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Livro: Formação econômica do Brasil. Autor: Celso Furtado

Por:   •  8/3/2022  •  Resenha  •  334 Palavras (2 Páginas)  •  247 Visualizações

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UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA – UAST

DISCIPLINA: FORMAÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA

Cap. 11- Formação do complexo econômico Nordestino

Os dois sistemas produtivos - o açucareiro e o criatório- tentavam conservar sua forma original, tanto nas etapas de expansão, quanto na de contração. A economia criatória não dependia dos gastos monetários no processo de reposição do capital e de expansão da criação, havia um crescimento vegetativo da sua própria força de trabalho, diferente da açucareira que dependia da importação de mão de obra e equipamentos para manter sua capacidade produtiva. Devido essas diferenças, essas economias se desenvolveram de forma diferente ao longo do período do declínio do açúcar no final do século XVII.

A economia açucareira se enfraqueceu e a situação ficou mais grave com o aumento no preço dos escravos e a emigração da mão de obra especializada para produção do ouro. A rentabilidade estava relativamente baixa e havia uma desorganização no processo produtivo. Já na criação, houve um aumento vegetativo da população animal, porém não havia procura do gado na região litorânea, o que ocasionou a redução na atividade produtiva. A redução relativa da renda monetária levou a produção interna de muitos artigos, esses que eram limitados ao âmbito local, constituindo uma forma rudimentar de artesanato. O couro passou a ser o único artigo que poderia gerar uma renda monetária aos criadores.

A estagnação da produção açucareira não criou a necessidade - como ocorreria nas Antilhas – da saída do excedente da população do Nordeste, pois quanto menos favoráveis fossem as condições da economia açucareira, maior seria a tendência imigratória para o interior. A atividade criatória se tornou uma atividade de subsistência gerando alimento para população e possibilitou seu crescimento vegetativo. A expansão da economia nordestina durante esse longo período consistiu num processo de involução econômica, a expansão refletia apenas o crescimento do setor de subsistência, no qual se ia acumulando uma fração crescente da população. O Nordeste foi se transformando numa economia de baixa produtividade, em que grande parte da população produzia apenas o necessário para subsistir.

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