PND II: FIM DO CICLO

O PND II: O FIM DE UM CICLO

Implementado durante o governo do general Geisel e elaborado sob a orientação de João Paulo dos Reis Velloso, ministro do Planejamento, o Plano Nacional de Desenvolvimento II (1975-1979) foi a mais ampla e articulada experiência brasileira de planejamento após o Plano de Metas. Os gigantescos investimentos a cargo de Eletrobrás, Petrobras, Siderbras, Embratel e outras empresas públicas eram as bases de sustentação do programa.

O Plano tinha o objetivo de superar o próprio subdesenvolvimento do país, eliminado os estrangulamentos estruturais da economia nacional. A maioria dos investimentos para crescimento industrial estava direcionada ao departamento I da economia, produtor de bens de capital e bens intermediários.

A estratégia do II PND exerceu um papel positivo para o ajustamento externo da economia, além de sustentar o crescimento econômico. Entre os seus aspectos negativos, ele cita a meta bastante ambiciosa para o crescimento econômico que: 1) subestimava as dificuldades relacionadas com o fato de que a economia havia atingido plena utilização de capacidade e alguns setores já mostravam claros sinais de superaquecimento; e 2) contava de maneira irrealista com condições favoráveis da conjuntura internacional.

A meta industrial proposta pelo II PND tinha como pontos principais: 1) a abertura de novos campos para a exportação de manufaturados, em complemento às exportações de indústrias tradicionais. 2) impulso ao desenvolvimento da indústria de alimentos, com continuação do esforço de modernização e reorganização de certas indústrias tradicionais; e 3) atenuação dos desníveis regionais de desenvolvimento industrial, evitando-se assim a continuação da tendência à concentração da atividade industrial em uma única área metropolitana.

Nos últimos anos da década de 1970, a onda de investimentos do Plano refletiu-se em déficit em transações correntes e em crescimento da inflação, o que levou as autoridades econômicas a optar pela diminuição das taxas de crescimento industrial. Os limites do II PND foram dados pela própria ambição de suas propostas, que se revelaram superiores às possibilidades econômicas e políticas do país, em uma conjuntura externa adversa.