Resumo O Longo Séc. XX
Por: Rafael Moreira • 11/5/2019 • Resenha • 683 Palavras (3 Páginas) • 498 Visualizações
O Longo Século XX - Giovanni Arrighi
Capítulo 1 - As Três Hegemonias do Capitalismo Histórico
A noção de desenvolvimento do sistema capitalista moderno criada por Arrighi faz parte de um questionamento teórico e de uma compreensão da economia capitalista baseada em ciclos de acumulação. O autor parte de uma análise das três hegemonias do capitalismo histórico (hegemonia, capitalismo e territorialismo). A hegemonia teria ligação com a capacidade de uma estado de exercer liderança sobre um grupo de nações soberanas, em segundo lugar o autor analisa o capitalismo predisposição de grupos capitalistas estimularem seus estados para aumentar o universo de atuação para suas indústrias capitalistas favorecendo desta maneira seus posicionamentos competitivos. Com relação ao territorialismo, o autor identifica que os capitalistas utilizam o poder como extensão de sua autoridade sobre os recursos escassos, que estes consideram as aquisições de território um meio e um subproduto da chamada acumulação de capital.
Neste capítulo ainda é discutido a origem do sistema interestatal moderno por meio do estudo das cidades-estados, demonstrando que pequenos territórios poderiam se transformar em grande continentes porque a busca por riquezas beneficiava a acumulação de capital, para as cidades ao norte da Itália.
Em seguida, Arrighi relata que os atrasados tiveram que fazer uma reestruturação radical da geografia política do comércio mundial por meio de um novo método de capitalismo e territorialismo criado pelos mercantilistas britânicos e franceses no século XVIII, fundada em três elementos principais:
- Colonização direta
- Escravismo capitalista
- Nacionalismo econômico
A seguir, Arrighi ressalta que o imperialismo de livre comércio produzui o princípio de que as leis prevalecem dentro e entre as nações estavam submetidas a um mercado mundial refido por leis próprias que combinadas com o desenvolvimento das indústrias de bens de capital bem como com a expansão territorial se tornaram ferramentas preponderantes para o governo britânico criar redes mundiais de poder e riqueza, garantindo domínio sobre o equilíbrio mundial possibilitando gerar hegemonia sem precedentes à Inglaterra.
O autor expõe que a criação de um estrutura imperial no século XIX parcialmente capitalista e territorialista, assegurou a elaboração e expansão da economia capitalista pelo mundo, repercutindo numa continuação das buscas imperiais dos tempos modernos.
Com relação aos Estados Unidos, Arrighi retrata que o seu desenvolvimento é resultante da sua economia doméstica possuir um forte mercado interno, bem como da sua política de manter o mercado interno fechado aos produtos externos, porém mantinham as portas abertas ao capital, à mão de obra e a iniciativa do exterior, colaborando para tornar o país o maior usufruidor do imperialismo britânico do livre comércio, dessa forma, a Inglaterra perde seu controle sobre o equilíbrio mundial.
Ainda sobre o primeiro capítulo, vale ressaltar as observações de Arrighi sobre os instrumentos de poder que foram dispostos para proteger e reorganizar o mundo livre; as organizações de Bretton Woods e a ONU se transformaram em ferramentas suplementares, que eram administradas pelo governo americano na prática de suas funções hegemônicas trazendo benefícios aos produtos e às indústrias estadunidenses, especialmente após a criação do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GAAT) deixando assim o governos dos Estados Unidos controlando a direção e o ritmo da liberalização comercial. De acordo com o autor, EUA estabeleceu um regime improvisado de comércio mundial e não um regime de livre comércio.
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