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O Capital - Karl Marx [resumo dos caítulos 1, 2, 3]

Por:   •  15/4/2015  •  Resenha  •  2.034 Palavras (9 Páginas)  •  1.507 Visualizações

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A mercadoria constitui o material de estudo do primeiro capítulo do volume um do “O Capital” de Karl Marx. É inegável que a mesma representa a satisfação das vontades e necessidades humanas, sejam essas supérfluas ou não. Porém, o objetivo deste trabalho não é analisar como são satisfeitas essas necessidades, mas sim, se o objeto é um meio de subsistência ou um meio de produção. Só pode ser considerado mercadoria se este for produzido por força de trabalho, ou seja, o ar, a água, apesar de satisfazerem as necessidades humanas, não são considerados mercadorias. A utilidade da mercadoria constitui o valor-de-uso, podemos definir valor de uso como a real utilidade do objeto, que consolida por diversos contextos diferentes e independe da quantidade de trabalho empregado, o valor-de-uso é caracterizado pelo quanto aquele objeto é útil, sendo valorizado pela sua qualidade. Analisaremos então o valor-de-troca. O valor-de-troca está relacionado com o potencial que determinado produto tem de ser trocado por outro produto de quantidade inferior, superior ouigual a ele mesmo, ou seja, o que define o valor-de-troca é a relação quantitativa do valor-de-uso de objetos distintos. Sendo assim, se dois objetos com mesmo valor-de-uso, trocam-se entre si em mesma quantidade, terão valores-de-troca igual, porém o valor-de-uso continuará distinto, e assim sucessivamente com objetos com maior ou menor valor-de-troca comparado a outro. Pode-se sintetizar então que, valor-de-troca está relacionado a quantidade, enquanto o valor-de-uso está relacionado a qualidade, esses conceitos são conhecidos como duplo carater de mercadoria. Toda mercadoria não possui valor-de-uso para seus possuidores, possui valor-de-troca para os mesmo, que os trocam por algo que tenha valor-de-uso. Porém, um objeto só possui valor porque nele está presente o trabalho humano, o que determina o valor de troca é o valor do trabalho empregado ao objeto, o valor propriamente dito. Quando se abstrai o valor de uso dos corpos das mercadorias o que resta é apenas uma única propriedade que é a de serem produtos do trabalho, desaparecem, dessa forma, as diferentes formas concretas desses trabalhos, igualando-se em sua totalidade ao trabalho humano, o trabalho humano abstrato. Assim, um valor de uso ou bem possui valor por que nele contêm trabalho humano abstrato. Essa grandeza de valor é medida pelo tempo de duração desse trabalho, frações de tempo, como horas, dias, etc. Sendo assim, o valor das coisas é medidopela quantidade de trabalho despendido

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durante a sua produção. Esse trabalho é fruto de forças de trabalho individuais que vale apenas como uma única força de trabalho que possui o caráter de força média de trabalho social, sendo consumido para a produção de uma mercadoria o tempo de trabalho socialmente necessário, que é aquele que requer para produzir qualquer valor de uso condições de produção socialmente normais, e um grau social médio de habilidade de intensidade de trabalho. O tempo de trabalho socialmente necessário se altera se houver uma mudança na força produtiva do trabalho, que é determinada por meio de circunstâncias diversas, entre outras pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores, o volume e a eficácia dos meios de produção etc. Nesse sentido, quanto maior a força produtiva do trabalho, tanto menor o tempo de trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor a massa de trabalho nele cristalizada, tanto menor seu valor. O ideia de sistema de troca, mencionado acima, traduzido no duplo carater da mercadoria foi substituído pelo dinheiro, sendo utilizado como objeto de troca, de valor de equivalente geral. Porém, independente de como esse sistema de troca se dá, a ideia continua a mesma, portanto, se uma mercadoria não tiver o mesmo tempo de trabalho que a outra, não há troca. Pois, a moeda surgiu através da prata, sendo assim, tanta quantidade de mercadoria, equivale a tantasgramas de prata. Como qualquer outra mercadoria,o dinheiro pode expressar sua própria grandeza de valor apenas relativamente em outras mercadorias. Seu próprio valor é determinado pelo tempo de trabalho necessário a sua produção e se expressa naquele quantum de qualquer outra mercadoria em que está cristalizado o mesmo tempo de trabalho. Com a chegada do dinheiro, qualquer mercadoria, para se transformar em outra mercadoria, precisa antes se transformar em dinheiro. Sendo assim, as trocas deixaram de ser, por exemplo: x Café – x madeira – x maçã, passando a ser: Café – dinheiro – madeixa – dinheiro – maça. Representação: mercadoria (M) → dinheiro (D) → mercadoria (M) → dinheiro (D) Porém, há algo a mais nesse processo, acontece que o dinheiro tem um progresso, aumentando a cada troca, ficando assim: mercadoria (M) → 1 dinheiro (D) → mercadoria (M) → 2 dinheiro → mercadoria (M) → 3 dinheiro: D-M-DI-M-D2-M-D3.

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A partir dessa fórmula verifica-se que para se criar capital, o capitalista precisa de uma mercadoria suficientemente elástica para que possa aumentar ainda mais seu dinheiro. A partir do acúmulo de dinheiro, para o capitalista produzir sua própria riqueza, ele precisa comprar força de trabalho, para isso precisa compra essa força aos poucos, pois se compra de uma vez, teria um escravo, com isso, ele compra essa força de um trabalhador, que não possui outros bens para vender e adquirir dinheiro. Para quepossa se adquirir a força de trabalho desse trabalhador, se calcula seu salário a partir de alguns fatores, fazendo da seguinte forma. Se contabiliza no salário do trabalhador, o dinheiro necessário para se manter a força de trabalho do mesmo durante um ano, após isso se acrescenta o dinheiro necessário que esse trabalhador necessita para procriar, alimentar e criar seus filhos, pois esses filhos constituem a continuação da força de trabalho. A partir desse cálculo, divide o valor obtido por 365 dias e sabe-se o quanto será a diária desse trabalhador. Isso significa que quando o trabalhador vende sua força de trabalho, não está vendendo somente a si mesmo, mas também aos filhos, que se fosse vendido de uma só vez, faria dele e de seus filhos escravos do patrão. Com cálculo obtivemos o valor da força de trabalho. Assim, a partir das leis de troca, a relação entre a força de trabalho x preço da mercadoria, associada a relação de que uma mercadoria só pode ser trocada por outra que valha o mesmo, entendemos que um trabalhador não pode vender sua força de trabalho por menos do que gasta diariamente para manter sua força de trabalho. Para se conseguir a mercadoria, o capitalista necessita de três coisas, forças de trabalho, matéria-prima, e meios de produção, para isso calcula-se a produção da mercadoria da seguinte forma. Toma-se quanto o dono dos meios de produção gastou para adquirir os meios de produção e divide-sepelo tempo de vida útil desses meios. Daí temos o custo do capitalista. Para se garantir o capitalista como possuidor de sua propriedade, há um consenso entre possuidores de mercadoria, uns reconhecem os outros como proprietários privados, e assim mantém uma relação jurídica. Desse valor, para que o capitalista tenha lucro, necessita vender a mercadoria acima do valor gasto para produzir. Porém, o importante desse cálculo é que o capitalista não some nesse cálculo o valor que necessita para pagar o trabalhador, pois esse produz mais do que recebe, recebe o suficiente para não morrer e criar novas forças de trabalho, que são seus

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filhos, porém não mais do que isso, não o que produz. Seria como um fazendeiro que gasta com suas vacas o suficiente para mante-las vivas, como pasto, porém, o que essas vacas produzem, leite, queijo, é mais do que é gasto com elas e as vacas não recebem por isso. Portanto, é a partir da força de trabalho que o dono do dinheiro produz o capital. O preço é a denominação monetária do trabalho objetivado na mercadoria. Por isso, a equivalência da mercadoria e do quantum de dinheiro, cuja denominação é o preço dela, é uma tautologia, como a expressão relativa de valor de uma mercadoria por si é sempre a expressão da equivalência de duas mercadorias. Mas se o preço como expoente da grandeza de valor da mercadoria é expoente de sua relação de troca com dinheiro, não se segue, aocontrário, que o expoente de sua relação de troca com dinheiro seja necessariamente o expoente de sua grandeza de valor. Suponhamos que o trabalho socialmente necessário de igual grandeza represente-se em 1 quarter de trigo e em 2 libras esterlinas (cerca de 1/2 onça de ouro). As 2 libras esterlinas são a expressão monetária da grandeza de valor do quarter de trigo ou seu preço. Se as circunstâncias permitirem sua cotação a 3 libra esterlinas ou forçarem sua cotação a 1 libra esterlina, então como expressão da grandeza de valor do trigo 1 libra esterlina e 3 libras esterlinassão ou pequenas ou grandes demais, mas mesmo assim elas são preços do mesmo, pois são, primeiro, sua forma valor, dinheiro, e segundo, expoentes de sua relação de troca com dinheiro. Se o trabalho produz o lucro do capitalista, é certo que o capitalista criará formas de otimizar esse trabalho. A primeira lógica será aumentar a jornada de trabalho, mesmo sob essa lógica, é necessário lembrar que existem diferentes variáveis de jornada de trabalho imposta pelo patrão, 6, 10, 12, 14, 16, 18, isso irá variar de capitalista para capitalista, é ele que irá decidir como extrair o máximo da mercadoria comprada, ou seja, da força de trabalho comprada do assalariado. Porém, apesar disso, todas são inferiores a 24 horas, pois o trabalhador precisará de tempo para realizar atividades indispensáveis para a manutenção da sua força de trabalho. A mercadoria que seconfigura em força de trabalho, é maior que qualquer outra mercadoria, porque essa gera valor, valor maior que o próprio custo. Enquanto para o capitalista o trabalho representa lucro, para o proletário ele representa excesso de trabalho. A força de trabalho porém não pertence ao trabalhador quando ele a vende, pertence ao capitalista, pois a mercadoria pertence a quem compra. Porém, quanto mais força de trabalho se tira do trabalhador, mais se retira força de vida do mesmo, mais diminui sua saúde e

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desgasta, se a jornada de trabalho é 16 horas, não 8, o trabalhador produz duas vezes mais, enquanto o capitalista aumenta seu lucro, o trabalhador perde em vida: “Presta, pois muita atenção: o emprego da minha força de trabalho e do desfrute são duas coisas distintas, muito distintas. Se eu, como operário vivo em média 30 anos, trabalhando num ritmo médio razoável, e tu consomes a minha força de trabalho em dez anos, tu não me pagas mais que um terço do seu valor diário; portanto, roubas de mim, todos os dias, dois terços de minha mejornada de trabalho o capitalrcadoria.”. Estamos em um momento onde há elasticidade na jornada de trabalho, o capitalista detém total liberdade de impor a jornada de trabalho pois a reconhece como comprador, porém o proletário, apesar de poder vender a força e limitar sua própria jornada por ser o vendedor, se vê obrigado a permitir isso pois não há outro jeito, ou aceita, ou nãocome. Além disso, vemos que essas jornadas extremamente cansativas não recaem apenas sobre adultos em idade para o trabalho, muitas crianças nessa época também trabalhavam e em jornadas de trabalho absurdas. Definindo a jornada de trabalho e restringindo a um tempo determinado, o capitalista continuará a ter necessidade de extrair o máximo possível do trabalhador para adquirir capital, para isso se utilizará da mais-valia, ou seja, o excedente de trabalho, mais-trabalho objetivado. Apenas a forma pela qual esse mais-trabalho é extorquido do produtor direto, do trabalhador, diferencia as formações sócioeconômicas, por exemplo a sociedade da escravidão da do trabalho assalariado. Como o valor do capital variável é igual ao valor da força de trabalho comprada pelo capitalista, como o valor dessa força de trabalho determina a parte necessária da jornada de trabalho, enquanto a mais-valia, por seu lado, é determinada pela parte excedente da jornada de trabalho. Portanto, a mais-valia está para o capital variável, assim como o mais-trabalho para o necessário, ou a taxa da mais-valia (mais-trabalho/trabalho-necessário). Ambas as proporções expressam a mesma relação de forma diferente, uma vez na forma de trabalho objetivado, outra vez na forma de trabalho em fluxo. A taxa de mais-valia é, por isso, a expressão exata do grau de exploração da força de trabalho pelo capital ou do trabalhador pelo capitalista.

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