Brasil: estrutura política e social da Primeira república, 1889 - 1930.
Por: Pedro280 • 14/12/2016 • Trabalho acadêmico • 2.167 Palavras (9 Páginas) • 521 Visualizações
Brasil: Estrutura Social E Política Da Primeira República, 1889-1930.
- Mudanças Demográficas e Sócias.
“Em 1889(...), o brasil era uma país com baixa densidade populacional. No Norte e no Oeste havia extensas regiões praticamente desabitadas ou com uma população muito dispersa.” (p.761)
“Entre 1890 e 1920, a população quase dobrou(...)Esse aumento decorreu do processo de crescimento natural, combinado com a imigração europeia em massa para o Centro-Sul.” (p.761)
“São Paulo foi o estado que absorveu a maior parte dos imigrantes.” (p.761)
“A imigração para o Estado de São Paulo foi o resultado de um planejamento do governo, com o objetivo principal de fornecer mão-de-obra para o setor cafeeiro.” (p.762)
“Após o fracasso de experiências com a parceria, a burguesia do café idealizou um sistema de produção baseado no colonato. O fazendeiro contratava uma família de colonos e pagava-lhes um salário para que cuidassem de suas suas lavouras de café. A colheita em si era paga separadamente(...)” (p.762)
“Os colonos recebiam alojamento e pedaços de terra onde cultivavam produtos de subsistência, cujos excedentes vendiam eventualmente nos mercados locais. Algumas vezes recebiam permissão de manter uma ou duas cabeças de gado.”
“Na prática, os colonos não recebiam qualquer pagamento em dinheiro, mas podiam dedicar-se ao cultivo de gêneros alimentícios, sobre milho e feijão, entre as linhas dos novos cafezais.” (p.762)
“No que se refere aos ex-escravos, deve-se recordar que, nos últimos anos do regime escravista, as relações de trabalho se tinham deteriorado. A crescente ocorrência de fugas ou de revoltas levantou grandes problemas quando se precisou decidir como transformar essa força de trabalho em assalariados. À medida que os trabalhadores imigrantes chegavam às fazendas de café e cresciam os problemas com a população escrava, os fazendeiros convenciam-se cada vez mais da qualidade superior da mão-de-obra imigrante.” (p.763-764)
“No que tange aos trabalhadores rurais livres pobres, já se dedicavam primordialmente à agricultura de subsistência e, portanto, conseguiram manter um grau relativo de independência. ” (p.764)
“(...) a preferencia dos fazendeiros pelos trabalhadores imigrantes(...)em relação à mão-de-obra brasileira trazida de outros estados, é explicada por diversos fatores: o preconceito dos proprietários rurais contra a força de trabalho nativa do Brasil, a existência de poderosos grupos de interesse na Itália prontos a fornecer mão-de-obra em quantidade razoável, o custo relativamente baixo do transporte internacional em comparação com o transporte inter-regional dentro do Brasil.” (p.764)
“(...) embora sobrasse mão-de-obra especialmente no Nordeste, não era suficiente nesse momento para satisfazer às necessidades dos cafeicultores de São Paul, que estavam interessados numa oferta rápida e em grande escala(...) grande parte do excedente de força de trabalho disponível no Nordeste foi absorvida pelo crescimento repentino da borracha no Norte entre 1880 e 1912.” (764)
“(...) o governo italiano, reagindo às continuas queixas de seus conterrâneos sobre as condições de vida nas lavouras paulistas, proibiu (...), quaisquer imigrações subvencionadas para o Brasil.” (p.765)
“Os anos de 1903 e 1904 registraram-se um balanço negativo na imigração líquida para o estado de São Paulo. Com a recuperação da economia brasileira, a imigração voltou a apresentar uma alta acentuada, alcançando um pico nos anos imediatamente anteriores à Primeira Guerra Mundial” (p.765)
“Quando a imigração voltou a crescer na década de 1920, já não estava ligada às oscilações da economia cafeeira.” (p.765)
“(...) os três grupos principais de imigração foram os italianos (1,4 milhão), os portugueses (1,1 milhão) e os espanhóis (577)”. (...) os primeiros estabeleceram-se principalmente no estado de São Paulo (...). A imigração portuguesa foi a mais estável (...), ocupando o primeiro lugar nos dez anos de 1904 a 1913 (...)ocuparam postos no comércio e em empresas de serviço. Predominaram também no porto de Santos(...). (...)Os espanhóis estavam distribuídos de modo mais ou menos uniforme por todo o estado de São Paulo. (p.765)
“Os seguintes em importância eram os alemães e os japoneses. A imigração alemã foi particularmente significativa no Sul, ligada, inicialmente, ao estabelecimento de pequenas fazendas agrícolas.” (p.765-766)
“(...)japoneses, começaram a aportar ao Brasil em 1908, graças a um acordo entre o Estado de São Paulo e algumas companhias japonesas de imigração, que ofereceu aos imigrantes passagens subvencionadas e subsídios. Foram trazidos a princípio para trabalhar na agricultura como empregados, mas a partir de 1912 o governo Estado começou a conceder-lhes terra.” (p.766)
“Paralelamente ao estabelecimento de grande número de imigrantes europeus no Centro-Sul nas últimas décadas do século XIX, houve importante movimento migratório interno entre o Nordeste e o Norte.(...) A partir da década de 1870, o desenvolvimento de atividades associadas à extração da borracha na bacia amazônica atraiu migrantes do Norte. Outro fator importante que contribuiu para o deslocamento da população foram os períodos de seca que assolaram a região nordestina nas décadas de 1870 e 1880” (p.767)
“(...) por volta de 1912, a produção brasileira, diante da concorrência da borracha produzida nas colônias inglesas e holandesas da Ásia, entrou em colapso, produzindo um rápido efeito sobre a migração interna” (p.767)
“Nos últimos anos do século XIX, e na verdade antes de 1920, a migração interna para o Centro-Sul, e dentro da região, foi limitada. Seus focos mais importantes foram as áreas urbanas e, particularmente, a capital da República (...)” (p.767)
“A parti do início da década de 1920, as condições que haviam limitado a migração interna no Centro-Sul durante a fase de sua expansão econômica começaram a mudar. Os imigrantes de Minas e do Nordeste começaram a entrar no Estado de são Paulo em números cada vez maiores. (...)Embora o índice e imigração tenha se mantido grande na década de 1930, as características do movimento imigratório iriam alterar-se definitivamente, passando os migrantes de origem brasileira a desempenhar papel importante na oferta de mão-de obra tanto nas zonas rurais do Centro-Sul quanto na indústria, que então iniciava sua expansão. Essa tendência foi reforçada, no âmbito internacional, pela crise de 1929 e , no âmbito nacional, pelas medidas adotadas para “nacionalizar” a força de trabalho e estabelecer um sistema de cotas para a entrada de imigrantes.” (p.768)
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