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CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA

Por:   •  14/5/2017  •  Ensaio  •  4.873 Palavras (20 Páginas)  •  251 Visualizações

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CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA

A Vida Futura sempre foi objeto de perquirição ao longo da história da humanidade. Deus nunca nos deixou órfãos quanto ao entendimento de existe vida além vida. Podemos retroagir em Moisés e percebermos que mesmo lá, a idéia da vida futura estava presente.

Ele era o grande Legislador, por isso sua obra é dividida em 2 partes: a primeira, promulgada no Monte Sinai, Os Dez mandamentos, essa era Divina. A segunda era dada ás leis civis, mas para incorporá-las de autoridade foi preciso dar-lhes origem divina. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade divina. O caráter das leis civis era duro, pois que havia a necessidade de disciplinar aquele povo turbulento e indisciplinado.

Dentre as proibições de natureza civil, não era, portanto divina, há a passagem do Deuteronômio 18 produzida por Moisés. Os acusadores do Espiritismo têm nessa passagem a suposta fundamentação para condenação da prática espírita. Nós que conhecemos o contexto em que ela foi produzida, existia uma intencionalidade muito clara de Moisés em proibir a ação de médiuns inescrupulosos que serviam a espíritos frívolos e embusteiros, ou como afirma Emmanuel em O Consolador era necessária a proibição, pois o comércio com os desencarnados se faria com um material humano excessivamente grosseiro e inferior. Mas, o mais importante para nós diante do Deutoronômio é o simples silogismo (dedução lógica) que leva a confissão da existência da vida além da morte. Ora, senhores Moisés proibia a comunicação com os mortos. Ninguém proíbe algo que não existe. A comunicação com os mortos é, portanto, perfeitamente possível, é a conclusão que se tira e ao mesmo tempo confissão de que nós não morremos e podemos após nos comunicarmos, pois há vida, além da vida.

Saindo de Moisés, vamos encontrar por volta de Séc V a.C a ascendência de um pensamento grandioso.

Sócrates nasceu em Atenas há aproximadamente 470 anos a.C. num clima áureo, quando se exauriam as Guerras Médicas travadas entre Gregos e Persas vencidas pelos primeiros, o que dava sabor incomum ao século de Péricles, à áurea fase da democracia ateniense. Filho de um escultor, era provável que tivesse seguido inicialmente as lições do pai, mas posteriormente assume a veste profissional da mãe, com uma única diferença: a mãe era parteira biológica, ele parteiro de alma.  

Assim como Jesus, Sócrates não deixa registro escrito algum. E como todos aqueles que não deixam registro escrito, sua verdadeira face é muito discutida entre os estudiosos das ciências humanas. Ultrapassemos as discussões da verdadeira face de Sócrates, se a de Platão, Aristófanes ou Xenofonte.  Para nós, espíritas, basta a menção no Evangelho Segundo o Espiritismo de que Sócrates e Platão são precursores não só de Jesus como da Doutrina Espírita.  

        Estava ele em 399 a.C. diante do Tribunal Ateniense com tripla acusação: não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude. Incomodava a atividade de Sócrates que durante anos o caracterizava e que suscitava o deleite e a admiração dos jovens, enquanto noutros, despertava ressentimentos: conversar. Sócrates dialogava a todo momento. Curioso, é do diálogo que surgem os grandes pensamentos que a humanidade já enfrentou. Lembremos dos diálogos revolucionários de Jesus com Nicodemus. A própria Doutrina Espírita é fruto do diálogo estabelecido entre encarnados e desencarnados. Dora Incontri nos diz que o método filosófico adotado pelo Espiritismo é baseado no diálogo, basta lembramos do Livro dos Espíritos. Perguntas, Respostas. Diálogo.

 O diálogo de Sócrates tinha objetivo sério. O principal objetivo de Sócrates era fazer com que seus interlocutores se reconhecessem não como um amontoado de matéria, mas como um ser pensante, como um espírito. Sócrates inaugura para a humanidade o paradigma do espírito. Em Fedão ou Fedon, podemos encontrar uma dos maiores raciocínios que comprovam a imortalidade da alma e sua preexistência ao mundo corpóreo. “O homem é uma alma encarnada. Antes de sua encarnação, ela existia junto aos modelos primordiais (estado de espírito), às idéias do verdadeiro, do bem e do belo.” Diante desta concepção, Sócrates se ocupava da idéia de que era preciso que cuidássemos menos dos corpos e dos bens do que da perfeição de nossas almas, defendendo que a virtude não tinha origem na riqueza, mas que a virtude era a origem da riqueza. Desta forma, o diálogo de Sócrates não era só filosófico, era também pedagógico, pois se comprometia com uma reforma de conduta.

O terceiro momento que podemos identificar na história foi sem igual no tocante a compreensão da vida futura.

Segundo Emmanuel em A Caminho da Luz, em dois momentos a Mais Alta Corte Espiritual se aproxima da Terra, o primeiro quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, o segundo momento se dá quando se decidia a vinda de Jesus para a Terra. Imaginem senhores o grande significado para os herdeiros da Terra a presença da Segunda Revelação de Deus: Jesus.

Não há nenhuma mensagem de Jesus que afirme que o homem só detém a vida corpórea, ao contrário, todas as informações que deixou vinculava ao Reino dos Céus, informando-nos da sobrevivência do espírito após a morte.

Jesus é o Poeta da Imortalidade da Alma e assim o faz com o Cântico das Bem Aventuranças. Senhores, as bem aventuranças merecem inúmeras análises, mas hoje ficaremos aqui somente com a análise estrutural e o conteúdo substancial da mensagem de Jesus. Observemos a estrutura das bem-aventuranças: primeiro uma premissa, depois a conclusão. Uma vez conquistada a premissa, detínhamos a conclusão. As conclusões das bem aventuranças são verdadeiras compensações ditas por Cristo. Aja assim e receberás assim. As compensações que Jesus promete somente podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza do futuro, estes ensinamentos seriam uma enganação, seriam falácias. Por isso, as bem aventuranças incitam no homem a esperança no futuro (por isso foi considerado o pedagogo da esperança por Herculano Pires em Pedagogia Espírita) a fé no porvir e a confiança na imortalidade da Alma. Jesus foi o poeta da Imortalidade. Enganados estão aqueles que pensam que a Imortalidade é novidade do Espiritismo. Não, a imortalidade é pregada por Jesus e também exemplificada.

Desta forma, como afirma o Evangelho Segundo Espiritismo o papel de Jesus não foi de um simples moralista, ele veio nos ensinar que a verdadeira vida não transcorre na Terra, mas no Reino dos Céus. Ensinou-nos os caminhos que nos levam ao reino dos céus, o caminho de se reajustar as leis divinas, o caminho do Amor como Maior Mandamento. Mas, não nos disse tudo. Limitou-se no oferecimento de algumas verdades, somente aquelas podíamos compreender na época. A ciência tinha que contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento das idéias que não foram ditas explicitamente. Importava, pois, em dar a ciência tempo para progredir. E progredimos.

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