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Resumo do livro Trabalho Compulsório e Trabalho Livre na História do Brasil

Por:   •  26/8/2016  •  Resenha  •  2.263 Palavras (10 Páginas)  •  1.001 Visualizações

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Trabalho Compulsório

Índios

O trabalho compulsório no Brasil começou por volta de 1500 com a escravidão dos índios, quando as primeiras atividades dos europeus no litoral brasileiro foi a extração de pau brasil. A experiência dos indígenas em extrair a madeira foi observada pelos portugueses, que inicialmente ofereciam quinquilharias em troca do trabalho, mas logo os índios começaram a exigir produtos mais caros, tornando o trabalho mais dispendioso. Mas essa situação mudou com a introdução do cultivo de cana de açúcar, que sem capital suficiente para comprar escravos africanos, começaram a empreender “guerras justas” contra os índios, dando a desculpa perfeita para aprisiona-los e leva-los ao trabalho nos engenhos.

Este evento ocorreu no país inteiro, por exemplo, na Amazônia onde eram obrigados a coletar drogas do sertão como o cacau, canela, cravo, etc. Mas alguns fatores favoreceram para o fim da escravidão indígena e o começo do tráfico negreiro para o Brasil, entre elas, as fugas constantes dos índios para regiões onde pudessem ser livres, a ajuda dos jesuítas que sempre se opuseram à escravidão, a baixa resistência às doenças ocasionadas pelo contato com os brancos e finalmente o lucro que o tráfico negreiro traria para o comércio colonial.

Escravos Africanos

A força de trabalho escravo foi a principal mão de obra utilizada nos séculos XVII, XVIII e XIX, começando pelo litoral e depois se alastrando para o interior, estimando-se mais ou menos 4 milhões de negros trazidos como escravos para cá. Na África, a mulher tinha papel importante no trabalho agrícola local, deixando o seu valor de venda mais caro que o do homem, por isso, a cada dez escravos, sete eram homens, que de preferência deviam ser jovens, saudáveis e em pleno vigor físico. Eles vieram principalmente da África Ocidental, e a viagem acontecia de navio, que chegava a transportar entre 200 e 600 cativos, todos acorrentados e separados por sexo, sujeitos a maus tratos e doenças. A viagem de Angola ao Rio de Janeiro durava cerca de um mês e a que partir de Moçambique, 2 meses. Chegando ao Brasil, ficavam em quarentena antes de serem expostos no mercado público. O principal destino deles era o nordeste do país, onde eram levados para os engenhos de cana de açúcar ou para ricas fazendas de café no Rio de Janeiro e São Paulo. Suas funções não estavam somente ligadas à colheita, mas também na preparação de alimentos, construção de casas, olaria, corte de madeira, canalização de água, criação de gado, transporte do café.

A mineração também utilizou vasta mão de obra escrava, principalmente em Minas Gerais, no fim do século XVII, e foi na mineração que os escravos tinham maior acesso à alforria graças a possibilidade de reunirem pecúlio. Muitos desses que compravam a sua liberdade, reuniam mais dinheiro para comprar escravos.

A pecuária também usou escravos, mas em menor número e com condições de vida e de trabalho melhores. Predominavam crioulos (escravos nascidos no Brasil), o número de homens e de mulheres era equilibrado o que facilitava o casamento entre eles, e como consequência, aumentava o número da população escrava infantil.

Na cidade, os escravos também encontravam uma vida melhor do que aqueles que tinham atividade rural. Nas cidades eles circulavam de forma livre, tendo contato com pessoas de outras condições sociais, e tinham um controle menos severo por parte de seu senhor. Desempenhavam atividades manuais, transporte de carga, tarefas domésticas, obras públicas, comércio ambulante e artesanais. Foram os escravos urbanos e domésticos que conseguiram as mais altas taxas de alforria. Mas aqueles que conseguiam ou ganhavam a sua liberdade, nunca conseguiam se igualar, em direitos, à população branca e livre.

Mas independentemente da função produtiva, sempre existiam protestos, fugas e rebeliões por parte dos escravos, o que possibilitou na criação dos quilombos, local onde quem se negava a continuar vivendo sob as condições do escravismo procurava. Ali viviam da agricultura, mineração e de assaltos e o mais famoso quilombo da história foi o Quilombo dos Palmares em Alagoas, que chegou a abrigar mais de 10 mil escravos e perdurou por todo o século XVII.

Trabalho Livre

Migrantes Nacionais

Com a chegada do fim da escravidão em meados do século XIX, a migração inter-regional de escravos e libertos aumentou bastante. O que contribuiu para tal fato, foi a disseminação de novos setores como a indústria e serviços e, já no século XX, o crescimento urbano.

A circulação de escravos se deu principalmente para o Sudeste, nas plantações de café. Mas foi o deslocamento de trabalhadores livres o mais expressivo. Boa parte desses migrantes vinha da região Nordeste do país, que sofria com falta de chuvas que chegou matar animais. Sempre se deslocavam para as cidades, como por exemplo, Fortaleza, em busca de comida, formando gigantescos acampamentos, sem condições de higiene, propiciando em 1878 uma epidemia de varíola que matou mais de 30 mil pessoas. As autoridades sem poder atender a tantas pessoas, passou a fornecer passagens de navio para outras localidades, afim de aliviar a tensão. Boa parte, se deslocaram para o Amazonas e Pará, já que a extração de borracha estava no auge e outra parcela foi para o Sudeste.

Imigrantes Internacionais

Na última década do século XIX, a imigração internacional foi a alternativa escolhida para suprir a demanda de mão de obra na região Sudeste, que sofria com o preconceito dos fazendeiros com relação à mão de obra doméstica e mestiça, avaliada como preguiçosa e indigna de confiança, ao contrário da força de trabalho branca europeia, bem como pelo temor que os proprietários tinham daqueles que participaram do movimento abolicionista. O pico da imigração ocorreu entre 1800 e 1914, ou seja, até o início da Primeira Guerra Mundial. Outros dois períodos foram significativos: 1919 até 1930 e 1946 até 1963, período anterior e posterior à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, respectivamente. Mas após 1930, o movimento imigratório diminuiu, mas continuou a entrada de estrangeiros no país, mas não para a atividade agrícola, e sim para as áreas urbanas. A maioria deles sendo de nacionalidade portuguesa, seguido da italiana, espanhola, alemã e japonesa.

Com o trabalho dos imigrantes ocorreu uma valorização social do trabalho, antes considerado degradante. O trabalho da mulher começou a ser valorizado, mesmo vigorando a ideia de que a mulher só deveriam fazer atividades domésticas. A principal empregadora das mulheres

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