positivado se ele não nos traz a justiça, sendo possível transformá-lo utilizando-se de mecanismos legais. Assim como disse no parágrafo anterior, a importância está na luta visando à correção das possíveis falhas do direito positivado.

Outro aspecto interessante tratado na obra, é a quebra de paradigma trazida por Sófocles na época em que a vida pública era apenas de competência masculina, colocando uma mulher como o centro da discussão contra a tirania instaurada.

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