Resenha do Texto “Existe ideologia na economia?
Por: tuiraoribeiro • 18/9/2019 • Resenha • 1.083 Palavras (5 Páginas) • 240 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA[pic 1]
DISCENTE: TUIRA DE OLIVEIRA RIBEIRO
DISCIPLINA: CIS 205 - HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
DOCENTE: FREDERICO TORRES
Resenha do texto “Existe ideologia na economia? Ou por que os economistas não são físicos, mas muitos acreditam que são? ” de Glaudionor Gomes Barbosa e Ana Paula Sobreira Bezerra.
O artigo está organizado em seis seções, sendo a primeira a introdução. Utiliza como base o primeiro capítulo do artigo de Robinson (1979) e objetiva discutir a relação entre a Ideologia e Economia e a existência de uma relação entre elas, argumentando como teorias econômicas podem ser vetores de ideologias.
Na segunda seção discute-se o conceito de Ideologia através da sua morfologia e do histórico de significações e interpretações. Passando Destutt de Tracy, que escreveu Elementos da Ideologia, onde o vocábulo apareceu pela primeira vez, e que pretendia elaborar uma ciência da gênese das ideias; Augusto Compte que empregava o termo com dois sentidos diferentes; Durkheim, que define Ideologia como um resto, uma sobra de ideias pré-científicas, preconceitos (pré-conceitos) inteiramente subjetivos e individuais, entre outros.
Para a construção do artigo, os autores utilizaram a definição que lhes parece mais completa, a feita por Chauí, 1985; da leitura da teoria marxista, que define a ideologia como um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações e de normas ou regras que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar o que devem valorizar e como devem valorizar o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.
A seção três introduz o trabalho de Fromm (1986) que afirma ser insuficiente a análise de Marx sobre como a base material se traduz na superestrutura ideológica, apesar da indiscutível relação bem definida entre a base e a superestrutura ideológica. E que essa insuficiência poderia ser superada utilizando elementos da psicanálise Freudiana.
Para Fromm, o caráter é um elo entre a estrutura social e o sistema de valores e é definido através da estrutura de caráter partilhado pela maioria absoluta. Assim o caráter social não pode ser definido pelo somatório do caráter individual e só pode ser perfeitamente compreendido quando se entende que a sua função é fazer as pessoas raciocinarem e agirem, dentro de determinada sociedade, com o objetivo de manter o funcionamento adequado de sua sociedade
O inconsciente social, entendido aqui como as áreas de repressão comuns à maioria dos membros de uma sociedade, complementa o elo entre estrutura social e o sistema de valores e assim o indivíduo médio de qualquer sociedade não se permite ter consciência de pensamentos e sentimentos que sejam incompatíveis com os padrões reconhecidos de sua cultura a fim de evitar rejeição social. Fromm finaliza afirmando que o que é inconsciente e o que é consciente dependem da estrutura da sociedade e de sua configuração moral.
A seção quatro é subdividida em duas seções que discutem as contribuições de Robinson e de Schumpeter respectivamente. Robinson no texto Metafísica, Moral e Ciência, Robinson equipara os conceitos de metafísica, sistema de crenças e ideologia, defende a posição de que boa parte da Ideologia é ocupada ou é representada pelas ideias econômicas e também afirma que a Economia, além de um método científico, deve ser considerada um veículo da Ideologia dominante.
A autora argumenta que a Ideologia é parte essencial de qualquer sociedade, pois nenhuma delas poderia sobreviver sem que seus membros possuíssem sentimentos comuns sobre a conduta socialmente adequada, concluindo que, do ponto de vista da evolução, a Ideologia é um substituto para o instinto, já que os animais já nascem sabendo o que fazer e seguem repetindo seus padrões de comportamento, mas os seres humanos precisam aprender o que deve ser feito.
Para Robinson o nosso sistema de valores não decorre nem da teologia nem da razão, mas constitui uma parte separada de nosso equipamento, como nossa capacidade para aprender a falar. A religião apenas reforça o nosso sistema de valores e a razão, por sua vez, não pode ajudar, pois o sistema moral implantado em cada um de nós não decorre de princípios racionais e sim de princípios emocionais.
Para Schumpeter as normas de procedimentos que são aplicadas no trabalho analítico são quase tão isentas de influências ideológicas como a própria visão que está sujeita a eles, e tais regras tendem, a esmagar e expulsar o erro, ideologicamente condicionado.
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