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INSERÇÃO EXTERNA, EXPORTAÇÕES E CRESCIMENTO NO BRASIL RESENHA 1 - ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

Por:   •  16/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.251 Palavras (6 Páginas)  •  211 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL

GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

STELLA COSTA

DRE: 118147419

 INSERÇÃO EXTERNA, EXPORTAÇÕES E CRESCIMENTO NO BRASIL

RESENHA 1 - ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

Rio de Janeiro - RJ

2021



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Em “Inserção Externa, Exportações e Crescimento no Brasil”, Carlos Medeiros e Franklin Serrano discutem as ideias desenvolvimentistas do economista argentino Raúl Prebisch. Os autores argumentam, em uma direção próxima as formulações originais de Prebisch, sobre como as exportações podem ser consideradas um fator estratégico para o crescimento econômico de um país, podendo ser menos ou mais importantes para a expansão da economia de acordo com as características estruturais locais. Ainda, os autores defendem que, o papel das exportações no financiamento e relaxamento da restrição externa ao crescimento é absolutamente central e estratégico para todos os países, com a exceção daquele que emite a moeda de circulação internacional. Neste cenário, Medeiros e Serrano, examinam como algumas teorias privilegiam a questão da demanda efetiva a longo prazo e/ou a restrição externa ao crescimento tratam do papel do crescimento das exportações tendo como referência a experiencia histórica brasileira, que possui características peculiares como: a estagnação da economia nas décadas de 50 e 60 - quando o país elevou sua economia mesmo com as exportações estagnadas -, e na década de 80  quando - em um período de alta das taxas de exportação - o crescimento da economia brasileira foi muito baixo.  

A uma, os autores abordam a ideia de Prebisch sobre como as importações são, geralmente, induzidas pelo nível do produto e renda domésticos e a defesa de que a única maneira de adequar o montante de importações a “capacidade de importar” dada pelas exportações era através da redução do crescimento da economia justificando a necessidade de industrialização. Deste modo, a premissa do autor é de que a industrialização ao permitir a expansão das exportações libera o crescimento das importações. Em contrapartida, Medeiros e Serrano, abordam aspectos de várias economias, especialmente em um contexto pós-guerra, e salientam que no caso do Brasil uma interpretação onde as exportações industriais não sejam um elemento estratégico essencial para economia brasileira e que a economia nacional iria se financiar através do investimento direto e do endividamento externo ocorre quando as taxas de exportações se encontravam em alta não sendo comparável a nenhum outro período posterior. A partir daí os autores indagam se uma taxa de exportação elevada é ou não uma variável estratégica central para o crescimento sustentável de uma economia “hacia dentro” como a brasileira.  

A duas, os autores discorrem sobre como é importante considerar alguns aspectos gerais sobre o financiamento externo de uma economia e em particular sobre as possibilidades de crescimento incorrendo em déficits de conta corrente. Para eles, a sustentabilidade do crescimento com déficits em conta corrente é determinada pela evolução da relação entre passivo externo líquido e as exportações. E concluem argumentando que um indicador sintético da fragilidade financeira externa e da probabilidade de uma crise cambial pode ser obtida pela razão entre os passivos externos de curto prazo e as reservas cambiais do país em questão, já que quando esta razão se encontra muito alta é detonado o processo especulativo. Dito isso, os autores focam em como é importante o diagnóstico dos dilemas brasileiros sobre seu crescimento econômico pós-guerra. 

Ao se analisar, durante o período de 1957 a 1998, a variação do déficit econômico em conta corrente no país, defendem que de 1956 a 1962 o Brasil experimentou um divisor de águas em sua industrialização. Foi durante esse período que a implantação de novos setores produtivos em uma elevada taxa de crescimento do PIB distinguiu o país do restante do continente latino-americano. Nesta análise, a entrada de investimentos e de financiamentos externos parcialmente compensou a estagnação e as reservas disponíveis foram alocadas aos setores prioritários, como os de bens de capital, mesmo em meio a um regime cambial discriminatório. Assim a economia brasileira contornou, guiada por moderno estado desenvolvimentista, a restrição externa ao mesmo tempo em que explorou o seu mercado interno com a injeção de capital externo sob a forma de novas instalações industriais. Porém, com a estagnação das exportações a capacidade de importar se tornou dependente desse financiamento externo e da entrada de investimentos. Após este superavit, em 1960 a economia brasileira apresenta um déficit de transações correntes de 37% superando o passado, então recente, de 20% em 1975 e ampliando a sua fragilidade externa. Com isso, a desvalorização cambial refletia grandes efeitos na inflação da economia nacional.  

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