Resenha Crítica Douglass North

Observando a história e a atualidade, podemos notar as grandes

desigualdades no desenvolvimento dos países. Enquanto os EUA e a Alemanha,

por exemplo, estão cada vez mais em ascensão econômica e tecnológica, a

maioria dos países da África e do Oriente Médio se encontram em situações de

crises e pobreza. Isso se deve muito mais por questões de divergências entre as

matrizes institucionais do que por problemas de acesso as tecnologias.

A partir disso, surge o questionamento do motivo das diferenças entre

essas economias, assim como essa dúvida motivou Douglass North a

desenvolver sua teoria institucional, que diz que o nível de desenvolvimento de

uma economia depende das regras/leis de cada sociedade (que podem ou não

ser eficientes).

Segundo North, diferentemente das teorias dos modelos econômicos, os

mercados são imperfeitos e os indivíduos não possuem acesso a todas as

informações disponíveis de maneira homogênea, o que gera incertezas. É

gerada uma despesa chamada de custo de transação, responsável pelo custo

de negociar e garantir o cumprimento de um contrato ou norma. Portanto, as

instituições se tornam as responsáveis por diminuir essas incertezas e custos,

aumentando a eficiência das ações de cada indivíduo.

De acordo com a teoria institucional, as economias mais desenvolvidas

possuem instituições que conseguem reduzir ao máximo essas incertezas, as

aproximando de um mercado perfeito, onde todos têm acesso à informação e os

custos são reduzidos, além da maximização dos lucros das atividades

econômicas praticadas.

Analisando a teoria, surge então a dúvida: por que os países que ainda

não conseguiram atingir um bom nível de desenvolvimento não adotam

essas instituições que tornaram as economias desenvolvidas? A resposta

vem acompanhada de dois conceitos também apresentados por North: “path

dependence” e “lock in”. Segundo North, quando uma instituição gera lucros para

quem pratica a atividade, por mais que ela não seja a maneira mais eficiente, ela

tende a se perpetuar (lock in) e ao mesmo tempo influenciar nas estruturas

seguintes ao longo da história (path dependence).

Como um exemplo, podemos citar a pirataria, que é uma atividade bem

comum em diversos lugares, inclusive no Brasil. A pirataria, apesar de distribuir

riquezas entre seus praticantes, não é uma atividade que agrega corretamente

a economia, pois seus lucros são provenientes de uma atividade ilícita. Porém,

mesmo ineficiente, de acordo com os incentivos da sociedade, tais instituições

que garantem os lucros na pirataria continuarão existindo. Sendo assim, a

existência de lucro vindo da pirataria dificulta e pode até impedir que ocorram

mudanças estruturais necessárias, postergando o cenário econômico ineficiente.

Outro ponto destacado por essa teoria é que essa mudança só poderá

ocorrer quando