Trabalho de psicologia no direito
Por: Suellen Castro • 12/9/2015 • Artigo • 920 Palavras (4 Páginas) • 231 Visualizações
Esquizofrenia Paranóide
No dia 23/04/2015, adentrou em meu escritório, localizado na Rua Silva Paes, nº 249, o Sr. Mario Fernandes Duarte, 32 anos, solteiro, Brasileiro, desempregado.
O motivo de sua procura foi para promover uma ação trabalhista contra as Lojas Renner, o autor, Sr. Mario, afirmou que trabalhou na empresa por um período de 6 (seis) meses, e que a loja havia o dispensado por justa causa, por incontinência de conduta e mau procedimento, ou seja, ele havia agredido verbalmente seus colegas de trabalho varias vezes durante seu horário de expediente.
Ocorre que, enquanto Sr. Mario relatava o motivo de sua dispensa pude perceber que ele se perdia durante o assunto e parecia que estava falando com outras pessoas também (alucinações). Conforme fui perguntando mais para o autor sobre como era o ambiente em seu antigo emprego ele apresentou perguntas caracterizando certa desconfiança, como: Achas que estou mentindo? Porque estas me olhando assim? E também; Vou embora, não acreditas no que falo, sabia que não ias me ajudar.
Quando levantei da cadeira e fui pegar um café que estava localizado um pouco atrás dele, ele reagiu de forma assustada, como se fosse atacá-lo.
Com todas essas demonstrações de esquizofrenia, fui procurar saber mais do que estava acontecendo. Dispensei o Sr. Mario, pedindo que voltasse na outra semana com todos os documentos necessários para elaborar a ação trabalhista contra as Lojas Renner.
Pesquisando pude chegar à suposta conclusão que Sr. Mario, é possuidor de um transtorno chamado de Esquizofrenia Paranóide.
Esse transtorno caracteriza-se principalmente por estados de delírios primários que compreende uma percepção repentina de uma persecutoriedade, única e especial, característica em uma situação.
A persecutoriedade (Doença psicológica que faz o portador da mesma sentir-se perseguido, seja por um objeto ou por pessoas) é convicções profundas para o sujeito e este não aceita outras causas por mais óbvias que estas sejam.
Além de, na Esquizofrenia Paranóide, o sujeito achar que está sendo seguido, perseguido ou atribuindo-lhes culpas, outros sintomas se relacionam a pensamentos sobre seu próprio corpo, como achar que parte de seu corpo não está bem, não está funcionando corretamente ou ainda que algum órgão esteja falindo ou faltando. Muitas vezes esses órgãos estão relacionados ao coração, pulmão, rim, fígado, ou um órgão menos conhecido como o baço.
As alucinações nestes esquizofrênicos também podem ocorrer e, da mesma forma que em outros quadros de esquizofrenia, associam-se a escutar vozes, ver vultos e pessoas mortas, receber ordens divinas, estar sob missão divina, etc.
O Manual do Ministério da Defesa conceitua essa doença como:
Conceitua-se como alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuromental grave e persistente, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, haja alteração completa ou considerável da personalidade, comprometendo gravemente os juízos de valor e realidade, destruindo a
autodeterminação do pragmatismo e tornando o indivíduo total e permanentemente inválido para qualquer trabalho. (Perícias e auditorias médicas do Distrito Federal)
Para BARLOW (2011):
As pessoas com esquizofrenia do tipo paranoide se destacam por causa dos delírios ou alucinações que experimentaram; ao mesmo tempo; as aptidões cognitivas e a emotividade permanecem relativamente intactas. No geral, não apresentam discurso desorganizado ou emotividade e possuem um prognóstico melhor que as pessoas com outras formas de esquizofrenia. (Barlow e Miranda)
Depois de concluída a pesquisa foi feito contato com os pais do Sr. Mario, para que eles comparecessem ao escritório, afim de trata sobre a suposta doença do seu filho, ora autor ,e que se confirmado a doença mental fosse providenciado os documentos, se assim acordado, para entrar com ação de aposentadoria por invalidez, por motivo de doença mental, com base na Lei 8.213/91, e Lei 8.742/93.
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