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Resenha Documentário "Sem Pena"

Por:   •  25/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  596 Palavras (3 Páginas)  •  472 Visualizações

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Feito por: Arthur Barbosa

Resenha: Documentário “Sem Pena”

Eugênio Puppo, majestosamente, dirigiu esse documentário, onde traz a realidade do sistema carcerário no Brasil. É um trabalho excelente à medida que retrata a morosidade da justiça, o abandono dos casos pelos advogados, o silêncio de todo poder judiciário, a conduta errônea de determinados delegados, a frieza de quem trabalha no cárcere e principalmente o poder paralelo que é o PCC.

Mais do que um documentário é uma denúncia do que existe por detrás de um sistema falido, que quando se é para recuperar o apenado, na verdade acaba por condená-lo ainda mais. Como uma dos entrevistados mesmo diz “ coloque um cavalo aqui, neste inferno, para ver quantos dias ele dura”. Só o homem, mesmo, suporta essa vida enclausurada e abandonada por todos, principalmente pela família.

Durante a confecção do documentário, Puppo aproveita a questão sonora para montar o trabalho com músicas, que se for prestar bem atenção, lembra rajadas de metralhadoras e fuzis. Na verdade é bem isso mesmo. O país vive na mira de rajadas de fuzis. A toda hora se é fuzilado de uma maneira ou de outra. Ou o cidadão leva um tiro de uma bala perdida ou se perde nos confins das celas. Não se consegue compreender, na verdade, se quem sofre mais, que é o mais apenado, se é a pessoa que está no cárcere, se é a vítima, se é a família da vítima ou se o próprio sistema judiciário é a vítima de um sistema legislativo onde grande parte dos legisladores deveriam volta para o picadeiro.

Justiça? Onde? Esse pensamento pôde ser confirmado, de plano, nesse primeiro filme, cuja excelência foi desembocar na mostra competitiva do 47º Festival de Brasília. Provavelmente poucos legisladores estiveram presentes para ver o resultado das péssimas leis que são aprovadas dia após dia, no Brasil. Essa reflexão crítica, que é o documentário, deveria ser exibido em todos os anos eleitorais, principalmente pelas emissoras de tv abertas. Quem sabe se o povo não acorda, vendo o que não querem ver.

Uma das partes que mais toca, nesse documentário, é a questão do descaso com as visitas dos familiares. As pessoas já estão arrasadas, sem dignidade, sem dinheiro, sem perspectivas, sem saída e ainda têm que se submeterem aos caprichos das regras criadas pelos diretores dos presídios. No depoimento de uma das mães de uma apenado fica bem claro o sistema capitalista invadindo um lugar onde se deveria prezar pela compaixão, amizade, condolência e por aí à fora, agora torna-se uma terra sem lei.

Gente que está lá, jogada há anos, sem família, sem advogado, sem comunicação, sem ressocialização, sem vida. Essa parcela da sociedade prefere, com o passar dos anos, ficar lá mesmo. Lá já se fez amizades, já se encontrou parceiros de cela, já se tem um ratinho de estimação, uma barata por companhia. O inferno é lá dentro ou lá fora? Não se sabe mais precisar o que é real e o que é fictício.

Outro ponto alto do filme é a exposição de como se dá o processo de investigação de um denunciado. Quem fala primeiro, quem ouve, quem decide, quem acua a vítima e quem é acuado. Sim, porque quando se está frente ao promotor, juiz e advogado de acusação se está como um animal...acusado mesmo. Acusado é outra coisa!!!

Enfim,

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