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Análise da eficiência técnica e de escala do setor de supermercados brasileiro

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Por:   •  27/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  5.116 Palavras (21 Páginas)  •  400 Visualizações

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a eficiência técnica e de escala do setor de supermercados do Brasil, tomando como referência os 300 maiores supermercados listados no ranking da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) em 2006. Para a análise da eficiência foi utilizada a abordagem Data Envelopment Analysis (DEA), que consiste de técnica não-paramétrica em que o desempenho das organizações é medido através da fronteira relativa de eficiência, baseada na matriz de insumos e produtos das Decision Making Units (DMUs). Embora, a eficiência técnica mostrou-se associada ao porte dos supermercados, destacou-se, de modo geral, baixos níveis de desempenho no setor, o que requer políticas de ação corretiva, visando garantir o seu crescimento bem como o bem estar social. A existência de benchmarks em todos os estratos estabelecidos torna-se referência para a construção de estratégias competitivas.

ABSTRACT

Both technical and scale efficiencies of the Brazilian supermarket sector were analyzed, by taking as reference the three hundred largest supermarkets listed on the ranking of the Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) in 2006. For analyzing the efficiency, the approach Data Envelopment Analysis (DEA) was used. This approach constitutes a nonparametric technique, where the efficiency is a relative efficiency frontier based on the Decision Making Units (DMU) input and output matrix. Although the technical efficiency showed to be associated with the size of the supermarkets, in general the low performance levels are emphasized, what requires corrective action policies in order to ensure the growth of the sector and the social welfare. The existence of benchmarks in all constructed strata serves as reference for the construction of the competitive strategy.

1 Introdução

Dentre os segmentos que compõem o setor varejista, o supermercadista tem maior destaque na economia nacional. No início dos anos de 1980 esse segmento comercializava 75% dos produtos do setor varejista, passando para 82,6% no final daquela década. No final dos anos de 1990, sua participação ampliou-se para 86,1% do volume total de vendas de bens de consumo diário, revelando a importância desse segmento.

A não existência de padrão definido para classificar os supermercados antes da década de 1990, fez com que a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) estabelecesse classificação das unidades empresariais tendo como parâmetros a área de vendas relacionado ao espaço entre o início dos caixas até o último produto exposto, o número médio de itens disponíveis, a porcentagem de vendas de produtos não-alimentares e o número de caixas e seções, conforme Tabela 1.

Essa ação pode ser interpretada como a primeira em direção à sistematização de informações imprescindíveis para a criação de sistemas de classificação e acompanhamento do desempenho e nível de competitividade do setor.

Apesar do acompanhamento do desempenho do setor supermercadista tenha evoluído consideravelmente, as empresas que atuam nesse segmento são classificadas apenas em razão do número de lojas. Nesse contexto, as empresas que possuemseis oumais lojas são chamadas de redes ou cadeias e aquelas abaixo de seis lojas de redes ou cadeias independentes, que permite inferir, a priori, a heterogeneidade do setor.

O aumento dos investimentos em automação comercial, a modernização da tecnologia de informação, as mudanças no modelo de gestão, a ampliação das formas de crédito ao consumidor, a otimização da área de venda e as melhorias na qualidade do atendimento são algumas tendências verificadas no setor, decorrentes do intenso processo de reestruturação que se acentuou a partir de meados de 1990.

Um importante marco para o desenvolvimento e acirramento da competitividade do setor varejista aconteceu durante a década de 1990, com o processo da globalização e o acirramento da concorrência devido a entrada no mercado brasileiro de grandes redes internacionais de supermercados, como a norte-americana WAL MART, o grupo holandês ROYAL HOLD e o GRUPO CASSINO da França, enquanto o cenário nacional ainda era composto por maior número de pequenos supermercados (ABRAS, 2006).

Nessa direção, os trabalhos de Badin (1997) e Yu e Angelo (2001) destacam o aumento da competitividade e concluem sobre discrepâncias de desempenho em nível intrasetorial, durante a década de 1990.

Esse processo de internacionalização do capital desencadeou uma seqüência de reestruturações no setor, comdestaque para o investimento emtecnologia, a melhoria da eficiência operacional, a otimização dos recursos humanos e financeiros e a conquista de novos mercados, visando ampliar sua atuação no país, antes regionalizada.

Essas e outras transformações refletiram diretamente no desempenho e na conduta das pequenas emédias empresas, tidas como seguidores no setor, que buscaram formas de se adaptarem nesse cenário e se manterem competitivas, diante do assédio das grandes redes.

Neste aspecto os supermercados nacionais investiramem automação e tecnologia para aumentar sua eficiência e competir com as multinacionais. Todavia, esse processo de ganhos de eficiência precisa ser mensurado e acompanhado, como forma de propiciar ações por parte dos tomadores de decisões, tanto público ou privado, para garantir o crescimento orientado desse setor. Nessa direção, sob a ótica do bem-estar econômico, salienta-se que a presença de pequenos supermercados também é positiva, em razão da equalização de preços, via concorrência, fato que reforça a necessidade de acompanhamento contínuo da atividade.

Nesse contexto, esse trabalho teve como propósito central investigar os níveis de eficiência no setor de supermercados brasileiro, gerando subsídios para intervenções qualitativas e quantitativas, com impacto positivo sobre o desempenho intrasetorial.

2 Referencial Teórico

2.1 Mensuração da eficiência

A definição de eficiência, da qual faz uso a teoria econômica, não diverge muito do conceito utilizado nas demais ciências sociais aplicadas. Tanto na administração quanto na economia, a eficiência refere-se à otimização de

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