Notas Pessoais referentes ao tema “Regimes de Formação; Regimes de Ciclos I; Regimes de Ciclos II e Regime Linear de Formação”
Por: MailzaViegas • 5/5/2015 • Resenha • 2.212 Palavras (9 Páginas) • 518 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA[pic 1]
INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS
Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares Sobre a Universidade
Rua Barão de Jeremoabo, s/n – Ondina – IHAC/UFBA - CEP 40.170-115 – Salvador - Bahia
Tel: 3283-6790 – e-mail: eisu@ufba.br – url: http://www.eisu.ufba.br
COMPONENTE: ESTUDOS SOBRE A INSTITUIÇÃO UNIVERSITÁRIA
CÓDIGO: HACB40
DOCENTES: Marcelo Nunes Dourado Rocha, Carmen Fontes Teixeira (e convidados)
DIA/HORÁRIO: terça-feira / 09h30-12h00 LOCAL: Sala 101 PAF III
DISCENTE: Pablo Henrique Lacerda dos Santos
ATIVIDADE: Notas Pessoais referentes ao tema “Regimes de Formação; Regimes de Ciclos I; Regimes de Ciclos II e Regime Linear de Formação” (Aula 07)
O objetivo deste trabalho é apresentar “notas pessoais” mediante crítica bibliográfica proposta para o tema da sétima aula – Regimes de Formação; Regimes de Ciclos I; Regime de Ciclos II e Regime Linear de Formação.
Naomar de Almeida Filho faz um apanhando histórico do ensino superior no mundo ocidental assim como também no Brasil. Em seu texto “Modelos de Educação Superior” ele retrata a hegemonia no ensino superior contemporâneo, a partir do modelo norte-americano de college mais graduate schools, a sua origem, expansão são referências relevante na “arquitetura curricular” em sua universidade nova; e o modelo europeu unificado pelo processo de Bolonha, que encontra-se em fase de implantação de uma “arquitetura curricular” comum, assim como uma mobilidade acadêmica internacional.
De maneira resumida apresenta a estrutura do sistema universitário brasileiro, que segundo Naomar é resultado de uma “... concepção linear e fragmentadora do conhecimento, alienada da complexidade dos problemas da natureza, da sociedade, da história e da subjetividade humanas” sabendo que ainda pratica um modelo superado nas universidades europeias do sec. XIX. (p.150)
- Modelo Norte- Americano (MNA)
Com a origem na universidade Alemã de pesquisa de matriz humboldtiana, consolidando-se nos Estados Unidos com a reforma Flexner. Este modelo compreende dois níveis:
- Pré Graduação: são os bacharelados gerais de 4 anos, terminal ou como etapa prévia, “ministrados em unidades de educação superior de escopo geral, isolados ou integradas em universidades, chamadas de colleges.”(p. 145). Tem um caráter não profissionalizante já que ao concluir os estudantes recebem títulos universitários de bacharéis com a área de concentração de estudo, conhecida como Major, com uma área de atuação complementar, “Minor”.
- Graduação: graduação profissional e graduação acadêmica, os títulos aqui recebidos funcionam como pré-requisito de entrada no segundo nível, a Graduate School, são eles programas profissionais ou de estudos avançados. “Este nível de formação equivale ao que se denomina de Pós-Graduação no continente Europeu, América Latina e no Brasil” (p.145).
Podemos notar na escrita do autor é que o modelo adotado em nosso país é resultado de falta de compreensão do Modelo Norte-Americano.
- Modelo Unificado Europeu (Processo de Bolonha)- MUE
- Primeiro Ciclo: Bacharelados gerais de 3 anos, que não possuem caráter profissional, assim como o MNA. Ao terminar os estudantes recebem o título de bacharéis com área de concentração, e tais títulos funcionam como a base para a formação acadêmicas ou profissionais, nas fases seguintes;
- Segundo Ciclo: cursos profissionais, mestrado profissional e mestrado acadêmico, etapa prévia ao “À formação de pesquisadores e docentes de nível superior no ciclo seguinte.” (p.148)
- Terceiro ciclo: doutorados de pesquisa, direcionado as áreas básicas de pesquisa.
A universidade europeia tem, cada vez mais, contribuído com a difusão da cultura universitária. O processo de Bolonha, segundo Naomar, “mostra-se como uma alternativa de síntese entre valores contemporâneos de eficiência e competência e os valores clássicos da excelência e do compromisso cultural”.(p.149).
O modelo MNA após ser testado em quase um século de existência, é composto por um rigor institucional, sustentável e eficiente, no entanto, este modelo deixa a desejar no que tange aos 149 compromissos não só históricos, mas também sociais da universidade, que em 1960 seriam novamente confirmados, caracterizando-se por produzir cada vez mais conhecimento em detrimento dos valores culturais e civilizatórios.
- Nova Arquitetura Curricular na Universidade Brasileira
A universidade criada na Europa ocidental há mil anos, tinha como objetivo proteger e guardar os conhecimentos cristãos, cumprindo outras funções além das quais foi criada como, por exemplo, promover inovações na cultura e na sociedade.
Por decorrência, a função da educação superior deve se diferençar da função da universidade, a educação superior passa ter a “formação de quadros técnicos, compreendendo sujeitos produtores de aplicações, técnicas e práticas, e reprodutores de conhecimento e de ideologia” (ALMEIDA FILHO N, COUTINHO D. p.4). Cabe a universidade formar intelectuais, criando produtores de conhecimentos.
Ainda que consideremos as inovações e variações no mundo, o papel principal da universidade continua sendo a produção de conhecimento, promovendo, desta forma, as culturas humanísticas e cientificas. Entretanto, no Brasil o foco principal tem sido a formação profissional, fruto de uma universidade que tem sido poli-profissional e multidisciplinar. Mesmo diante deste quadro hegemônico, ainda há espaço para que possamos “torná-la supra-profissional e interdisciplinar’.
Após a promulgação da constituição brasileira de 1988, passamos a verificar vários eventos e processos, que indicavam algum nível de amadurecimento institucional. São demonstrativos deste processo, em primeiro lugar, o crescimento da produção acadêmica, em segundo, implantação do REUNI[1] a afirmação dos critérios de qualidade e em terceiro, valorização da universidade de “classe mundial”.
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