A Difusão e Poder Cibernético
Por: Letícia Beneves • 4/9/2018 • Resenha • 937 Palavras (4 Páginas) • 259 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DISCENTE: Leticia Beneves
DOCENTE: Prof. Dr. Marcelo Passini Mariano
DISCIPLINA: Introdução às RI
APONTAMENTO: NYE Jr., Joseph S.. Difusão e Poder Cibernético In: O Futuro do Poder. São Paulo: Benvirá, 2012.151-196
Com a Revolução da Informação, os Estados ainda serão os atores mais poderosos no cenário mundial, no entanto, terão que lidar com um cenário bem mais povoado. A Revolução da Informação, também conhecida como Terceira Revolução Industrial, baseia-se no rápido avanço tecnológico dos computadores, e nas comunicações.
Os computadores tornaram-se muito mais potentes, e o número de computadores multiplicaram-se absurdamente. Em 1993 existia 50 sites no mundo, em 2000 esse número ultrapassava 5 milhões. Apenas na China, havia cerca de 400 milhões de usuários uma década depois. Mas o principal, é a enorme redução no custo de transmissão de informação. Logo, há uma infinita quantidade de informações que podem ser transmitidas virtualmente.
As pessoas temiam que os computadores de grande porte centralizassem o poder dos Estados, e que eles aumentassem o poder de vigilância. No entanto, quando o custo do poder da computação caiu, e os computadores encolheram, a descentralização ultrapassou a centralização.
A informação é um recurso de poder fundamental, que é difundido muito mais facilmente após o custo de transmissão ter diminuído, distribuindo amplamente o poder. Além de ajudar os pequenos Estados, e atores não estatais, diminuindo o poder dos grandes Estados. No entanto, é válido ressaltar que as relações internacionais são mais complexas. Existem alguns aspectos na Revolução da Informação que auxiliam os pequenos Estados, porém, alguns auxiliam os grandes Estados.
A informação não é um bem exclusivo, o consumo de uma pessoa não diminui o da outra, no entanto, vale ressaltar que em uma situação competitiva há uma grande diferença em quem possui primeiro a informação e pode ver usá-la antes de alguém.
A difusão de poder não desafia os Estados soberanos de frente, ela adiciona uma camada de relações que os governos não possuem poder absoluto. As pessoas podem participar de comunidades transnacionais da internet, sem deixar de seres cidadãos fiéis, apenas irão apresentar uma perspectiva diferente.
Não há apenas um grande aumento no número de atores transnacionais, mas também há uma mudança no tipo. Anteriormente, os fluxos transnacionais eram controlados por organizações de grande porte, no entanto, com o baixo custo de comunicação na era da internet, abriram campo para organizações menores, com uma baixa estrutura.
Um dos destaques nos novos atores transnacionais são os terroristas, que são os mais dramáticos. Com a Revolução da Informação, os terroristas podem recrutar pessoas não somente pelo meio físico, como mosteiros e prisões, mas por sites, que não apenas recrutam, como também treinam. No entanto, até agora parece que os terroristas ainda preferem ferramentas como explosivos, para os seus propósitos, a visibilidade e a intensidade são maiores. Mas ainda assim, utilizam o meio cibernético, para promover e recrutar.
As barreiras para o domínio cibernético são facilmente transpostas, pequenos Estados, ou atores não estatais podem desempenhar papéis importantes a baixo custo. Parafraseando o autor, “a guerra terrestre e o domínio cibernético possuem semelhanças entre si, número de participantes, a facilidade de entrada, e a oportunidade de se esconder.” No mundo virtual os ataques prevalecem sobre a defesa, já que a internet foi elaborada para o fácil uso, e não para segurança.
O poder cibernético pode afetar o meio físico, e instrumentos físicos como roteadores, podem afetar o domínio cibernético. A camada de informação cibernética se baseia em uma estrutura física que pode ser destruída, por ataques militares ou sabotagem. Cabos podem ser cortados, e servidores explodidos. E a informação cibernética pode se transformar em um instrumento de poder duro que pode prejudicar os alvos físicos de outro país.
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