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Conhecimento Judaico sobre Plantas Medicinais

Por:   •  10/7/2016  •  Resenha  •  616 Palavras (3 Páginas)  •  887 Visualizações

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CONHECIMENTO JUDAICO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS

Baptista, MS.

De maneira geral, a evolução da medicina passa por três períodos: mágico-religioso, no qual o cuidado dos pacientes está a cargo do sacerdote; o período empírico, cuja figura maior foi Hipócrates e que se caracteriza pela concepção da doença como um fenômeno natural, mas sem que se conheça os mecanismos fisiológicos ou patológicos, e finalmente o período científico, que corresponde sobretudo a modernidade, e que é o período em que estamos até hoje. Plantas medicinais são espécies vegetais cultivadas ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. Chama-se planta fresca aquela coletada no momento de uso e planta seca a que foi precedida de secagem, equivalente a droga vegetal (RADOMSKI, 2008). As plantas tropicais fornecem material para a produção de analgésicos, tranquilizantes, diuréticos, laxativos, antibióticos entre outros. A comercialização mundial dos produtos secundários soma em média 200 milhões de dólares por ano (MEYERS 1983; PRINCIPE 1985).

Os conhecimentos do uso dessas plantas foram amplamente empregados no passado por grandes civilizações fazendo parte até hoje de varias culturas. O povo judaico acredita que as doenças são castigos divinos, porém as crenças religiosas não foram motivos para negligenciar os conhecimentos fitoterápicos (FARIA, 1998). No muito citado caso do rei Asa (2 Crônicas 16:12), portador de uma séria enfermidade dos pés, o paciente morre por ter consultado médicos ao invés de recorrer ao Senhor. A ausência de médicos, contudo, não significa uma aceitação da doença ou da morte. Como o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, a vida é sagrada, e ele é obrigado a preservá-la.

Deste modo o povo Judaico, desenvolveu uma série de protocolos e costumes que dizem respeito à higiene, às práticas dietéticas e à profilaxia de determinadas doença, caracterizando a medicina preventiva. A terceira parte do Levítico, capítulos 11 a 15, contem uma série de prescrições referentes a uma variedade de situações envolvendo plantas. O mais antigo dos médicos judeus foi Isaac ben Solomon Israeli, que era conhecido pelo aforismo: “ O médico não cura; ele prepara e aplaina o caminho para a Natureza, da qual vem a cura verdadeira.” No testamento de Judah ibn Tibbon é possível ler o conselho: “Acostuma-te a examinar os remédios e as ervas medicinais que usas ao menos uma vez por semana e não receites algo cuja ação não conheças” (Friedenwald, op.cit., p.27). O Brasil detém a maior diversidade biológica do mundo e o Cerrado contem mais de 6000 plantas vasculares, muitas deles possuem propriedades medicinais (MENDONÇA et al, 1998; ALMEIDA et al, 1998). Milhares de Judeus migraram para o Brasil no século XIX, e muitas famílias não abandonaram alguns costumes. Se a medicina preventiva é importante para os judeus, muitos descentes ainda possuem o habito de cultivar determinadas ervas em hortas.

REFERENCIAS

Almeida, S.P.; Proença, C.E.B.; Sano, S.M. & Ribeiro, J.F.1998. Cerrado: Espécies vegetais úteis. Planaltina, EMBRAPA-CPAC.

Eisenberg, D.; J. Am. Med. Assoc. 1998, 280, 1569.

FARIA, A. P. O C., O Uso de Plantas Medicinais em Juscimeira e Rondonópolis, Mato Grosso: Um Estudo Etnoecologico. Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação em Ciências Biológicas, do Instituto de Biociências, para a obtenção do titulo de Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Cuiabá – MT, 1998,

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