Fichamento Sociologia e o Mundo Moderno

Nome: Isabeli Ortega de Oliveira Souza

IANNI, Octavio. Sociologia e o mundo moderno. Tempo Social; Revolução Sociológica. USP - São Paulo, 1989.

[...] “os temas clássicos da Sociologia, bom como suas contribuições teóricas, logo nos deparamos com as mais diversas expressões desse mundo. [...] ela nasce e desenvolve-se com ele. Mais do que isso o Mundo Moderno depende da Sociologia para ser explicado, para compreender-se. Talvez se possa dizer que sem ela esse mundo seria mais confuso. ” (IANNI, p.8)

“A Sociologia [...] surge mais em um dado momento da história do Mundo Moderno. Mais precisamente, em meados do século XIX, quando ele está em franco desenvolvimento [...] época que já se revelam mais abertamente as forças sociais, [...] impasses da sociedade civil, [...] ou capitalista. Os personagens [...] estão ganhando seus perfis e movimentos: grupos, classes, movimentos sociais e grupos políticos; [...] mercado e mercadoria, capital [...] força do trabalho, lucro, acumulação de capital e mais-valia; ” (IANNI, p.8)

[...] “o capital parece estabelecer os limites e as sombras que demarcam as relações e as distâncias entre o presente e o passado, [...] a tradição e a modernidade. Em suas conotações sociais, [...] o capital parece exercer uma espécie de missão civilizatória, em cada país e continente do mundo. ’’ (IANNI, p.8) “ O pensamento filosófico do século XVIII e os começos do XIX compreende [...] contribuições da maior importância para as ciências sociais [...] e a Sociologia em particular. O liberalismo, iluminismo, [...] romantismo e evolucionismo são algumas das principais manifestações do pensamento europeu desse tempo. ” (IANNI, p.9)

“Por um lado, tratava-se de transferir ou traduzir para o campo da sociedade, cultura e história os procedimentos que já se haviam elaborado e continuavam a elaborar-se nas ciências físicas e naturais. (IANNI, p.9)

“Por outro lado, tratava-se de criar novos procedimentos de reflexão, de modo a fazer face ás originalidades dos fatos, acontecimentos e dilemas que caracterizam a vida social no Mundo Moderno. [...] A emergência da sociedade civil, [...] passava a desafiar o pensamento de uma forma nova, [...] O pensamento passa a dar conta da originalidade dos fatos [...] característicos das sociedades que se formam com o Mundo Moderno. “ (IANNI, p.9)

“Nos dois casos, [...] se encontram influencias [...] para a formação e o desenvolvimento da Sociologia. No conjunto, as sugestões epistemológicas de uns e outros permitem que a Sociologia se preocupe tanto com a realidade social como com o processo de conhecimento. ’’ (IANNI, p.9)

“[...] Há grandes teorias e teorias de alcance médio. Umas privilegiam o pequeno grupo social, o cotidiano e as situações micro. Outras a sociedade como um todo, em seus movimentos gerais e particulares, [...] disparidades e contradições. Umas mantem compromissos mais abertos com as sugestões epistemológicas das ciências físicas e naturais. ” (IANNI, p.10)

“[...] O mercantilismo, ou a acumulação originaria, iniciava um amplo processo de europeização do mundo. [...] Estava em marcha a revolução burguesa, [...] sempre acompanhada de surtos de contra-revolução, combinando e opondo diferentes setores sociais, [...] emergiam burgueses, trabalhadores assalariados diversos, [...] intelectuais, burocracia pública e privada. À medida que se desenvolve e consolida a ordem social burguesa, impondo-se ao antigo regime, multiplicam-se as lutas sociais urbanas e rurais. ” (IANNI, p.11)

[...] O século XIX nasce também sob o signo dos movimentos de protesto, greve, revolta e revolução. Aí estão alguns traços da sociedade burguesa, com tintas de modernidade. ” (IANNI, p.12)

“[...] Como um todo, em seus grupos e classes, movimentos sociais e partidos políticos, as relações entre sociedade civil e o estado revelam- se mais nítidas nas rupturas revolucionárias. ” (IANNI, p.12)

“[...] o desenvolvimento da sociedade nacional, urbano-industrial [...] concretiza-se em processos sociais de âmbito estrutural, tais como: - industrialização, urbanização, divisão do trabalho social, secularização da cultura e do comportamento [...] entre outros. Esse é o palco do trabalhador livre, formado com a sociedade moderna. ” (IANNI, p.12-13)

“[...] O colonialismo, imperialismo, nacionalismo, cosmopolitismo e internacionalismo podem ser vistos como produtos e condições de um amplo processo europeização do mundo. [...] Em distintas formas e ocasiões, os países e continentes atrelam-se desigual e contraditoriamente ao que parece ser a força civilizatória do capital. ” (IANNI, p.13)

“[...] Os bárbaros são obrigados a civilizar-se, [...] são obrigados a assimilar o monoteísmo bíblico, a diligência do trabalho que produz mercadoria e lucro, a disciplina exigida pela criação da mais-valia, a religião do capital.” (IANNI, p.14)

“[...] A comunidade diz respeito a preeminência de grupos primários, relações pessoais [...] assim por diante. E a sociedade diz respeito à preeminência de grupos secundários, dissociação entre público e privado, [...] predomínio da produção de valor de troca e assim por diante. “ (IANNI, p.15)

“[...] ordem e progresso sintetizam uma perspectiva de interpretação da sociedade urbano-industrial, de classes, em sua formação e transformação. A idéia de progresso identifica-se com a da sociedade urbano-industrial. [...] Aí, o estado deve ser forte, dirigente, para que as diversidades e desigualdades [...] não afetem a harmonia e o funcionamento do todo. O progresso econômico, industrial e capitalista, depende da ordem, harmonia, entre uns e outros. ” (IANNI, p.16)

“[...] A multidão surge na sociedade civil [...] Aparece nas manifestações de camponeses, operários, populares, desempregados [...] ela se torna uma realidade vida, forte, surpreendente ” (IANNI, p.16)

“Uma primeira corrente da Sociologia lida com a idéia de massa. [...] A massa é naturalmente composta por trabalhadores assalariados, empregados, na cidade e no campo [...] que depende de instituições regras e meios para organizar-se, manifestar-se. O contraponto da massa é a elite que dirige, comanda e organiza” (IANNI, p.18)

“A segunda corrente da Sociologia lida com a idéia de povo. [...] A multidão adquire traços jurídico-políticos convenientes, adequados, quando a multidão se organiza como povo, no sentido de coletividade de cidadãos. Cidadãos que se caracterizam pela faculdade de votar e ser votados. ” (IANNI, p.18)

“E uma terceira corrente da sociologia lida com a ideia de classe social. A classe é vista como uma categoria que expressa as diversidades e desigualdades que se acham na base das manifestações da multidão. [...] o que funda o movimento social, protesto, greve, revolta, revolução, é o modo pelo qual se produz e reparte a riqueza social. ” (IANNI, p.18)