A Cidadania segundo Marshall
Por: joaobetonico • 16/11/2017 • Trabalho acadêmico • 474 Palavras (2 Páginas) • 3.209 Visualizações
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A cidadania segundo Marshall
Em seus estudos, Thomas Marshall trata dos estudos de outro economista, Alfred Marshall, que aceitava certa desigualdade econômica e tentava entender os limites do desenvolvimento da cidadania. Para T. Marshall e A. Marshall, é um status concedido àqueles que pertencem integralmente a uma comunidade – se tornando necessário o pertencimento a um Estado-nação para que a cidadania seja garantida. Aos que possuem esse status, é concedida a igualdade de direitos, sem que haja perturbação na ordem da desigualdade econômica – estando a cidadania e esta em constante guerra, justamente pelos seus antagonismos. Agora, para entender melhor o conceito de cidadania, é preciso analisá-la na sua extensão e em suas três formas; os direitos civis, os direitos políticos, e os direitos sociais.
Primeiramente, é importante salientar que Marshall não analisa em seus estudos e reflexões o surgimento da cidadania sem antes limitar a sua janela de análise à Inglaterra. Começando pelos direitos civis, para T. Marshall, este era composto pelos direitos necessários para garantir as liberdades individuais; ou seja, direito de ir e vir, liberdade de imprensa, direito à propriedade, o direito de pensamento e o de fé. Historicamente, os direitos civis foram os primeiros a surgir, logo após o fim da Revolução Francesa. O período dessa conquista foi marcado por um lento e progressivo aumento das aquisições desses novos direitos, adicionando-se a um status de pertencimento à comunidade já existente na época.
Ele se utiliza de um ideal de cidadania que era compatível à tese de Alfred Marshall, e relacionava-o ao comportamento de um cavalheiro. Ao fazer essa relação, fica claro que T. Marshall toma como padrão de vida em uma comunidade, os hábitos consuetudinários de um cavalheiro na sociedade inglesa. Ou seja, não seria possível que um trabalhador que era constantemente explorado, se tornasse um cavalheiro sem antes se desvencilhar das amarras da indústria e do ofício, sendo necessário que as máquinas evoluíssem ao ponto de que todos pudessem gozar do trabalho menos intenso e dedicar-se à construção do seu caráter como cavalheiro. Como citado por T. Marshall sobre A. Marshall,
"O problema", disse ele, "não é se, em última análise, todos os homens serão iguais - certamente que não o serão - mas se o progresso não pode prosseguir firmemente, mesmo que vagarosamente, até que, devido à ocupação ao menos, todo homem será um cavalheiro. Afirmo que pode e que isto acontecerá".
Já definido o que para Marshall se aproxima do conceito de cidadania, tratemos agora do
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