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FONTES, PROCEDIMENTOS E EFEITOS MICROECONÔMICOS DA INOVAÇÃO

Por:   •  19/10/2015  •  Resenha  •  984 Palavras (4 Páginas)  •  459 Visualizações

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O propósito do ensaio é analisar o processo que leva das oportunidades tecnológicas nocionais aos esforços inovativos concretos e, finalmente, a mudanças na estrutura e desempenho das indústrias. Assim, são discutidas as fontes de oportunidades de inovação; o papel do mercado de alocar recursos na exploração dessas oportunidades e de determinar a taxa e direção dos avanços tecnológicos; as características dos processos de busca inovativa; e a natureza dos incentivos que levam os agentes privados a se comprometerem com a inovação.

Há duas séries principais de questões aqui: primeiro, a caracterização do processo de inovação em geral e, segundo, a interpretação dos fatores que respondem pelas diferenças – entre setores e firmas através do tempo – observadas nos modos de busca inovativa e nas taxas de inovação. Várias formas de inovação afetam todos os setores da atividade econômica. A presente discussão, entretanto, concentra-se na produção de bens (a indústria manufatureira) e enfatiza os esforços relacionados ao melhoramento das técnicas de produção e à busca de novos produtos.

Os países industriais modernos dedicam uma significativa parcela de sua renda e força de trabalho à atividade formalizada de pesquisa pura e aplicada e ao desenvolvimento tecnológico em instituições sem fins lucrativos e empresas privadas. Na interpretação da evidência a respeito das atividades inovativas nas economias contemporâneas, apresenta-se, primeiro, a questão da natureza do processo que leva da percepção de uma oportunidade economicamente explorável ao seu desenvolvimento concreto. Segundo, deve-se levar em conta as direções da mudança tecnológica. Terceiro, deve-se explicar por que os setores diferem em seu comprometimento de recursos com atividades de busca e nas taxas em que geram novos produtos e processos de produção. Em suma, denomina-se “propensão a inovar” ao resultado empírico das duas séries de fenômenos e tenta-se explicitar os seus determinantes.

Nos últimos vinte anos, várias análises foram feitas sobre o processo de inovação, preocupadas com a relação entre insumos e produtos das atividades inovativas (i.e., a relação entre os recursos destinados à busca inovativa e as taxas de geração de inovações, quando mensuradas) e com a natureza do próprio processo de inovação. Em termos muito gerais, a inovação tecnológica envolve a solução de problemas – por exemplo, a transformação de calor em movimento, moldar materiais de determinada maneira, produzir componentes com certas propriedades – satisfazendo, ao mesmo tempo, certos requerimentos de custo e comerciabilidade. A “solução” de problemas tecnológicos certamente envolve o uso de informação retirada de experiências anteriores e do conhecimento formal (e.g. das ciências naturais); entretanto, ela também envolve capacitações específicas e não codificadas por parte dos inventores.

Uma implicação da forma paradigmática de conhecimento tecnológico é que as atividades inovativas são fortemente seletivas, focalizadas em direções muito precisas e cumulativas na aquisição de capacitações para a solução de problemas. Inversamente, uma mudança no paradigma geralmente implica uma mudança nas trajetórias: junto com as diferentes bases de conhecimento e os diferentes protótipos de artefatos, as dimensões tecno-econômicas da inovação também variam. Algumas características podem se tornar mais fáceis de se obter, podem surgir novas características desejáveis, enquanto outras podem perder relevância.

A visão de tecnologia apresentada é muito diferente do conceito de tecnologia como informação que é geralmente aplicável e fácil de reproduzir e reutilizar, no qual as firmas podem produzir e usar inovações empregando livremente um “estoque” ou “reservatório” geral de conhecimento tecnológico. A distinção entre tecnologia e informação – sendo a última apenas um subconjunto da primeira – tem consequências analíticas importantes para a teoria da produção.

O conhecimento científico desempenha um papel importante na abertura de novas possibilidades de grandes avanços tecnológicos. A emergência de novos paradigmas tecnológicos de vulto frequentemente

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