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Diagnóstico Rápido Participativo

Por:   •  20/9/2015  •  Relatório de pesquisa  •  5.234 Palavras (21 Páginas)  •  239 Visualizações

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Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Curso Superior em Tecnologia em Agroindústria

Unidade: Cachoeira do Sul

Disciplina: Comunicação e Extensão Rural

DIAGNÓSTICO RÁPIDO PARTICIPATIVO

Alunos: Giziani Bonugli

Inajara Vargas

José Mário Barbosa

Patricia Jobim

Cachoeira do Sul, novembro de 2012

INTRODUÇÃO

        A partir da década de 1980, com o processo de redemocratização do país o termo participação passou a ser utilizado como palavra-chave, especialmente para dar legitimidade às ações realizadas por organizações e instituições políticas e sociais, assim como outras, em seu devido tempo, passou a ser muito utilizada. Essa dinâmica serviu, em primeira instância, para controlar a participação do povo nas decisões e debates mais importantes.

            A Constituição da Republica Federativa do Brasil, promulgada no ano de 1988, trouxe inúmeras inovações, mormente aquelas voltadas para os direitos individuais e coletivos, definindo logo em seu artigo primeiro, os seus fundamentos, sendo um deles, a soberania popular: “art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania”. Onde soberania, consiste de um poder político supremo e independente, que não está limitado por nenhum outro na ordem interna, não tendo que acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os poderes supremos de outros povos.

            A sociedade brasileira precisa evoluir nos princípios democráticos utilizando-se dos meios legais e incentivos existentes, buscando-se fazer cada vez mais visível e mais presente na história e no exercício da cidadania, e o caminho se faz pela educação, organização e mobilização.

            Participar de um conselho significa assumir fração de poder, que historicamente era exercido apenas pela sociedade política, propiciando a um grupo maior de sujeitos sociais influenciarem na lógica estatal, ter acesso a informações e oportunidades, interferindo no controle social das políticas públicas, dando visibilidade às representações.

        O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) começou a evoluir na busca de enfoques práticos para a investigação e planejamento que pudessem prestar apoio a um planejamento mais descentralizado a uma tomada de decisão mais democrática, valorizando a diversidade social, trabalhando para a sustentabilidade, aumentando a participação e reforçando o poder da comunidade.

            Em uma de suas definições DRP é descrita como "um conjunto de métodos e abordagens que possibilitam às comunidades compartilhar e analisar sua percepção acerca de suas condições de vida, planejar e agir".

            Também pode ser descrito como um conjunto crescente de enfoques e métodos para permitir que a população local partilhe, aperfeiçoe e analise seus conhecimentos sobre sua vida e condições com o fim de planejar e agir. A sua utilização se inicia, na maioria das vezes, com a participação de profissionais externos podendo capacitar a população local para empreender seu próprio diagnóstico, análise, ação, segmento e evolução.

            Deve ser considerado mais que o simples exercício de diagnóstico e coleta de dados e, também, não pode ser considerado apenas um pacote de técnicas a serem utilizadas indiscriminadamente. Sua principal característica reside no fato de representar uma metodologia aberta, sobre a qual se pode construir novos caminhos e técnicas.                                                                                                     Estas, não devem ser interpretadas como um pacote fechado, pois a simples aplicação das mesmas não torna participativo o processo de levantamento da realidade.

           A participação do indivíduo nas atividades políticas, econômicas e sociais, antes de constituir em direitos consagrados por leis ou regulamentos, é uma das principais características do ser humano que o distingue dos demais animais, torna-o um ser que além de estar no mundo, está também aberto à sua realidade, com ele relacionando.

           As técnicas de diagnóstico e planejamento participativo devem valorizar, por sua vez, o processo de obtenção de informações. É importante que este processo seja, ele mesmo, um fator de formação e discussão política no seio da comunidade. Os dados devem ser utilizados, principalmente, pela própria comunidade.

           O simples uso de técnicas desenvolvidas a partir do enfoque participativo, não garante por si só a efetiva participação dos agricultores no processo de diagnóstico e proposição de medidas para relaxamento das restrições. Por isso, "Aprender o uso de técnicas é considerado parte mais fácil. Adquirir a habilidade de comunicação e facilitação para aplicar junto aos agricultores é o mais difícil".

1. CONCEITO, ABORDAGEM TEÓRICA E APLICAÇÃO COM AGRICULTORES

        

O DRP é um conjunto de técnicas e ferramentas que permite que as comunidades façam o seu próprio diagnóstico e a partir dele comecem a autogerenciar o seu planejamento e desenvolvimento. Desta maneira, os participantes poderão compartilhar experiências e analisar os seus conhecimentos, a fim de melhorar suas habilidades de planejamento e ação. Ele pretende desenvolver processos de pesquisa a partir das condições e possibilidades dos participantes, baseando-se nos seus próprios conceitos e critérios de explicação.

        Em vez de confrontar as pessoas com uma lista de perguntas previamente formuladas, a ideia é que os próprios participantes analisem a sua situação e valorizem diferentes opções para melhorá-la. A intervenção das pessoas que compõem a equipe que intermédia o DRP deve ser mínima de forma a colocar  a disposição as ferramentas para autoanálise dos participantes.

        

A intervenção das pessoas que compõem a equipe que intermédia o DRP deve ser mínima e se reduz a colocar à disposição as ferramentas para a autoanálise dos participantes. Não se pretende unicamente colher dados dos participantes, mas que estes iniciem um processo de auto reflexão sobre os seus próprios problemas e as possibilidades para solucioná-los.

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