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Foucault - Ética, Sexualidade e Política.

Por:   •  29/5/2017  •  Dissertação  •  913 Palavras (4 Páginas)  •  339 Visualizações

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Aula Ética – Texto Foucault: Ética, Sexualidade e Política.

        O hermafroditismo na Idade Média, durante o batismo era dado um nome à criança e os padrinhos davam o nome de homem ou mulher e durante o casamento, a pessoa poderia fazer um juízo de si e decidir se quer ser homem ou mulher. Como a sociedade tem mecanismos para definir qual a sua sexualidade? Até o século XIX, o sexo era definido pela pessoa mas sempre em busca daquilo que era considerado o “verdadeiro sexo”. A sociedade não abre mão de propor que existia um sexo verdadeiro e que cada um atribuía a si mesmo.

        Eram chamados hermafroditas aqueles que se justapunham dos dois órgãos genitais. A partir do século XIX, cada vez mais se consolida um discurso que reclamava para si a autoridade daquele que define qual é a sexualidade das pessoas. Quem definia a sexualidade era o próprio médico, era o especialista. No século XIX, é perceptível a atribuição do sujeito a despeito de sua vontade, do seu entendimento, no discurso científico. Nesse período a nossa sexualidade passa a ser objeto de uma ciência, há uma criação de uma ciência da sexualidade, é visível a melhor atribuição da visão médica do que o próprio desejo humano.

        A sexualidade para o autor, que era gay, foi um dos primeiros a se assumir (em um período complicado, surto da AIDS), é criticada pela psiquiatria e psicologia, acreditava que no cristianismo havia criado algumas identidades para se expressar o “verdadeiro eu”, que era o confessionário. De acordo com o autor, a confissão evoluiu-se para uma maneira científica. Diz que todas as revelações do seu ‘”eu” tem a ver com uma relação sexual, algum aspecto da vida sexual. O autor diz que ao fazer a confissão, as pessoas só reafirmam que a sexualidade é um traço fundamental para a constatação do seu “eu”, isso te instiga a definir e falar exatamente o que você é. A todo o momento se é incitado a se ver, falar, definir.

        Na sociedade grega o problema de se relacionar com pessoas do mesmo sexo não tinha nada a ver com que temos hoje, não havia a questão de gênero. O que importava é se deitar com um cidadão, não tinha a ver com ser homem ou mulher. O cidadão grego deveria ser cidadão de si. O problema dos gregos era a penetração, o que exerce poder entre os outros e o poder que era exercido em si. As mulheres, portanto, seriam seres inferiores e deveriam estar sujeitas ao desejo do seu Senhor. O prazer faz parte do próprio domínio do homem com a sociedade. O homem se confunde com a sociedade.

        Segundo Santo Agostinho, as relações sexuais realizadas no paraíso eram feitos de uma maneira totalmente controlada. O homem tinha total controle sobre seu corpo, sentimentos pulsantes e o pecado original foi a desobediência, não o sexo. Para ele, o fruto não era uma metáfora, era realmente um fruto. Por ser orgulhoso e desobediente, o homem foi expulso do paraíso e perdeu o controle de si, de controlar seus próprios impulsos. A ereção era um dos principais detalhes causados pelo descontrole de si. Depois da expulsão do paraíso, a falta de controle sobre seu órgão sexual mostrava justamente a sua condição humana: o descontrole. O controle completo de si é falso e não existe, os movimentos involuntários da ereção são a lembrança do pecado, é um castigo mostrando seu orgulho e falta de capacidade de ser divino.

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