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ESTUDO DOMINICAL: ENCONTRANDO O EQUILÍBRIO

Por:   •  22/11/2018  •  Seminário  •  3.070 Palavras (13 Páginas)  •  194 Visualizações

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ESTUDO DOMINICAL: ENCONTRANDO O EQUILÍBRIO

CRISTO: A ALIANÇA DA CONSUMAÇÃO

BIBLIOGRAFIA

ROBERTSON Palmer, Alianças. Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2010. 73p

TEXTO BÁSICO: (Jr 31.31-34).

Introdução

Balançar-se numa gangorra pode ser muito divertido - se ela for mantida em equilíbrio. Porém, se alguém der um impulso muito forte numa extremidade, a vida da pessoa que está na outra extremidade pode ficar complicada. A nova aliança foi planejada para ser uma bênção para todos os seus participantes, mas a verdade acerca da nova aliança deve ser mantida em equilíbrio. Se uma pessoa for longe demais na direção de qualquer um dos vários aspectos da nova aliança, ela criará sérios problemas. Observe as áreas nas quais o equilíbrio é essencial para se gozar apropriadamente de todas as bênçãos da nova aliança.

Tudo Que Era Antigo Tornou-se Novo

Deve-se encontrar o equilíbrio entre a continuidade e a novidade na relação da antiga aliança com a nova. Esta última aliança é uma nova aliança. Todo o frescor, a surpresa, o divertimento de um brinquedo novo ou de uma máquina nova caracterizam a aliança sob a qual você vive hoje. Porém, a nova aliança também está vinculada à antiga. Ela representa continuidade com o passado, bem como novidade para o presente.

A profecia de Jeremias diz que está chegando o dia de uma nova aliança. Esta nova aliança não será como a antiga aliança feita por Deus aos seus antepassados (Jr 31.31,32).

De que modo a antiga aliança contrasta com a nova?

Obviamente ela está em oposição à aliança da lei mosaica. Porém, esse não é o quadro completo do contraste, como a profecia de Jeremias indica.

Essa nova aliança contrastará com a antiga “no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito” (Jr 31.32). Na ocasião em que Deus tirou o povo do Egito, a aliança mosaica não estava em vigor.

Israel foi liberto do Egito sob as provisões da aliança abraâmica (Veja Êx 6.4-6). Além disso, o próprio Jeremias vivia nos dias da aliança davídica. Quando ele profetizou acerca da vinda de uma nova aliança, no futuro, ele falou sobre uma aliança que estaria em oposição à aliança davídica de seus dias também.

 A nova aliança contrasta com as alianças mosaica, davídica e abraâmica do passado. Ela é de fato uma coisa radicalmente nova, desconhecida anteriormente na história da humanidade. O drástico contraste é dramatizado pela declaração de Jeremias de que essa nova aliança viria à existência porque Israel havia quebrado a antiga aliança (Jr 31.32).

A frase porquanto eles anularam a minha aliança na verdade declara que Israel tomou nula a antiga aliança. Num sentido, a fenda entre a antiga aliança e a nova é tão grande que pode ser dito que a antiga chegou ao seu fim com a chegada da nova aliança. Por essa razão, a nova aliança não deve ser vista meramente como uma renovação da antiga aliança.

A comunidade de Qumrã dos dias de Jesus entendia a nova aliança desse modo errôneo. Eles esperavam um restabelecimento das antigas leis mosaicas como o sinal da chegada da nova aliança. Algumas opiniões atuais a respeito da nova aliança seguem essas mesmas linhas de pensamento. Alguns cristãos esperam, num futuro próximo, um reino que durará por mil anos, no qual as antigas leis mosaicas de sacrifício serão restabelecidas.

Porém, a novidade da nova aliança deve ser apreciada mais plenamente. Essa antiga aliança está anulada, cancelada e posta de lado. Ela foi substituída pela nova. Ao mesmo tempo, um equilíbrio deve ser mantido. Como uma soma de todas as alianças de Deus que lidam com os homens, a nova aliança permanece ligada à antiga. Um ponto de continuidade é encontrado na referência à Torá, a lei que Deus escreverá no coração dos participantes da nova aliança. “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis”, diz o Senhor (Jr 31.33).

Em essência, é a mesma lei da antiga aliança que agora é escrita nos corações dos participantes da nova aliança. Nem todos os detalhes das leis cerimoniais e civis podem ser aplicados, pois elas estavam ligadas à forma peculiar da constituição do Israel da antiga aliança. Porém, a essência da Torá de Deus, a lei permanente dos Dez Mandamentos, é agora escrita nos corações de homens e mulheres. Uma sólida linha de continuidade é estabelecida nas alianças.

Outro ponto de continuidade entre a antiga aliança e a nova é visto no fato de que a nova aliança completa a redenção prometida sob a antiga. “Não obstante eu os haver desposado”, diz o Senhor ao descrever o seu relacionamento com Israel sob a antiga aliança (Jr 31.32).

Todo o cuidado e os sentimentos carinhosos que Cristo expressa para com a sua noiva, a igreja, estavam presentes no amor redentor de Deus para com Israel sob a antiga aliança.

Ao completar este amor redentor, mediante Cristo, Deus liga as alianças, a antiga e a nova, uma à outra. A centralidade do perdão nas alianças também liga a antiga e a nova. Muitos sacrifícios simbolizavam o perdão na antiga aliança. Na nova, Deus promete que “dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jr 31.34).

Enumere suas bênçãos, e coloque o perdão de pecados no topo da lista. Você pode ver a continuidade com o passado mediante a centralidade do sistema sacrificial da antiga aliança. Porém, Jeremias coloca a experiência do crente da nova aliança em outro campo: nenhuma lembrança dos pecados! Ainda que os crentes da antiga aliança oferecessem sacrifício pelo pecado, suas próprias ações em busca do perdão envolviam uma lembrança do pecado.

 Porém, não é mais exigido nenhum sacrifício sob a nova aliança. O sacrifício final foi oferecido de uma vez por todas. Participar da libertação da lembrança do pecado é uma das grandes bênçãos da nova aliança.

O equilíbrio também deve ser encontrado entre a corporatividade e a individualidade na relação da antiga com a nova aliança. Às vezes, tem sido proposto que a singularidade da nova aliança repousa na sua ênfase no papel do indivíduo em determinar a sua relação pessoal com Deus. Essa ênfase no individualismo contrasta com a ênfase na corporatividade na antiga aliança.

Um comentarista moderno resume esta posição da seguinte maneira: Ao proclamar essa nova forma de relacionamento pactual, Jeremias e Ezequiel viram que ele mudou completamente o antigo conceito de um relacionamento corporativo ao substituir a nação como um todo pelo indivíduo.

Provavelmente a contribuição mais significativa que Jeremias fez ao pensamento religioso estava inerente em sua insistência de que a nova aliança envolvia um relacionamento pessoal com o Espírito. Quando a nova aliança foi inaugurada mediante a obra expiatória de Jesus Cristo no Calvário, esse importante desenvolvimento da fé e espiritualidade pessoal, oposta à corporativa, se tomou real para toda a humanidade. (Harrison, R. K. Jeremiah and Lamentations. Downers Grove, 111. 1973: 140.)

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