Resenha o imperialismo estágio superior do capitalismo
Por: Rafael Moreira • 20/6/2019 • Resenha • 2.706 Palavras (11 Páginas) • 475 Visualizações
Resenha - Imperialismo, estágio superior do capitalismo
O primeiro capítulo escrito por Lênin aborda o salto de tendências dependentes do capitalismo empregada na mudança do século XIX para o XX, das quais a fase imperialista descende. O desenvolvimento industrial, a concentração bastante rápida da produção em empresas eram algumas das disposições fundamentais questionadas por Lênin. Para demonstrar, o autor explora um sequência de dados sobre a concentração abundante da produção, criando alguns dos grandes aglomerados em países como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos os comparando na década de 80 do século XIX com os do início do século XX.
A partir de alguns dados, Lênin chega a uma definição fundamental desta obra, ao considerar que quanto mais intensa for concorrência capitalista, mais profundo operará as tendências de concentração da produção, abrindo caminho para a formação de monopólios. Desta forma, pode-se definir que uma das principais particularidades da emergência na época imperialista é a modificação do capitalismo de livre comércio pelo capitalismo aprimorado na concentração da produção que atinge um patamar tão exagerado, que dá lugar a abertura dos monopólios. Esta tendência foi analisada anteriormente por Marx, mas a sua efetivação como base essencial do capitalismo foi definida por Lênin, que enxergou de forma mais acabada a partir do desenvolvimento capitalista.
A livre concorrência é decorrente das grandes navegações e do mercantilismo e se desenvolve na fase iniciante de desenvolvimento da produção capitalista. Com o crescimento da indústria se desenvolve também disputas acirradas entre as burguesias industriais. Estas se organizam para concorrer por mercados de maneira organizada. Lênin observa que o modo de produção capitalista atravessou transformações importantes ao final do século XIX, primeiramente sob o regulamento do desenvolvimento dos cartéis, que se formaram a partir da necessidade dos grandes capitalistas de se estabelecer acordos entre si para sobreviverem às crises, que se tornam mais recorrentes à medida que o capitalismo avança. Posteriormente os cartéis passam a ser parte da economia capitalista, especialmente dos países avançados, como componentes que passaram a estruturar a base econômica da comunidade.
A partir do aparecimento do imperialismo, a concorrência se transforma em monopólio, resultando em um "gigantesco progresso na socialização da produção" e no progresso tecnológico.
Na esfera da classe dominante isso significa que as burguesias se defrontavam de forma brutal, no qual monopólios chocavam-se contra monopólios. Voltavam-se contra pequenos e médios produtores, fixavam os preços das matérias primas a fim de acabar com os outros competidores, impunham sanções ao negarem o fornecimento de insumos. Se fundiam para aumentar o domínio sobre os mercados.
Dessa forma o monopólio não elimina a concorrência, ao contrário, a intensificam e elevam a um grau superior, envolvendo frações da classe burguesa interioranas de cada país, elevando de maneira radical a competição entre os Estados. Isso porque a base existente na época imperialista constitui o aprofundamento das contradições existentes entre a progressista socialização das relações produtivas e a apropriação privada concentrada nos monopólios.
Dessa maneira, a utopia da sociedade fundada em pequenos e médios produtores é devorada pelos monopólios, que atacam estes e trabalhadores. Lênin ainda afirma que os monopólios também não acabam com a tendência de queda da taxa de lucro, que por sua vez intensifica as disputas. Com o declínio dos lucros resultam-se na decomposição dos monopólios, levando ao desaparecimento de determinados monopolistas. A competição de mercados e o rebaixamento dos preços resulta na diminuição do lucros. Assim, os capitalistas acentuam a exploração do trabalho, diminuem os salários e demitem os trabalhadores. Tais medidas aumentam as disputas entre capital e trabalho, incrementando à luta de classe, concentração sobre o preço da força de trabalho.
Por isso, da mesma forma que o imperialismo favorece uma socialização elevada das forças produtivas, também é marcado pelo acréscimo do parasitismo dos Estados imperialistas e suas burguesias, e pela decomposição característica dessa fase superior capitalista.
As situações de organização da produção conduzida pelos monopólios inauguraram condições que tornaram possíveis do ponto de vista produtivo da superação do capitalismo. Os monopólios quebram as fronteiras nacionais na visão das forças sociais que arquitetam para produzir, ao gerar uma grandeza de socialização das forças produtivas mais avançadas que na época do capitalismo de livre mercado. A contradição disso se baseia no fato da burguesia defendê-las a fim de garantir a conservação de sua existência como classe dominante.
Segundo o enunciado de Lênin, a internacionalização do capital é um grau nunca visto antes, resultado do caráter expansionista do capitalismo e exagerado na época imperialista, transforma o mundo em um cenário de conflitos comerciais, monetários, podendo chegar ao seu ponto máximo com os confrontos bélicos, que empurram a humanidade a aflições assombrosas. Como resultado disso, as guerras que marcam a abertura da época imperialista são agora mundiais e envolvem as principais potências, estendendo-se seus efeitos para o restante do mundo semicolonial.
O papel dos bancos e do crédito no capitalismo de livre mercado se restringia a um intermediário de pagamentos. Quando a abundância da produção tem lugar, o volume de capital essencial para os monopólios aumenta, o crédito amplia sua importância de tal forma que o lucro dos bancos aumenta igualmente.
A contingência de operações fundadas em capitais futuros também se amplia, ainda que de maneira diferente da multiplicação do capital especulativo típica da segunda metade do século XX. Dessa forma, ao monopólio produtivo se segue o início do monopólio bancário. Lênin apontava em sua obra que na fase imperialista os bancos deixavam de ser simples intermediários. Passam a subordinar a sociedade por meio de um conjunto de operações. Conhecem o segredo das indústrias e as dominam, controlando o crédito concedido às empresas transformando-se em fornecedores de capitais. Por meio da contabilidade do grandes bancos é possível conhecer a contabilidade de toda classe capitalista, assim como dos patrões e dos trabalhadores. São, portanto, os que conhecem o estado geral da economia em determinados setores da produção e de toda nação pela interligação da rede de bancos de vários países pelo mundo.
...