ABORDAGEM HUMANISTICA NA ADMINISTRAÇÃO
Exames: ABORDAGEM HUMANISTICA NA ADMINISTRAÇÃO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 260601tha • 11/2/2015 • 4.519 Palavras (19 Páginas) • 3.282 Visualizações
1. ABORDAGEM HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO
Com a Abordagem Humanística, a Teoria Administrativa sofre uma verdadeira revolução conceitual: a transferência da ênfase na tarefa e na estrutura organizacional para a ênfase nas pessoas que trabalham nas organizações. Com a Abordagem Humanística, a preocupação com a máquina e com o método de trabalho e a preocupação com a organização formal e os princípios de Administração aplicáveis aos aspectos organizacionais cedem prioridade para a preocupação com o homem e seu grupo social. Há, portanto, um deslocamento dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos.
A Abordagem Humanística ocorre com o aparecimento da Teoria das Relações Humanas, nos Estados Unidos, a partir da década de 30. Seu surgimento, porém, somente foi possível com o desenvolvimento das ciências sociais, notadamente a Psicologia e, em particular, a Psicologia do Trabalho. Esta surgiu na primeira década deste século e estava voltada principalmente para dois assuntos básicos que ocuparam duas etapas do seu desenvolvimento:
a) A análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho. Nesta primeira etapa, domina o aspecto meramente produtivo. O objetivo da Psicologia do Trabalho - ou Psicologia Industrial para a maioria - era a verificação das características humanas que cada tarefa exigia do seu executante e a seleção científica dos empregados baseada nessas características. Essa seleção científica era baseada em testes. Os temas predominantes da Psicologia Industrial, nesta etapa, eram a seleção de pessoal, a orientação profissional, os de aprendizagem e de trabalho, a fisiologia do trabalho e o estudo acidentes e da fadiga.
b) A adaptação do trabalho ao trabalhador. Esta segunda etapa se caracteriza pela crescente atenção voltada para os aspectos individuais e sociais do trabalho, com certa predominância desses aspectos sobre o produtivo. Pelo menos em teoria. Os temas predominantes nesta segunda etapa eram o estudo da personalidade do trabalhador e do chefe, da motivação e dos incentivos do trabalho, da liderança, das comunicações, das relações interpessoais e sociais dentro da organização.
Inegavelmente, a Psicologia Industrial contribuiu valorosamente para demonstrar a parcialidade dos princípios de Administração adotados pela Teoria Clássica. Além do mais, as profundas modificações ocorridas no panorama econômico, político, tecnológico vieram trazer novas variáveis para o estudo da Administração. Ocorre que, enquanto nos demais países, a partir da I Guerra Mundial, o liberalismo típico do século XIX passou a ser substituído por uma crescente interferência do Estado na economia, com o surgimento de governos totalitários (nos quais a Teoria Clássica encontrava um ambiente fortemente favorável), nos Estados Unidos, os pressupostos democráticos eram desenvolvidos e reafirmados. Além dos mais, com a I Guerra Mundial começa o declínio da Europa Centro-Ocidental na liderança do mundo e a espetacular ascensão dos Estados Unidos como potência mundial.
Com a grande depressão econômica que atormentou o mundo todo por volta de 1929, a busca da eficiência nas organizações passou a ser intensificada. Se essa crise mundial teve suas origens nas dificuldades econômicas dos Estados Unidos e na situação de dependência da maioria dos países capitalistas em relação à economia americana, ela provocou indiretamente uma verdadeira reelaboração de conceitos e uma reavaliação dos princípios de Administração até então aceitos com todo o seu caráter dogmático e prescritivo.
Como veremos adiante, a Abordagem Humanística da Administração começou logo após a morte de Taylor, porém, apenas a partir da década de 30 encontrou enorme aceitação nos Estados Unidos, principalmente pelas suas características eminentemente democráticas. Sua divulgação fora dos Estados Unidos somente ocorreu bem depois do final da II Guerra Mundial, na década de 60
2. ORIGENS DA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
A Teoria das Relações Humanas (também denominada Escola Humanística) surgiu nos Estados Unidos, como conseqüência imediata das conclusões obtidas na Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração.
A Teoria Clássica pretendeu desenvolver uma nova filosofia empresarial, uma civilização industrial, na qual a tecnologia e o método de trabalho constituem as mais importantes preocupações do administrador. Todavia, apesar da hegemonia da Teoria Clássica e do fato de esta não ser questionada por nenhuma outra teoria administrativa importante durante as quatro primeiras décadas deste século, os seus princípios nem sempre foram pacificamente aceitos, principalmente pelos trabalhadores e sindicatos americanos. Num pais eminentemente democrático, como os Estados Unidos, os trabalhadores e seus sindicatos passaram a visualizar e interpretar a Administração Científica como um meio sofisticado de exploração dos empregados a favor dos interesses patronais. Na verdade, já havia pesquisas que laçavam os primeiros alertas à autocracia do sistema de Taylor. Verificou-se que a Administração se baseava em princípios inadequados ao estilo de vida americano.
Assim, a Teoria das Relações Humanas nasceu da necessidade de se corrigir a forte tendência à desumanização do trabalho surgida com a aplicação de métodos rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores deveriam forçosamente se submeter.
As principais origens da Teoria das Relações Humanas são as seguintes:
1. A necessidade de se humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novas padrões de vida do povo americano. Neste sentido, a Teoria das Relações Humanas se revelou um movimento tipicamente americano e voltado para uma democratização dos conceitos administrativos.
2. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia, bem como a sua crescente influência intelectual e suas primeiras tentativas de aplicação à organização industrial. Realmente, as ciências humanas, gradativamente, vieram demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica.
3. As idéias da filosofia pragmática (de John Dewey) e da Psicologia Dinâmica (de Kurt Lewin) foram capitais para o humanismo na Administração. Elton Mayo é considerado
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