Fundamentos da Inteligência Competitiva
Por: lucasdsrocha • 3/12/2024 • Artigo • 7.256 Palavras (30 Páginas) • 18 Visualizações
- A aplicação prática dos fundamentos da Inteligência Competitiva como uma ferramenta de sucesso ante às inovações estratégicas de mercado
Lucas Daniel Santos Rocha – advlucasrocha@gmail.com
MBA Executivo em Gestão Comercial
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Goiânia-GO, 16 de março de 2019.
Resumo
O presente trabalho visa abordar os fundamentos que norteiam às atividades de Inteligência Competitiva, assim como sua aplicação prática no campo de batalha hodierno. Observado o forte e rápido avanço ao acesso das informações, surge a seguinte questão, como as empresas, no atual cenário mercadológico poderão acompanhar as tendências e até mesmo se anteciparem à essas eliminando os riscos que a surpresa pode acarretar? Através dessa questão nasce importância da abordagem a fim de demonstrar a implementação e desenvolvimento cultural da Inteligência Competitiva como a ferramenta de sucesso. O objetivo desse estudo é apontar as benéfices que a Inteligência Competitiva acarreta a empresa através do estudo do futuro e informações disponíveis. Foi utilizado o método dedutivo, onde a pesquisa foi desenvolvida através de referências bibliográficas, doutrinas, periódicos e também baseada em cases relevantes do cenário econômico-organizacional. Os resultados encontrados indicam que a utilização e o constante aprimoramento das técnicas inteligentes e estratégicas nunca se fizeram tão pulgente. Conclui-se que a aplicação prática desses fundamentos de Inteligência Competitiva é uma questão de sobrevivência ante ao crescimento estratégico emergente.
Palavras-chave: Inteligência Competitiva. Informação. Análise de Futuro. Estratégias de mercado.
1. Introdução
A presente abordagem se insere na temática Inteligência Competitiva (IC). Atualmente pouco ainda é divulgado sobre o tema, entretanto, trata-se de uma atividade muito desenvolvida nas grandes empresas líderes de mercado atualmente. A matéria começou a ser estudada e desenvolvida no Brasil na década de 90, especificamente no ano de 1997 através do primeiro curso de especialização que se deu no Rio de Janeiro. O marco da IC no país foi através da criação da ABRAIC – Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva no ano de 2000, que de lá prá cá vem disseminando o conhecimento e a prática a cerca dos fundamentos e nortes da Inteligência Competitiva e sua inserção no mercado econômico.
Em nível mundial, a IC passou a ganhar um significado mais proeminente após a criação da SICP - Organização dos Profissionais de Inteligência Competitiva e Estratégia, a qual passou a desenvolver membros de diversos países através de uma rede mundial de troca de conhecimento.
O interesse pelo tema veio logo após o primero contato, insights de como o desenvolvimento em todos os aspectos giram em torno da informação vieram à mente e desde então à busca pelo conhecimento a respeito do tema se intensificou. O foco na aplicação prática dos fundamentos da IC se fez necessário para que pudesse oportunizar aos leitores um acesso à esse tipo de conhecimento mais prático a cerca da influência da atividade de Inteligência, ante ao rápido avanço estratégico das informações.
E a problemática é exatamente essa, como se portar ao rápido avanço das informações de forma a eliminar os riscos que poderão trazer prejuízos de qualquer natureza à empresa. Desta feita, a Inteligência Competitiva tem esse papel de antecipar fatos que ainda não ocorreram, mediante ferramentas que estudam e analisam o futuro, de forma a gerar esse tipo de inteligência, que vai embasar diretamente a tomada de decisão pelo gestor da empresa. Outro fato que se faz importante observar é que o profissional de inteligência jamais toma as decisões, ele somente repassa as informações que foram adquiridas por sistemas e formas desenvolvidas, para que o presidente, CEO ou o diretor dessa empresa possa decidir.
E o objetivo dessa pesquisa é eliminar essas lacunas existentes entre a Inteligência Competitiva e o cenário econômico, que irá ser influenciado pelas recorrentes mudanças oriundas não só da economia, mas também da política, financeira, social, cultural, ecológica, dentre diversas outras.
O tema abordado foi influenciado por diversos autores, que de forma brilhante expõe suas opiniões e dados coletados em suas diversas obras em que abordam a Inteligência Competitiva como essa verdadeira ferramenta de sucesso.
Para Mendes (2010:13) a IC desempenha um fundamental papel nessa nova ordem social movida pela informação, abordando a necessidade da obtenção da informação certa, na hora certa e para a decisão certa, a fim de reduzir o risco de incerteza durante a tomada de decisão.
Em um mesmo entendimento afirma Prescott e Miller:
Até bem recentemente, a “gestão do conhecimento” era objeto de grande atenção, ao passo que a IC não recebia tanto destaque. Na verdade, a IC tem-se beneficiado dos avanços na infra-estrutura de tecnologia da informação e da elevação da gestão do conhecimento a uma função empresarial de destaque. Mais ainda, a integração da gestão do conhecimento em todas as estruturas empresariais está contribuindo para um maior reconhecimento do valor da IC. O conhecimento precisa, afinal, ser gerado e analisado antes de poder ser comunicado e “administrado”. Isto se aplica tanto aos dados gerados internamente quanto à inteligência obtida por fontes situadas fora do âmbito da empresa, o que pode ir de encontro ao isolamento que tantas vezes tolhe os tomadores de decisão (PRESCOTT E MILLER, 2002:13).
Faz-se notório o avanço tecnológico nos dias atuais, e isso contribuiu diretamente tanto para o avanço das informações, diretamente ligadas à tecnologia, como também para a Inteligência Competitiva, vez que segundo escreve Marcial (2011:21), essa evolução nos surpreende a todo o instante e acaba por acarretar outros tipos de mudanças em nossa vida na sociedade.
Entretanto, essa percepção da aceleração das mudanças não é de hoje. Em 1986, Porter já previa tais acontecimentos:
Estratégia Competitiva foi escrito em uma época diferente e gerou não apenas extensões, mas também perspectivas competitivas. Entretanto, curiosamente, o reconhecimento da importância da estratégia vem aumentando nos dias de hoje. A preocupação com questões internas das empresas ao longo da última década teve preocupação com questões internas das empresas ao longo da última década teve limites que estão se tornando aparentes, e há uma consciência renovada da importância da estratégia. Com maior perspectiva e entusiasmo menos juvenil, espero que possamos ver, com mais clareza do que nunca, o lugar da estratégia competitiva na paleta gerencial e renovar o apreço pela visão integrada da competição.
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