Taxa de lucro em marx
Por: Alison Alcantara • 30/5/2016 • Artigo • 543 Palavras (3 Páginas) • 780 Visualizações
Painel Geral 1
Lucro e taxa de lucro médio: os preços de produção
O lucro como forma mistificada de mais-valia; o preço de custo.
Coutinho nos alerta que: No Livro III Marx propõe-se a expor “as formas concretas que surgem do processo de movimento do capital, considerado como um todo” (Coutinho: 137). Para tal, acerca-se das configurações do capital, tal como “se aproximam, passo a passo, da forma em que elas mesmas aparecem na superfície da sociedade, na ação dos diferentes capitais entre si, na concorrência e na consciência costumeira dos agentes da produção” (Coutinho: 137).
A aproximação à superfície proporcionaria um acercamento aos fenômenos postos pela diversidade dos capitais, mediante a concorrência, e por esse meio a oportunidade de proceder a uma ampla crítica das categorias econômicas mistificadoras da economia política, a começar pelo lucro.
O objetivo de Marx parece ter sido retornar às considerações sobre lucro e taxa de lucro apresentadas no Livro I, dando um fecho à exposição da teoria do valor-trabalho e complementando a explicitação das suas diferenças em relação a Ricardo. A complementação à apresentação do lucro como uma forma mistificada de excedente principia no Livro III pela distinção entre custo capitalista e custo real. O custo capitalista, que é o preço de custo da mercadoria, representa para Marx a medida do dispêndio do capital, e abrange o capital variável e a parcela do capital constante cujo valor se transfere ao produto. Difere quantativamente do valor ou custo real (ou custo em trabalho), na proporção que este último incorpora também a parcela de valor representada pela mais-valia.
A categoria preço de custo aboliria diferenças importantes na caracterização do excedente como trabalho não-pago, já que, em relação a ela, o capital constante e o variável aparecem apenas como dispêndios indistintos em capital produtivo, independentemente de suas respectivas funções. Justaposta ao preço de custo, a mais-valia necessariamente representa um acréscimo de valor em relação a todo o capital desgastado, escondendo a fonte constitutiva do valor. E, como na fórmula do custo capitalista todo o capital aparece como a fonte do produto excedente, a rigor a mais-valia nela se reporta à totalidade do capital desembolsado (inclusive a parcela de capital fixo cujo valor não se transferiu no produto). Marx alerta: “Como tal descendente imaginário do capital global adiantado, a mais-valia recebe a forma transmutada de lucro” (Coutinho: 138).
Vale dizer, o lucro é a mais-valia posta em relação com todo o capital, quando capital constante e variável nada mais são do que parcelas do preço de custo. Trata-se de uma forma mistificada, conforme Marx, mas adequada e necessária ao regime de produção capitalista, já que a produção do sistema converte o desgaste dos meios de produção e o valor da força de trabalho em custo capitalista de produção.
Deve-se notar que a distinção entre custo capitalista e custo em trabalho representa uma tentativa de aproximação ao debate sobre as relações entre custo, valor e preço que domina a economia clássica. A matéria envolve várias questões, quase todas presentes na Riqueza das Nações e desenvolvidas em obras
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