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O Fichamento Rousseau Weffort

Por:   •  1/10/2023  •  Resenha  •  793 Palavras (4 Páginas)  •  72 Visualizações

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Jean-Jacques Rousseau foi um importante filósofo, pensador e escritor político e compositor que se destacou na época em que vivia por acreditar que as artes e as ciências não tinham utilidade na sociedade, pois não seriam meios para acabar com a desigualdade social e a pobreza, diferente de muitos que viviam no chamado século das luzes, e, ainda mais, considerava que essas mesmas artes e ciências eram perigosas, pois poderiam corromper o homem. (NASCIMENTO apud WEFFORT, 2001).

“Se o progresso das ciências e das artes nada acrescentou à nossa felicidade, se corrompeu os costumes e se a corrupção dos costumes chegou a prejudicar a pureza do gosto, que pensarmos dessa multidão de autores secundários... Que pensarmos desses compiladores de obras que indiscretamente forçaram a porta das ciências e introduziram em seu santuário uma população indigna de aproximar-se delas, enquanto seria de desejar-se que todos aqueles que não pudessem ir longe na carreira das letras fossem impedidos desde o início e encaminhados às artes úteis à sociedade?” (ROUSSEAU apud NASCIMENTO in: WEFFORT, 2001, p. 189-190).

Quanto a visão da natureza humana, Rousseau acreditava que a mesma é mutável, isso é, o homem tende a se adaptar, aperfeiçoar-se, e se diferem dos animais principalmente por possuírem cultura e racionalismo. Porém, enxerga que os homens são naturalmente maldosos, corrompidos pela sociedade, e reconhece os elementos citados anteriormente como um meio para impedi-los de tornarem-se ainda piores, mesmo que tais elementos não tenham, novamente, alguma utilidade palpável. Sendo assim, considera o entretenimento uma servidão essencial, já que o próprio produziu as mais variadas obras.

O suíço reconhecia, também, a existência de um pacto social para a formação da sociedade civil. Por sua vez, Rousseau acreditava que este pacto social era usurpador do espírito anterior a sua firmação, evidenciado no seguinte trecho:

“(...) tal foi ou deveu ser a origem da sociedade e das leis, que deram novos entraves ao fraco e novas forças ao rico, destruíram irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da desigualdade (...) e, para proveito de alguns ambiciosos, sujeitaram doravante todo o gênero humano ao trabalho, à servidão e à miséria”. (ROUSSEAU apud NASCIMENTO in: WEFFORT, 2001, p. 195)

Portanto, através de suas obras, Rousseau busca meios a fim de legitimar esse contrato social, colocando o que virá a ser a instituição política como principal responsável de garantir a liberdade que é dos homens por direito e anteriormente parecia ter sido perdida. Vê o povo como soberano, e sendo assim, o governo deve flexionar-se e adaptar-se a suas demandas e necessidades, que se manifestam através da “vontade geral”, que seria uma espécie de consciência coletiva, pensamentos que são sabidos antes mesmo de serem ditos.

Os principais pontos do seu pensamento político baseiam-se na ideia de propriedade privada e justiça. Acerca da propriedade privada, Rousseau a enxerga como principal perpetuadora e berço da desigualdade social, sendo causadora de destruição e caos entre os homens, vide o trecho:

“Quantos crimes, guerras, mortes, quantas misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancado as escadas ou enchendo o fosso, tivesse gritado aos seus semelhantes: ‘Guardai-vos de escutar este impostor; estais perdidos se esquecerdes que os frutos são para todos, e que a terra é de ninguém!” (ROUSSEAU apud NASCIMENTO in: WEFFORT, 2001, p. 201).

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