O Debate Sobre a Grande Depressão
Por: Bruno Luiz • 27/6/2022 • Trabalho acadêmico • 670 Palavras (3 Páginas) • 102 Visualizações
O Debate sobre a Grande Depressão
Algumas questões foram trazidas à tona para melhor entender a Grande Depressão.
A primeira formulação da “hipótese do dispêndio” foi apresentada por J. M. Keynes em sua obra:
“O boom de 1928-1929 e a recessão de 1929-1930 nos Estados Unidos correspondem respectivamente a um excesso e a uma deficiência de investimento. [...]. Eu atribuo a recessão de 1930 primariamente aos efeitos desestimulantes sobre o investimento do longo período de dinheiro caro, que precedeu o colapso do mercado de ações e só secundariamente ao próprio colapso. Mas, tendo ocorrido o colapso, ele agravou substancialmente a situação, especialmente nos Estados Unidos, ao provocar desinvestimento no capital produtivo”. (apud TEMIN, 1976, p.31)
Para os economistas Milton Friedman e Ana Schwartz, o monetarismo afirmaria que “a contração de 1929-1933 foi iniciada e agravada por fatores monetários e que os fatores não monetários não tiveram qualquer papel”, nessa interpretação, o Federal Reserve, assume papel central para explicar a Grande Depressão.
Para Schwartz as variações da oferta monetária, foi o fator determinante do declínio da economia real. Em suma, se o Federal Reserve tivesse praticado a política monetária adequada, que aumentasse a oferta na proporção do produto real, a falência dos bancos seria evitada e a Grande Depressão teria sido como tantas outras.
Friedman/Schwartz consideram que os fatores monetários magnificam a contração produzida por forças econômicas quais quer que elas fossem. Com a hipótese do dispêndio afirmando que a contração se resulta da redução de gastos, sugere que o governo combata a recessão com novos gastos, ideia sugerida por Keynes. A hipótese monetarista afirma que a depressão e resultado de uma política monetária equivocada; e que o mercado com política monetária correta e sem a necessidade de gastos do governo, tem o dever de evitar a deflação e também a inflação.
Outra dicotomia a respeito da Grande Depressão é se a depressão foi um fenômeno norte-americano que se espalhou pelo mundo ou se a economia internacional da década de 1920 comportava grandes inconsistências e esse é um de seus resultados?
Alguns autores apresentam suas hipóteses tendo em vista a evolução e transformação da economia internacional na década de 1920. Para Sir Arthur Lewis, H. W. Arndt, Robert Triffin e Charles Kindleberger, o mal funcionamento da economia norte-americana tornou-se gerador e propagador da Grande Depressão.
Arndt em seu livro enfatiza o aumento das políticas protecionistas após a Primeira Guerra Mundial, enquanto Lewis se revolta aos problemas da explosão da produção agrícola mundial e a consecutiva queda dos preços dos produtos primários (KENWOOD & LOUGHEED, 1992, p.223).
O protecionismo era consequência da redução da produção industrial, ente 1913 e 1927, a tarifa europeia dos produtos manufaturados subiu cerca de 50%. Para Lewis, a abundância de produtos era resultado do: declínio populacional, e aumento da produção mundial com absorção de novas regiões produtoras.
Triffin associou a grande crise de 1929, ao mau funcionamento do padrão-ouro, para ele, a nova estrutura das trocas internacionais era incompatível com o padrão-ouro, e que mais cedo ou mais tarde entrariam em colapso. Para Kindleberger, a Grande Depressão foi uma crise do sistema econômico mundial herdada do século XIX. Segundo ele o sistema sofria de uma instabilidade latente. Assim a depressão foi tão ampla, tão profunda e tão prolongada devido o sistema econômico internacional se tornar instável pela incapacidade britânica e pela falta de vontade americana de assumir a responsabilidade de estabiliza-lo.
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