TRABALHO ACADÊMICO PARA AJUDAR NO ENTENDIMENTO DO ALUNO
Por: CarlaMonique • 23/11/2017 • Trabalho acadêmico • 7.184 Palavras (29 Páginas) • 267 Visualizações
A LITERATURA INFANTOJUVENIL COMO ALICERCE NA PRÁTICA DE LEITURA: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA COM OS ALUNOS DO 6º ANO
Brenda Alves da SILVA[1]∗
Fábio Anderson Correa CAMPOS
Vania do Socorro Gomes e SILVA
Orientador: Jose Barreto Romariz dos SANTOS-JUNIOR[2]∗[3]∗
RESUMO
Este artigo é resultado de uma pesquisa que aborda as estratégias utilizadas pelo professor de Língua Materna/Portuguesa (doravante LM/LP) na didatização das aulas de Literatura Infantojuvenil. Teve-se como objetivo verificar quais são as estratégias utilizadas pelo professor para o desenvolvimento do potencial cognitivo e da formação crítica do aluno-leitor. Para alcançar tal objetivo, tornou-se necessário fazer um estudo, apoiado nos seguintes teóricos: Solé (1998), Houaiss e Villar (2008), Vargas (2013), Guedes (2006), Koch e Elias (2006), para melhor entender a natureza do ensino de literatura voltada para a formação do leitor crítico. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionários aos alunos e uma entrevista junto ao professor regente da sala onde foi feita a observação das aulas de LM/LP. Após a análise dos dados, pode-se perceber que a professora de LM/LP utiliza determinadas estratégias na prática de leitura que possibilitam o ensino dos aspectos linguístico-gramaticais por meio de textos literários, recorrendo à utilização de livros paradidáticos e atividades complementares que auxiliam no processo de formação de leitores ativos.
PALAVRAS-CHAVE: Estratégias de Leitura. Formação de Leitores Críticos. Prática de Leitura.
INTRODUÇÃO
O artigo teve como objetivo verificar as estratégias de leitura que o professor de Língua Portuguesa utiliza em sala de aula para desenvolver o potencial cognitivo e a formação crítica do aluno-leitor. Partindo do exposto, a Literatura infantojuvenil é vista aqui como alicerce na prática de leitura, por conta de sua transversalidade e intertextualidade, possibilitando aos alunos diversas formas de leitura, além do seu enriquecimento intelectual.
Neste sentido, entende-se que a leitura não deve se limitar apenas ao âmbito gramatical, mas também ser compreendida no meio sociocultural. Para isso, o professor deve criar estratégias que estimule a leitura, exercendo a função de mediador de leitores críticos e ajudando na formação de um leitor ativo que saiba o que ler, por que ler e que assuma sua responsabilidade ante a leitura.
As estratégias de leitura são ferramentas de suma importância para o desenvolvimento de uma leitura proficiente e sua utilização permite interpretar e compreender os textos de forma mais clara. Logo, é importante que o professor desenvolva estratégias de leitura com seus alunos para que o processo de formação resulte em leitores independentes, críticos e reflexivos.
A sala de aula não deve ser um espaço apenas de transmissão de conteúdos onde os alunos absorvem as informações ditas pelo professor de forma rápida e consistente. No caso de língua e literatura, é importante realizar trabalhos envolvendo a prática de leitura por meio de textos literários. Utilizar estratégias facilitadoras para uma boa leitura e compreensão dos textos literários, permite uma melhor interação entre alunos e professores, e consequentemente um melhor rendimento escolar dos alunos.
Tendo em vista esta problemática, neste artigo levantaram-se as seguintes hipóteses: a falta de estratégias eficazes contribui para o desinteresse do aluno pela leitura e o professor não desenvolve recursos e técnicas de leitura com os seus alunos.
Para a elaboração deste, tiveram-se como base os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais – 1998) de Língua Portuguesa, que consideram o ensino e a aprendizagem da língua materna em três principais vertentes: o aluno, a língua e o ensino; destacando-se os estudos de Solé (1998), Houaiss e Villar (2008), Vargas (2013), Guedes (2006) e Koch e Elias (2006) que discutem e descrevem seus posicionamentos acerca da prática de leitura e das estratégias utilizadas pelo professor.
Este artigo contou com os estudos da pesquisa quanti-qualitativa, apontando suas principais técnicas e características, bem como sua utilização em estudos que tratam das estratégias de leitura. Segundo Ludke e André (2005):
Investigar é um esforço de elaborar conhecimento sobre aspectos da realidade na busca de soluções para os problemas expostos, sendo, portanto, um processo que tem por objetivo enriquecer o conhecimento já existente.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para se entender o conceito sobre leitura é preciso questionar-se acerca do que seja leitura. Responder a essa questão não é uma tarefa fácil, porém é possível tentar explicá-la de forma mais simplificada. Tradicionalmente, ler é quando uma pessoa visualiza um texto qualquer com o intuito de atribuir-lhe sentido por meio da decodificação dos símbolos gráficos nele inseridos.
Convencionalmente a leitura é entendida como receber, tirar, transmitir conhecimentos. Essas são concepções um tanto tradicionais de leitura, mas ao longo dos anos, as concepções de leitura vêm passando por processos de reformulação com os avanços da linguística textual, da linguística aplicada e da didática das línguas.
Assim, observa-se uma discussão latente sobre a questão da leitura, principalmente, no que se refere à Linguística, que vem permitindo, através de suas investigações, resultados que ampliam antigas concepções de leitura. Se no ensino tradicional, a leitura era concebida como mera atividade de decodificação do código linguístico, hoje, pode-se dizer que ela passou por um processo de reformulação em que a proposta teórica recebe colaboração, não só da Linguística, mas também da Psicologia Cognitiva, da Inteligência Artificial, da Análise do Discurso, das Linguísticas Textual e Aplicada, da Didática das Línguas e outras ciências que, com suas diversas perspectivas, dão origem a um novo processo, agora de caráter multi/transdisciplinar.
A seguir, têm-se algumas concepções de leitura, leitura Literária de obras Infantojuvenis e estratégias de leitura, onde, dentro de concepções, será exposto de forma breve, as perspectivas estruturalista, construtivista e interacionista, dando ênfase à última pelo fato de apresentar características que conduzem o aluno ao desenvolvimento cognitivo, linguístico, bem como a sua formação crítica que o permitirá de exercer seu papel, por meio da linguagem, como cidadão de forma ativa na sociedade.
1.1 Concepções de Leitura
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