Resumo sobre liberalismo
Por: lukas_direito17 • 28/8/2017 • Trabalho acadêmico • 334 Palavras (2 Páginas) • 307 Visualizações
O que é importante ter em vista é a clara diferença entre o liberalismo europeu, como ideologia pensada por novos setores emergentes e modelados na luta contra os privilégios da nobreza, e o liberalismo brasileiro que foi canalizado e adequado para servir aos interesses das oligarquias e dos grandes proprietários de terra. Esse lado das origens do nosso liberalismo é muito reconhecida, porque a falta de uma “revolução burguesa no Brasil restringiu a possibilidade de que se desenvolvesse a ideologia liberal aos moldes em que ocorreu em países como Inglaterra, Estados Unidos e França”. Em tais países, o liberalismo foi a doutrina política que representou a ascensão da burguesia contra o absolutismo. Já no Brasil, o liberalismo expressaria a “necessidade de reordenação do poder nacional e a dominação das elites agrárias”, processo que foi marcado pela ambivalência da junção de “formas liberais sobre estruturas de conteúdo oligárquico”, ou seja, a divergente oposição que iria prevalecer ao longo de toda a tradição republicana.
Na verdade a principal limitação ao liberalismo do Brasil foi sua convivência com a institucionalização do escravismo. Em tal situação, os discursos afirmando a soberania do povo, pregando ideias de igualdade e liberdade soariam falsos, já que se pretendia manter uma grande parte da sociedade escravizada e alienada da vida política a outra parte.
Eram muito contraditórias as ideias de liberdade entre as camadas da sociedade. Para a camada marginalizada, o liberalismo deveria simbolizar o fim dos preconceitos de cor, a igualdade econômica e a transformação da ordem social. Já para a camada que participou direta e ativamente do movimento em 1822, o liberalismo representava instrumento de luta visando à eliminação dos vínculos coloniais.
O Estado liberal brasileiro nasceu “em virtude da vontade da elite dominante e não em virtude de um processo revolucionário”. Sendo assim, o liberalismo se apresentava como “a forma cabocla do liberalismo anglo-saxão”, que se preocupava com a necessidade de ordenação do poder nacional.
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