ANÁLISE DO IMPEACHMENT DOS EX PRESIDENTES COLLOR E DILMA
Por: Guilherme Honrado • 6/5/2020 • Resenha • 1.770 Palavras (8 Páginas) • 215 Visualizações
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA
DISCIPLINA – PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA
ANÁLISE DO IMPEACHMENT DOS
EX PRESIDENTES Collor E DILMA
Rio de Janeiro
2017
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país relativamente novo se comparamos por exemplo a outros países do continente Europeu. Com apenas 517 de idade, desde o descobrimento por nossos colonizadores portugueses e quase 31 da instauração de um governo democrático. Podemos afirmar que ainda somos uma nação muito jovem e estamos engatinhado no que diz respeito a política e os deveres e direitos do povo e seus políticos.
Mesmo tendo um tempo tão curto de existência, nossa nação já passou por muito abalo em suas estruturar como: a ditadura e o impeachment de dois presidentes. E o intuito dessa análise é discutir esses dois processos de impeachment com mais de 24 anos de diferença.
O processo de impeachment da Dilma nos faz lembrar quase que automaticamente do episódio do impeachment do Collor, afinal esse foi o único caso em que esse instrumento constitucional foi usado na história do nosso país.
Para compreendermos melhor o que levou ao acionamento deste instrumento constitucional nas duas ocasiões.
SITUAÇÃO ECONÔMICA DO PAÍS
Cenário do Governo Collor
O cenário brasileiro no início dos anos 90 era economicamente preocupante ainda sem ter superado as inúmeras crises da década anterior, quando alcançamos níveis estratosféricos de inflação (no ano de 92 atingiu 1.119%), mesmo em meio à estagnação econômica, além de problemas enormes com a dívida externa. Todos os planos econômicos criados para tentar diminuir a inflação e trazer estabilidade à moeda fracassaram.
Cenário do Governo Dilma
A economia brasileira não estava indo bem durante seu governo. Muitas medidas tomadas foram duramente criticadas – como manter as taxas de juros artificialmente baixas, no início do governo; a redução das tarifas de energia; a política de desoneração das indústrias; empréstimos subsidiados a grandes empresas via BNDES, medidas que de acordo com os opositores do governo Dilma teriam pressionado as contas públicas, levando à necessidade de criar um ajuste fiscal e retirando a confiança dos investidores e consumidores no país. Como consequência, veio a recessão, acompanhada do aumento da inflação, dólar alto, desemprego crescente e dificuldades em fechar o superávit primário.
POPULARIDADE
Popularidade do Governo Collor
As medidas econômicas impopulares tomadas foram suficientes para dissipar o apoio obtidos nas urnas durante as eleições. Diante disso viu-se crescer sua rejeição entre eleitores ao longo de seu mandato e em 1992, encarou megaprotestos no Brasil inteiro, sem que houvesse apoiadores do seu governo. As manifestações populares aumentar a sensação de que Collor não tinha como continuar no poder. Em seu pior momento, em 92, Collor era aprovado por apenas 9% da população, enquanto era reprovado por 68%, segundo o Instituto Datafolha.
Popularidade do Governo Dilma
O Governo Dilma no segundo mandato também conviveu com manifestações. Os protestos do dia 13 de março entraram para a história como as maiores já registradas no país. As pesquisas de aprovação também registram resultados extremamente negativos, piores até que os de Collor: Dilma chegou a ser rejeitada por 71% da população, enquanto era aprovada por apenas 8% novamente, dados do Datafolha.
Diferente de das “Diretas já” e que o Governo de Dilma tinha apoiadores. Logo após as manifestações contra o governo foram organizadas outras manifestações só que agora com pessoas que estavam a favor do atual governo. O que se mostra aqui é que a saída de Dilma não é unanimidade, como foi no caso de Collor.
APOIO NO CONGRESSO
Apoio no congresso do Governo Collor
Governou com pouco apoio do Congresso. No início, até tinha aliados dentro de partidos importantes, como PFL, PDS, PTB e PL. Quando a ideia de seu impeachment surgiu, em meio à comoção popular causada pela revelação de fatos comprometedores, poucos parlamentares se opuseram: as únicas lideranças expressivas que ficaram ao seu lado foram Leonel Brizola e Antônio Carlos Magalhães. No plenário da Câmara, a derrota foi esmagadora: 440 votos a favor do impeachment, apenas 38 contra e mais 23 ausências.
Apoio no congresso do Governo Dilma
A presidente contava com uma ampla base aliada no Congresso, que segundo estimativas incluía mais de 300 deputados na Câmara. O PT, ainda possuía a segunda maior bancada do Congresso. Mas conforme o dia da votação do impeachment se aproximava, esse apoio declina cada vez mais, com o perde de grandes partidos aliados, como o PMDB, o PP e o PSD.
De fato, Dilma teve mais condições para negociar apoio no Congresso do que Collor. Apesar das pesquisas mostrarem que o impeachment e inevitável. O governo tentou negociar com deputados até o último momento, inclusive abordando indecisos individualmente. Mas a votação mostrou o que as pesquisas já apontavam, a derrota foi de 61 votos a favor do impeachment, apenas 20 contra.
SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA
Sociedade Civil organizada contra o Governo Collor
Em 1992, o pedido de afastamento de Collor era unânime tanto para a população, quanto para as lideranças sindicais e os partidos políticos. Movimentos sociais, movimentos estudantis, sindicatos e entidades de classe viraram as costas para o presidente no momento decisivo daquele processo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) estavam unidas. Os grandes protestos contra o então presidente realizados em 1992 foram organizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE).
O principal ato, conhecido como “Domingo Negro”, aconteceu em 16 de agosto de 1992. Dias antes, o então presidente Collor pediu apoio aos brasileiros: convocou a população para vestir verde e amarelo em sua defesa. A proposta fracassou. Em resposta, milhares de brasileiros tomaram as ruas vestindo roupas pretas.
Sociedade Civil organizada contra o Governo Dilma
Já no governo Dilma, havia uma divisão acentuada entre os que são contra e pró-impeachment. A impopularidade de Dilma era altíssima, mas, na lógica das manifestações populares, estava clara a existência de uma divisão da opinião popular.
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