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O CHORO É LIVRE

Por:   •  30/8/2021  •  Ensaio  •  2.552 Palavras (11 Páginas)  •  134 Visualizações

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Crenças, valores e o comportamento humano

 “O homem não é perturbado pelos eventos, mas pela visão que tem deles”

Epicteto (DavisM, Eshelman E. R., Mckay M, 1996, p.101)

Para os cognitisvistas, pensamentos, crenças, julgamentos e atitudes são fatores psicológicos relevantes. Foi o psicólogo austríaco Frederico Adler (EUA, 1870-1937) que defendeu que a visão de mundo de uma pessoa determina o seu comportamento. Enfatizando a harmonia do aparelho psíquico e a desarmonia de estilos de vida errôneos com as demandas do mundo real, Adler focalizou sobre a questão do viver produtivo num mundo real e não sobre explorar conflitos inconscientes. Sua meta foi apontar visões errôneas de si e visões errôneas do mundo e então, mobilizando a vontade, fazer as mudanças necessárias, incluindo uma mudança na meta de vida.

Visões errôneas de si mesmo ou crenças irracionais estão no próprio ser humano, que nasce tanto crédulo quanto educável e aceita toda a sorte de ideias, sentimentos e ações que seus pais e cuidadores mostram, sejam eles funcionais ou não. As pessoas aprendem essas crenças em seu meio social, embora tenham uma tendência inata para construir crenças irracionais a partir de suas experiências (Rangé & Fenster, 2004). Assim, uma crença irracional, além dos limites de uma simples preferência, é uma exigência dogmática, inflexível, que colabora fortemente para o desenvolvimento de perturbações emocionais, segundo Matta, A., Bizarro, L., Reppold.

Segundo Albert Ellis (1982), os problemas não provêm das situações, mas sim das crenças irracionais interpretadas após as situações. Para ele, todos os distúrbios emocionais estão diretamente ligados às ideias irracionais que o ser humano cria, resultando em frustrações, baixa autoestima, ansiedade e stress. É possível superar estados neuróticos, modificando o próprio pensar. (Vanni, 2008).

Nos idos de 1960, foi proposto o modelo Terapia Racional – Emotiva (RET) cujo conceito básico é colocar o indivíduo para pensar sobre suas emoções e baseada na suposição de que os seres humanos nascem com um potencial para o pensamento racional e correto, assim como para o pensamento irracional e desviante.

As pessoas apresentam predisposições para a auto preservação, a felicidade, o pensamento e a verbalização, o amor, a comunhão com os outros, o crescimento e a autorrealização. Apresentam ainda propensão à autodestruição, a evitar o pensamento, à procrastinação, à repetição infindável de erros, superstição, intolerância, perfeccionismo, autoacusação e fuga da atualização de potenciais para o crescimento.

A Terapia Racional Emotiva foi elaborada em torno do trinômio A – B – C, onde A são os acontecimentos ativadores, B são as crenças e C são as consequências. Sendo assim, as pessoas interpretam as situações da realidade (A) por intermédio das crenças e cognições (B), que por sua vez a natureza dessa crença é que vai determinar as consequências emocionais e comportamentais do ser humano (Calais, 1997).

O ser humano em sua maioria acredita que as situações (A) são causadores de suas reações emocionais (C). Por exemplo, se alguém não se sair bem em um curso, trabalho ou relacionamento, vai atribuir seu estresse e irritabilidade na situação, e não na sua interpretação ou crença relacionada a fracasso ou rejeição (Ellis,2004).

As ideias internas quando estiverem em contato com a realidade, permitem que você funcione bem mesmo se as situações (A) não forem positivas. Caso as ideias forem irracionais ou falsas resultarão em perturbações emocionais. As ideias irracionais baseiam-se muitas vezes em percepções equivocadas ou em deveres e obrigações e perfeccionistas. (DavisM, Eshelman E. R., Mckay M, 1996).

A avaliação irracional sobre algum acontecimento se forma com base em exigências absolutistas como “devo” ou “tenho que” levando ao transtorno psicológico (Dobson & Franche, 1996).

Segundo Ellis (1985) esses pensamentos, crenças irracionais são aprendidas com familiares, professores ou responsáveis pelas crianças, porém prevalecem nas pessoas porque provavelmente apresentam uma tendência forte a pensar de forma irracional. Lipp (2004, p.36), confirma dizendo: “A formação das crenças tem como origem principal o aprendizado advindo da interação familiar, depois a escolarização e todo processo de socialização. O ambiente é importante, mas não é o único determinante, pois pode favorecer a construção de uma crença irracional que somada as expectativas e ao conhecimento adquiridos estruturam a aquisição desde complexo mapa cognitivo”.

Alguns exemplos descritos por Lipp (2004) baseadas nas crenças de Albert Ellis que provocam pensamentos estressantes:

Crença 1

Algumas pessoas apresentam a crença irracional de que deve ser estimada e aprovada por todas as pessoas virtualmente importantes em sua vida; são pessoas que normalmente se motivam por meio da aprovação externa e que dificilmente dizem “não” por temerem desagradar aos outros e por quererem garantir sempre aprovação. Na verdade, é impossível agradar a todas as pessoas em sua vida. Mesmo aqueles que, basicamente, gostam e aprovam você ficarão aborrecidos com alguns comportamentos e qualidades. Provavelmente, esta crença irracional é uma das maiores causas de infelicidade. (DavisM, Eshelman E. R., Mckay M, 1996)

Um exemplo do ABC dessa crença:

Situação: A pessoa se esforça ao máximo para conseguir agradar no trabalho e espera ser reforçada, isto é, aprovada por seu chefe e colegas. Como a aprovação nem sempre existe, quando essa pessoa não for aprovada ou ainda receber uma reprovação, pode ter a seguinte crença racional:

Crença racional: “Não estou feliz por ter sido reprovada, certamente eu não merecia isso, mas também não é o fim do mundo...” Mas logo aparece a crença irracional.

Crença irracional: “Que droga! Fiz tanto e eles não poderiam ter feito isso comigo, eu não posso aceitar, acho que não consigo mais me motivar neste ambiente, só não saio daqui, pois está difícil conseguir um emprego”.

Reações: Tensão, angústia, frustração, raiva, crescente sentimento de insatisfação.

Crença 2

Existe a crença de que “deve-se ser plenamente, adequado e realizado sob todos os aspectos possíveis, para que possa considerar-se digno de valor”. Isso é uma verdadeira armadilha, pois não se pode acertar sempre. Os resultados de acreditar que você precisa se comportar perfeitamente são a auto censura pelo fracasso inevitável, redução de auto-estima, padrões perfeccionistas aplicados a companheiros e amigos, e paralisia e medo de tentar qualquer coisa (DavisM, Eshelman E. R., Mckay M, 1996).

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