Resumo A Formação Econômica do Brasil.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil.

Durante a crise de 1929, um evento que é importantíssimo ser analisado seria a compra e destruição do estoque de café por parte do governo brasileiro. A produção de café brasileira atinge níveis máximos no ano de 1933, devido as plantações de 1928-27, e não sofre diminuição significativa em 29. Há diversas opções a serem analisadas com o declínio da economia mundial advinda da crise, entre elas o abandono de cafezais, que é descartado, em prol da diminuição do preço do produto, que iria ser algo mais justo para os produtores. Também é decidido que o excedente de produção seria destruído, devido a não haver grandes alterações na demanda pelo produto, pois embora houvesse baixa de preço, o mercado não mudava muito. Furtado explica que embora a baixa de preço criasse desemprego, a renda criada por essa estratégia era muito grande.

A reação dessa defesa brasileira mediante a crise foi efetiva. Mas diversos investidores que investiam pesadamente no café, trocaram os seus investimentos para outros produtos agrícolas como o algodão. Furtado também explica que devido a esses mecanismos de defesa, a crise de 29 tem o seu efeito amenizado. Há a analise de valores de importação na economia brasileira, que declinam bastante, e em consequência há um crescimento da economia agrícola interna, que reestabelece rapidamente a economia brasileira, inclusive estimulando o crescimento industrial nos anos seguintes.

O fato de a taxa de câmbio estar em alta, diminui o valor da moeda brasileira em relação ao mercado internacional, tendo como consequência um barateamento relativo dos produtos produzidos internamente, e com isso um estimulo a industrialização brasileira. Essa dependência da taxa de câmbio, faz o Brasil entrar em uma situação de perda de confiança por parte de investidores ligados ao mercado interno. Para evitar problemas com a taxa de câmbio, como a valorização da moeda brasileira que geraria um prejuízo ao setor cafeeiro, ou um barateamento de mercadorias importadas, que geraria concorrência, o governo decide fixar a taxa de câmbio. Essa situação, faz com que aconteça uma saída dos produtos brasileiros do país, e somada a uma desigualdade entre nível de renda, crescente, e oferta de bens, decrescente, há uma pressão inflacionária imensa.